Gartner prevê 25 bilhões de dispositivos de Internet das Coisas conectados em 2020. Veja três casos de uso da tecnologia que podem impactar os negócios.
A Internet das Coisas (IoT) promete maior eficiência aos negócios quando as empresas conseguem automatizar processos e extrair informações a partir da comunicação entre os dispositivos.
Como mostra o estudo “Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil” de 2017, feito pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a IoT vai transformar quatro frentes até 2025:
- Saúde: impacto entre US$ 5 bilhões e US$ 39 bilhões;
- Indústria: impacto entre US$ 11 bilhões e US$ 45 bilhões;
- Rural: impacto entre US$ 5 bilhões e US$ 21 bilhões;
- Cidades: impacto entre US$ 13 bilhões e US$ 27 bilhões.
Embora empresas, governos e outras instituições entendam a importância da Internet das Coisas, muitas iniciativas de IoT acabam falhando. O motivo é a falta de um caso de uso na hora de desenvolver um projeto com a tecnologia emergente.
Mas, mesmo assim, o cenário é positivo. Para a consultoria Gartner, a IoT já é tendência em toda a sociedade e 2020 deve fechar com 25 bilhões de objetivos conectados. A expectativa é que dispositivos IoT sejam nativos em todas as indústrias nos próximos anos. Ou seja, as máquinas já estarão prontas para a Internet das Coisas.
3 exemplos em que soluções de Internet das Coisas podem fazer a diferença
O Próximo Nível conversou com Henrique Poyatos, coordenador acadêmico da Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP), sobre como dispositivos IoT fazem a diferença em vários setores. Confira três exemplos:
1. Comércio e varejo
Imagine que a sua empresa é do ramo de vestuário e possui lojas físicas e um e-commerce. É preciso fazer o controle de todo o estoque por dois motivos básicos:
- Saber quais produtos ainda estão disponíveis no estoque;
- Fazer com que os produtos cheguem ao consumidor final.
Como garantir isso? “Investir em RFID (identificação por radiofrequência) pode ajudar empresas do setor a evitar contratempos”, afirma Poyatos. RFID é uma solução que ajuda computadores a identificar objetos, registrar dados e identificar produtos por meio de ondas de rádio.
Ou seja, a empresa pode substituir o código de barra tradicional por tags RFID para acompanhar toda a cadeia de suprimento, com mais rapidez, informações (é possível gravar e regravar dados) e precisão (cada produto tem a sua própria tag). Assim a marca vai saber de onde vem cada peça, para onde cada uma vai e controlar o estoque de uma maneira mais eficiente para evitar indisponibilidade durante a compra de um consumidor.
“Tags RFID não comprometem o orçamento da empresa porque são soluções simples com custo baixo”, explica Poyatos.
Agronegócio
Dispositivos IoT já são bem comuns no agronegócio. Mas um bom caso de uso é para agricultores que possuem estufas. Essas estruturas já aumentam a produção e a renda desses produtores, mas o uso de IoT pode escalar os negócios.
O uso de sensores de temperatura é um fator principal para esse escalonamento. São dispositivos que conseguem detectar, ler e registrar uma série de mudanças. Com o uso de um computador, o agricultor pode traduzir essas informações para evitar perdas.
“Por exemplo, o agricultor pode instalar vários sensores em uma estufa para medir as variações de temperatura e como essa alteração pode impactar a sua produção”, pontua Poyatos. O coordenador ainda explica que “são dispositivos baratos que custam poucos dólares”.
Habitação
Os condomínios hoje contam com o apoio de várias tecnologias para garantir a segurança dos moradores e reduzir desperdícios. Com sensores inteligentes, a administração do prédio pode identificar em quais pontos há maior consumo de luz ou água. Assim é possível criar iniciativas para conscientizar os condôminos sobre desperdícios.
A substituição de chaves por tags RFID é outro exemplo. Esse “chaveiro digital” consegue identificar cada morador, horário de entrada e saída do condomínio, por exemplo. “São tags que contam com um log (histórico) e possui um código único para cada pessoa. Ou seja, é mais fácil alguém fazer uma cópia da chave do que identificar esse código para clonar as tags”, diz Poyatos.
Internet das Coisas se apoia em outras tecnologias
Agora que você sabe mais como a Internet das Coisas pode impactar diversos negócios, é preciso ter em mente que os dispositivos não atuam de forma independente.
“Dificilmente a IoT é uma tecnologia que vai ser usada de forma única. Os dispositivos IoT vão coletar inúmeros dados e toda essa massa precisa estar em algum lugar”, explica Henrique Poyatos.
Big Data, Inteligência Artificial e Cloud Computing são algumas de várias tecnologias que complementam as soluções de IoT. “São tecnologias que devem ser aplicadas em conjunto para que a empresa tire os melhores resultados para os seus negócios”, finaliza.
Principais destaques desta matéria:
- Dispositivos IoT vão impactar alguns setores no Brasil (saúde, indústria e agro, por exemplo);
- Expectativa da Gartner é que 25 bilhões de objetos estejam conectados em 2020;
- Próximo Nível traz três exemplos de uso de Internet das Coisas em setores como varejo, agronegócio e habitação.
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