cidades inteligentes Imagem: The Little Hut/ Adobe Stock – Gerada por IA

7 projetos de cidades inteligentes que obtiveram sucesso

7 minutos de leitura

Iluminação inteligente, georreferenciamento e até bancos com sensores IoT são alguns dos projetos que alavancaram as cidades inteligentes ao redor do mundo



Por Redação em 17/04/2025

O conceito de cidades inteligentes já não é mais uma realidade tão distante assim no Brasil. Um exemplo disso é o Rio de Janeiro. O município iniciou o projeto de modernização da iluminação pública com lâmpadas LED inteligentes, entre outras iniciativas que fizeram a cidade figurar como uma das precursoras das cidades inteligentes no Brasil. 

Outro exemplo vem de Curitiba, no Paraná. A cidade também figura entre as mais inteligentes do país. Com reconhecimento internacional, a capital paranaense recebeu, em 2023, o título de Cidade Mais Inteligente do Mundo, de acordo com a Fira Barcelona (Espanha). Em 2024, recebeu o troféu Prata na categoria “Cidade Centrada nas Pessoas”, no Seoul Smart City Prize (Coreia do Sul), o Government Excellence Awards 2024, com o programa Fala Curitiba (nos Emirados Árabes), além de ser reconhecida pelo programa de Agricultura Urbana, no World Green City Awards 2024 (Holanda). Além disso, Curitiba ainda recebeu o reconhecimento da Unesco pelo destaque na educação, na França.

Mas, você sabe como uma cidade se torna inteligente? Como explica um artigo da PUCRS, “cidades inteligentes, ou smart cities, são aquelas que conseguem alinhar o desenvolvimento tecnológico com o progresso social e ambiental, por meio de inovações digitais e disruptivas”.

O IESE Business School (da Espanha), criou um método de avaliação do nível de maturidade de uma cidade inteligente. O relatório Cities in Motion Index (CIMI) considera a análise de nove dimensões.

  1. Capital humano.
  2. Coesão social.
  3. Economia.
  4. Governança.
  5. Meio ambiente.
  6. Mobilidade e transporte.
  7. Planejamento urbano.
  8. Projeção internacional.
  9. Tecnologia.

Ainda em 2020, o ranking histórico apontou Londres (Reino Unido) como a primeira colocada com um indicador de 100 pontos. Em segundo lugar, Nova Iorque (Estados Unidos) com 95.73 pontos. Entre as brasileiras, São Paulo figurou na 123ª colocação, com 45.01 pontos. Já no guia atualizado, Londres, Nova York e Paris lideram o ranking pelo terceiro ano consecutivo, de acordo com o Índice IESE Cities in Motion 2025. O relatório ressalta o fato de que as cidades asiáticas, incluindo Pequim, Xangai e Hong Kong, têm subido na lista e se aproximado cada vez mais dos líderes do ranking.

O ranking aponta as 10 principais cidades inteligentes: Londres, Nova York, Paris, Tokyo, Berlin, Washington, Copenhagen, Oslo, Singapura e San Francisco.

Conheça melhor alguns projetos de cidades inteligentes.

Cidades inteligentes: 7 projetos de sucesso

O surgimento de dispositivos móveis, sensores e conectividade impulsiona a transformação digital de uma cidade. Nessa jornada de inteligência, os projetos podem ser inúmeros: dos veículos autônomos à segurança das ruas e calçadas, o que passa ainda pelo sistema de saúde e o ensino digital.

Essas iniciativas, em grande maioria, se apoiam na inteligência artificial, na computação em nuvem e na Internet das Coisas (IoT) para oferecerem uma melhor qualidade de vida para toda a sociedade. 

Conheça 7 projetos históricos de cidades inteligentes que deram certo.

1. Columbus (Ohio – Estados Unidos)

Ohio. cidades inteligentes
Foto: SeanPavonePhoto/ Adobe Stock

Columbus, capital de Ohio (Estados Unidos), desenvolveu um sistema de tráfego inteligente com o intuito de liberar interseções para veículos de emergência. O projeto, chamado Smart Columbus, entrou em operação em julho de 2020.

Da parte de hardware, mais de 100 sensores foram instalados nas ruas da cidade, enquanto 1.8 mil unidades de um computador de bordo foram equipadas em carros particulares, ônibus e outros veículos de frota, além de veículos de emergência e de carga.

Esses sensores foram conectados a um sistema de comunicação, que enviou mensagens de segurança entre os veículos e para os motoristas (os voluntários receberão um alerta que uma ambulância está se aproximando, por exemplo).

A ideia era usar as interações para coletar dados não identificáveis, por meio de um sistema operacional próprio para permitir os operadores de tráfego tomarem a melhor decisão sobre qual via liberar para ambulâncias e outros veículos.

Atualmente, a cidade conta com um sistema de trânsito conectado, ônibus inteligentes, aplicativos de estacionamentos gerenciados por inteligência artificial e até um laboratório de inovação ágil e colaborativo, para ampliar o desenvolvimento digital da cidade. 

2. Mênfis (Tennessee – Estados Unidos)

cidades inteligentes
Foto: SeanPavonePhoto/ Adobe Stock

Mênfis ficou conhecida por desenvolver sua própria fibra óptica para iniciar a jornada de transformação digital do município. Toda essa infraestrutura foi essencial para ajudar a migração de muitos serviços para a nuvem.

O gerenciamento de capital humano e o de fornecedores contratados pela prefeitura, entre outros serviços, além do sistema principal do município, foram alocados para a nuvem, assim como as plataformas de produtividade utilizadas pelos servidores.

Mike Rodriguez, CIO do município de Mênfis à época, declarou que a tecnologia em nuvem era importante para a cidade se tornar inteligente justamente porque oferecia “mais opções quando se tratava de recuperação de desastres e continuidade dos negócios, com muito mais foco em segurança [que um ambiente on premise]”.

Atualmente, a Câmara de Comércio de Memphis discute a possibilidade de sediar projetos de data centers (para abrigar supercomputadores usados ​​para treinar os modelos de linguagem que alimentam aplicativos de IA generativa). Uma opção que, segundo o Olhar Digital, elevaria os esforços da cidade na corrida pelo desenvolvimento da inteligência artificial.

3. Paris (França)

Paris. cidades inteligentes
Foto: Ioan Panaite/ Adobe Stock

Os bancos dos parques de Paris foram projetados pelo Barão Haussmann lá pelo século 19. Quando o projeto de atualização digital começou, mais de 3 mil deles foram equipados com sensores de Internet das Coisas (IoT) e conexão Bluetooth para monitorar alguns detalhes, listados abaixo.

  • Local em que os bancos estão instalados.
  • Temperatura e pressão atmosférica.
  • Tráfego no local.
  • Uso do espaço urbano.

Os dados coletados ficam disponíveis de imediato para os cidadãos, turistas e os responsáveis pelo planejamento urbano da cidade, porque toda a solução foi baseada em um API (interface de comunicação entre sistemas) alocado na nuvem.

Na época da implantação, os bancos com sensores IoT serviam para entender como os usuários interagiam com os parques, o tempo que eles ficam nesses espaços e se estão satisfeitos com as instalações desses equipamentos públicos.

Os usuários baixavam o aplicativo móvel para responder pesquisas sobre os parques. Os dados obtidos possibilitavam que a equipe de planejamento urbano entregasse melhorias nas instalações.

Atualmente, Paris é apontada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) como uma das cidades mais inteligentes da Europa, especialmente nos quesitos conectividade e infraestrutura, sustentabilidade e mercado de trabalho tecnológico. A maioria dos projetos implantados em 2020 foram mantidos, porém, atualizados.

4. Cleveland (Ohio – Estados Unidos)

Foto: f11photo/ Shutterstock

Assim como o Rio de Janeiro, a cidade de Cleveland, em Ohio (Estados Unidos), apostou na modernização da iluminação pública. O projeto previa a instalação de 61 mil lâmpadas LED e sua transformação em uma rede inteligente.

Com a ação, Cleveland reduziu cerca de 20% dos custos operacionais ao ano na iluminação pública e projetou a diminuição de até 50% no gasto anual de energia elétrica. O grande destaque do projeto foi a infraestrutura de comunicação, que foi instalada em apenas três dias. Outro ponto positivo foi o controle remoto da iluminação, que pode ser feito a partir de um sistema web, conectado a uma rede de conexão própria. Na época, uma única estação base de conectividade cobria uma área de até 20 km de raio, com monitoramento de até 50 mil lâmpadas.

Atualmente, a cidade trabalha para remodelar a economia local. A proposta está baseada na criação de em um sistema onde nenhum material ou bem seja desperdiçado, graças à manutenção, reutilização, renovação, reciclagem e compostagem.

5. Atlanta (Geórgia – Estados Unidos)

Foto: Sean Pavone/ Shutterstock

A cidade de Atlanta, capital da Geórgia (Estados Unidos), conta com vários projetos-piloto para se tornar uma cidade inteligente. Todas as iniciativas foram distribuídas em cinco áreas diferentes da cidade, para coletar dados que vão gerar uma melhor qualidade de vida para a população.

Um deles está relacionado ao sistema de iluminação inteligente, no qual os semáforos reagem em tempo real ao que está acontecendo. A capital conseguiu reduzir, em seis meses, o tráfego em 25%, após o término de grandes eventos.

Outro projeto inteligente envolveu reciclagem. As lixeiras e caminhões de coleta foram equipados com sensores IoT, que notificavam quais resíduos eram descartados no cesto e qual a melhor rota para seguir. Isso gerou uma economia de US$ 100 mil na coleta seletiva.

Por último, Atlanta desenvolveu uma iniciativa inteligente de prevenção ao crime. Alguns postes foram equipados com dois sensores para identificar um tiroteio, por exemplo. Na época, Cynthia Curry, então diretora de ecossistema IoT da Metro Atlanta Chamber, câmara de comércio da cidade, afirmou que não era algo recorrente, mas os sensores de IoT instalados nos postes conseguiam registrar um tiro em um raio de 6 km, além de indicar qual o tipo de arma utilizada. Então, um alerta era enviado para paramédicos e serviços de emergência, reduzindo o tempo de chegada ao local, já que não era necessário fazer uma ligação. 

Atualmente a cidade quer transformar digitalmente o ecossistema de trânsito, por isso projeta manter um Sistema de Transporte Inteligente (Intelligent Transportation System — ITS), combinando a teoria do trânsito com soluções orientadas por tecnologia para melhorar o percurso na cidade.

6. Nova Iorque (Estados Unidos)

Foto: diegograndi/ Adobe Stock

A cidade de Nova Iorque se tornou uma referência global no assunto planejamento de grandes centros urbanos. Entre os projetos em prática para tornar a cidade em uma smart city, ações que conservam recursos como energia e água e reduzem o impacto ambiental da cidade, ao mesmo tempo em que aumentam a qualidade de vida das pessoas. 

Tudo começou em 2013, quando a cidade lançou o programa Accelerated Conservation and Effiency (ACE), que tinha como objetivo implementar um sistema de luz inteligente. Com a instalação de luzes mais ecológicas em 650 prédios de 16 agências do governo, além da economia de milhões de dólares por ano, a cidade reduziu consideravelmente as emissões de gases de efeito estufa.

Com governança proativa e uma série de bons projetos, a cidade está cada vez mais adaptada à nova realidade, oportunizando melhorias sociais e ambientais à população. 

7. Hong Kong (China)

cidades inteligentes
Foto: moofushi/ Adobe Stock

A cidade de Hong Kong investiu em aplicações integradas em diversos setores para garantir uma série de melhorias na cidade, entre elas, o sistema de iluminação pública e os sistemas de trânsito mais eficientes (com rotas mais rápidas na cidade), por exemplo. Hong Kong apostou na inovação e na tecnologia para o desenvolvimento urbano, por isso a cidade conta com internet de altíssima qualidade em todo o território, assim como pontos de wi-fi. O plano de desenvolvimento da cidade conta ainda com “plano de ação climática”, com ações que pretendem reduzir a emissão de carbono entre 65% e 70% até 2030 em relação aos níveis de 2005.



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