As fake news por trás do 5G

As fake news por trás do 5G

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Entenda como boatos sobre o 5G têm se espalhado nas redes sociais e levado pessoas a tentar impedir testes com a rede móvel nas cidades.



Por Redação em 06/08/2019

Entenda como boatos sobre o 5G têm se espalhado nas redes sociais e levado pessoas a tentar impedir testes com a rede móvel nas cidades.

Principais destaques:

  • Boatos sobre 5G são cada vez mais compartilhados nas redes sociais;
  • No Brasil, deputado estadual apresentou PL para impedir 5G com base em fake news;
  • Página criada em 2018 é apontada como pontapé na divulgação de notícias falsas sobre a rede móvel.

O compartilhamento de notícias falsas sempre que uma tecnologia começa a ser viabilizada no mercado não é novidade. Quem nunca ouviu aquele boato que o celular causava câncer? Agora, a “vítima” da vez é o 5G, que foi pauta de um projeto de lei em Santa Catarina para proibir a chegada da rede móvel. O problema é que a matéria foi baseada em uma fake news.

O PL/02415/2019 foi apresentado por um deputado estadual, na segunda quinzena de julho, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. O argumento usado para querer a proibição foi uma notícia falsa de que centenas de pássaros teriam morrido durantes testes do 5G na Holanda. O fato já foi desmentido pelo site Wired e o Projeto de Lei foi arquivado no último dia 30.

FIQUE POR DENTRO: Os três casos de uso do 5G

Em entrevista ao site UOL, Leonardo Euler de Morais, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, disse que é legítima a preocupação sobre radiação ionizante, mas que as fake news são um grande problema. “[Elas] têm incentivado ideias e projetos.”

Quem está por trás dos boatos sobre o 5G?

Alzheimer, autismo, câncer e infertilidade. Essas seriam algumas “consequências” do uso do 5G compartilhado por ativistas anti-5G. Mas não há nenhuma comprovação científica para embasar se a tecnologia tem um efeito prejudicial na saúde dos humanos.

Boa parte dessas fake news tem origem nos posts compartilhados por uma página chamada “Stop5G” em uma rede social (a página saiu do ar, mas é possível encontrar outros “filhotes dela”). Com quase 20 mil curtidas, ela foi criada em 2018 por John Kuhles, um pesquisador holandês sobre OVNIs, de acordo com este artigo do site Wired.

Os conteúdos compartilhados na página levaram moradores de Glastonbury (Reino Unido) a pedir a suspensão dos testes 5G que uma operadora de telecomunicação local faria durante o festival de música local no início de julho deste ano.

Como aponta a publicação do Wired, não há evidências sólidas de que o 5G cause algum dano ao ser humano, mas que os rumores são atualizações de notícias falsas divulgadas de tecnologias passadas.

O início de tudo

O 5G está em evidência na onda de boatos sobre como tecnologias podem impactar negativamente a saúde das pessoas. Mas há quase 20 anos, um nome foi o responsável por iniciar um movimento sobre os riscos de se expor a dispositivos tecnológicos: o físico Bill P. Cury.

Segundo um artigo do site The New York Times, em 2009, um condado da Flórida (Estados Unidos) considerou implementar redes sem fio e laptops nas escolas públicas e Cury foi chamado para avaliar os riscos à saúde.

No relatório apresentado pelo físico, um gráfico mostrava que os danos nos tecidos cerebrais aumentavam quando uma pessoa era exposta a uma alta frequência de ondas de rádio. Mas o que Cury não considerou foi que a pele humana funciona como uma barreira e protege os órgãos quando expostos a uma radiação crescente.

Mas o 5G causa algum dano à saúde?

Embora o relatório de Bill P. Cury ainda seja usado como referência da relação radiofrequência e câncer, não há pesquisas na comunidade científica que comprovem os riscos de exposição a dispositivos e redes móveis.

Olhando para o cenário de negócios, os municípios que criam barreiras para impedir a implementação do 5G podem perder investimentos e a garantia de entregar produtos e serviços com qualidade e cobertura para clientes e consumidores.



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