De acordo com o Relatório de segurança cibernética de 2023 da Check Point Software, que analisa os dados do ano anterior, os ataques cibernéticos globais aumentaram 38% em 2022, em comparação com 2021. Uma das principais razões, segundo o estudo, foi o conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia, que ocasionou danos cibernéticos e disseminação de malwares, dentre outros ataques. O setor de saúde foi o mais prejudicado, com aumento anual de 74% das ações.
O relatório pontua que o foco na infraestrutura da área de saúde decorre não apenas do apelo de obter acesso aos dados e registros médicos mais confidenciais, mas também da garantia de cobertura da mídia, o que aumenta a pressão sobre as instituições do setor.
“Muitas organizações da área de saúde têm um bom gerenciamento de riscos, mas carecem de uma estratégia consolidada, colaborativa e abrangente, que ofereça verdadeira resiliência de segurança cibernética. O nível de ameaça continua a crescer e as consequências só podem ficar mais sérias”, disse o gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Software Brasil, Fernando de Falchi, ao Inforchannel.
No Brasil, cada organização do setor de saúde foi atacada em média 1,8 mil vezes por semana nos últimos seis meses (outubro de 2022 – março de 2023). Os segmentos de educação, pesquisa e órgãos governamentais também são bastante visados.
Conflito na Ucrânia aumentou a disseminação de ataques cibernéticos
Conforme o levantamento da Check Point, o início da guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe um aumento massivo de ataques realizados por cibercriminosos afiliados à Rússia contra a Ucrânia. Um deles foi a disseminação do malware wiper, com o objetivo de interromper as operações dos sistemas visados. Além disso, houve ataques à rede elétrica ucraniana, com pelo menos nove malwares diferentes.
Porém, ucranianos e aliados contra-atacaram, afetando a infraestrutura, entidades governamentais e financeiras. Segundo os pesquisadores da Check Point, a partir de setembro de 2022 as ações maliciosas contra a Ucrânia diminuíram, enquanto os ataques cibernéticos contra países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se intensificaram.
O relatório aponta o crescimento de vários crimes digitais desde o início da guerra:
- ataques de ransonware, uma espécie de sequestro de dados;
- hacktivismo, uma atividade ligada ao ativismo político;
- ataques a redes baseadas em nuvem;
- uso de ferramentas integradas ao sistema operacional, que já estão instalados nos sistemas de destino.
A Check Point Software destaca que, seja uma tentativa de ataque de ransomware, violação de dados, phishing ou uma invasão à cadeia de suprimentos, a adoção de estratégias de prevenção faz toda a diferença. Cada vez mais, as organizações precisam estar atentas aos riscos e adotar ferramentas de segurança para garantir a operação e integridade de seus dados.