A transformação digital de 3 líderes da indústria 4.0

A transformação digital de 3 líderes da indústria 4.0

5 minutos de leitura

Estudo do Fórum Econômico Mundial destacou organizações que traçaram uma jornada de transformação digital de sucesso e são inspirações da Indústria 4.0.



Por Redação em 08/04/2021

Estudo do Fórum Econômico Mundial destacou organizações que traçaram uma jornada de transformação digital de sucesso e são inspirações da Indústria 4.0.

A Quarta Revolução Industrial tem feito diversas organizações combinarem uma gama de tecnologias para sanar algumas dores, com interrupções e instabilidades das operações, falhas na cadeia de suprimentos e a valorização da jornada do cliente.

Em meio a esses desafios, as principais indústrias começaram a revisar suas estratégias de crescimento, sendo inspiração para outras. Essas companhias são chamadas de “faróis” pelo Fórum Econômico Mundial.

No fim de março, a entidade lançou o estudo “Global Lighthouse Network: Reimagining Operations for Growth”, em parceria com a consultoria McKinsey & Company, para mostrar como as indústrias têm abraçado a disrupção para criar novas oportunidades.

Como destaca o relatório, a inovação não é mais opcional e, em meio a instabilidades globais (por exemplo, a pandemia), adotar tecnologias escaláveis tornou-se imperativo para impulsionar a jornada digital das indústrias.

Mas essa não é uma tarefa fácil quando muitas empresas não sabem como começar. Por isso, anualmente, o Fórum Econômico Mundial lança esse estudo para mostrar quais companhias são faróis para dar uma direção a outras.

O estudo divulgado neste ano incluiu 15 organizações que são inspirações ao mostrar o que é essencial para uma empresa estar inserida no contexto de Indústria 4.0. Abaixo, o Mundo + Tech resume três delas.

3 organizações que se destacam na Indústria 4.0

As organizações inseridas na Indústria 4.0 perceberam que não podem mais operar da mesma maneira. Elas entendem que é preciso responder rapidamente às mudanças demandadas pelos clientes, que estão cada vez mais atentos a questões como sustentabilidade.

Isso significa entender quem são eles e criar produtos customizados para cada um. Para isso, as indústrias priorizam a inovação de modelos de negócios que alavancam a adoção de tecnologias 4IR (Quarta Revolução Industrial), como:

  • Robótica.
  • Realidade aumentada.
  • Realidade virtual.
  • Blockchain.
  • Internet das Coisas (IoT).
  • Inteligência Artificial.

Uma das vantagens de adotar tecnologias 4IR, como as citadas acima, é ter uma maior transparência nos comportamentos de compra e na escolha do cliente. Quando uma empresa mantém insights atualizados sobre as preferências individuais ou em grupo de consumidores, ela sabe o que é necessário para se tornar ou permanecer relevante para ele.

A personalização de experiências em massa já é uma realidade. As organizações que entendem isso estão inovando os modelos de negócios, fazendo o melhor uso dos recursos para entregar produtos únicos ao mercado em velocidades sem precedentes.

Quer inspirar a sua empresa com essa jornada? Confira como 3 companhias viraram a chave e são destaques quando o assunto é Indústria 4.0.

1. Tsingtao impulsionou crescimento com tecnologias 4IR

A Tsingtao é a segunda maior cervejaria da China e a sexta maior do mundo. A companhia tem em seu portfólio diversos tipos personalizados de cervejas para atender à demanda do consumidor.

Em uma estratégia para criar novos modelos de negócio, ela utilizou tecnologias 4IR em toda sua cadeia de valor para otimizar a interação com o cliente, no desenvolvimento de novos produtos, na produção e na distribuição deles.

Ao capturar as preferências do cliente com precisão, a Tsingtao permitiu ir em direção ao marketing personalizado. A empresa apresentou a primeira plataforma de customização on-line do setor, permitindo embalagens customizadas para canais de vendas B2B e B2C.

“Por meio da transformação digitalizada das linhas de produção. Os funcionários reduziram os prazos de entrega de produtos personalizados de uma média de 45 para 20 dias. A quantidade mínima por pedido diminuiu de 3.000 para 15 caixas e a receita pela venda de 1.000 litros aumentou 158%, de acordo com os cálculos da fábrica”, disse Huang Kexing, presidente da Tsingtao Brewery.

Essas embalagens contam com uma espécie de “impressão digital” (uma identidade única do rótulo), que identifica toda a informação de elementos de sabor que geram demanda para orientar o desenvolvimento de novos produtos.

Assim, a Tsingtao permite produção flexível, gerenciamento automático de qualidade e produção imediata e em pequenos lotes das cervejas mais demandadas. Tudo isso com o apoio de Inteligência Artificial, levando eficiência e rapidez aos processos e clientes.

Resultados obtidos:

  • Redução de 56% no tempo de espera para entrega de um produto.
  • 50% a menos no tempo para programar uma produção.
  • Aumento de 50% na precisão da previsão de demanda por uma cerveja.
  • 70% a menos de chance de mudar um produto.
  • Aumento de 37% na preferência da marca.

2. Novo Nordisk potencializou capacidade homem-máquina

A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk implantou tecnologias 4IR para aprimorar a capacidade de seu maquinário. Isso foi possível porque ela conseguiu melhorar o Índice OEE (sigla para Overall Equipment Effectiveness ou Eficiência geral de Equipamento).

O Índice OEE mede o quanto um equipamento pode agregar valor a uma planta ou chão de fábrica. No caso da Novo Nordisk, a combinação de engenharia de dados, Analytics e aplicativos para lidar com as operações potencializaram no gerenciamento de desempenho das máquinas.

De um lado, um sistema automatizado coleta cada perda de desempenho de uma máquina, com o mínimo de intervenção humana. Do outro, os colaboradores têm acesso a esses insights em tempo real para possíveis intervenções, quando necessárias.

Aqui vale destacar o papel das colaborações humano-máquina e humano-humano na jornada. Os funcionários da linha de frente foram diretamente envolvidos no desenvolvimento de aplicativos, aprimorando a experiência de trabalho em toda a cadeia.

Resultados obtidos:

  • Melhoria de 10 pontos percentuais na eficácia geral dos equipamentos utilizados na linha de frente.
  • Redução de 40% a 85% no tempo de inatividade não planejada.
  • Aumento de 10% a 20% na eficiência dos colaboradores.
  • Mais de 10 novas funções criadas a partir da adoção de recursos digitais e analíticos.
  • Integração de aplicativos e de 3 plataformas de dados a 10 sistemas de TI diferentes.

3. Henkel buscou crescimento sustentável

A Henkel, empresa alemã de produtos químicos, como detergentes e cosméticos, tem um compromisso de reduzir em pelo menos 65% a sua pegada de carbono até 2025. Na tentativa de atingir esse objetivo, ela alavancou o uso de tecnologias 4IR em todos os seus locais de produção.

A fabricante criou em 2013 uma plataforma de dados baseada na nuvem para escalar essas tecnologias, conectando sistemas físicos e digitais de 30 fábricas e outros seis centros de distribuição ao redor do globo. São centenas de sistemas de eficiência on-line e milhares de sensores conectados, produzindo, diariamente, mais de 1 milhão de pontos de dados.

O resultado é que a Henkel tem um novo benchmarking de suas plantas em tempo real. Ou seja, é possível que todos os pontos dessa rede (as tais 30 fábricas e seis CDs) consigam identificar as práticas mais eficazes e sustentáveis.

Toda essa estratégia resultou em efeitos diretos nas ações de sustentabilidade da instituição. O exemplo destacado pela publicação do Fórum Econômico Mundial é o de uma fábrica da Espanha, que conseguiu aumentar a sua eficiência energética. A responsável por isso responde pelo nome de digitalização.

A fabricante alemã digitalizou um processo de alto consumo de energia (o que transforma um detergente líquido em sabão em pó) ao incorporá-lo ao gêmeo digital (uma réplica em 3D da fábrica, hospedada na nuvem).

Com ajuda de um sistema potencializado com Machine Learning, é possível simular operações e definir regras que resultem numa operação sem falhas, bem como ações de sustentabilidade e segurança. O resultado foi uma redução de 16% no consumo total de energia, de 4% do uso de água e 35% a menos na geração de lixo.

A expectativa é que a solução seja replicada em outras 17 fábricas equipadas com a estrutura que realiza o processo de secagem por aspersão (spray drying).

A publicação ainda ressalta outros impactos indiretos do uso de tecnologia em prol das ações de sustentabilidade. Um exemplo é a conectividade e a digitalização do chão de fábrica, que permitem o monitoramento e benchmarking em todos os locais de produção para identificar as práticas mais eficazes e sustentáveis. A Henkel diz ter conseguido eliminar em 70% o uso de papel.

Resultados obtidos:

  • Redução de 70% dos processos de fabricação de papel no chão de fábrica.
  • 35% de redução no desperdício total.
  • Redução de 16% no consumo total de energia
  • Uso de CO2 diminuiu 10%.
  • Redução de 4% no uso total de água.

Principais destaques desta matéria

  • Fórum Econômico Mundial divulgou quem são os líderes da Indústria 4.0.
  • Organizações escolhidas são inspirações para outras que querem entrar na Quarta Revolução Industrial.
  • Conheça como 3 companhias estão conseguindo benefícios com a adoção de tecnologias 4IR.

E-book gratuito: saiba como implementar uma cultura de cibersegurança na sua empresa

Saiba mais


Matérias relacionadas

smart city pindamonhangaba Estratégia

Pindamonhangaba quer status de smart city internacional

Gestão da cidade paulista, que já foi certificada pela ISO no Brasil, tem plano arrojado para 2024

carlos eduardo gabriel Estratégia

Citi avança no uso de inteligência artificial

Com Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CoE), o banco conduz estratégia para aprimorar práticas e adoção da tecnologia, explica especialista de dados da instituição

relatorios esg Estratégia

Relatórios ESG obrigatórios ganham protagonismo

Empresas de capital aberto vão precisar se adaptar à regulação, que começa em 2026

regulamentação ia Estratégia

UE aprova regulamentação do uso da IA

A União Europeia é pioneira com o projeto de lei original, apresentado pela primeira vez em abril de 2021