Durante a pandemia, o consumo de streaming aumentou de forma expressiva. Além do mercado de entretenimento, o serviço passou a ser utilizado para viabilizar congressos e eventos virtuais, em plataformas de educação e até no varejo, tendência conhecida como shopstreaming (ou live commerce).
Conforme uma matéria publicada pela Futurecom Digital no final de 2020, os serviços de vídeo on-demand, como a Netflix, a Amazon Prime Video, a Globoplay e o YouTube, entre outros — já eram, na ocasião, mais assistidos que todas as emissoras de televisão juntas, com exceção da Rede Globo, que figurava como líder de audiência no país. Na mesma época, uma pesquisa da Nielsen Brasil com a Toluna apontava que 42,8% dos brasileiros consomiam streaming diariamente e 43,9%, pelo menos uma vez na semana. Apenas 2,5% não assistiam nada nas plataformas.
De lá para cá, esse mercado só cresceu. Hoje, já existem vários serviços de streaming de games, que permitem que o usuário jogue onde estiver, com o hardware que quiser, sem necessidade de um PC Gamer, pois os jogos não precisam ser instalados no dispositivo, ou de um novo console. Basta apenas uma conexão rápida à internet. A Twitch, principal plataforma global de streaming de games, registrou um crescimento de 120% só em 2020. Até o Google já lançou sua própria plataforma de games em streaming, a Stadia.
O grande apelo do streaming é que as pessoas podem assistir, ouvir ou jogar, em qualquer lugar ou dispositivo, sem a necessidade de fazer um download. O serviço, basicamente, é uma transmissão de dados entre um servidor (da empresa que oferece e armazena aquele arquivo) para um usuário, que não precisa de memória ou espaço de armazenamento.
Conectividade é uma barreira à expansão
Porém, de acordo com reportagem da Folha de São Paulo, a desigualdade social limita o mercado de streaming. Nas classes A e B, o acesso chega a 94%; nas D e E, 43%. As diferenças regionais são grandes: Sudeste, 76%, Nordeste, 61%. Os dados são do Itaú Cultural e DataFollha.
Para ampliar o acesso, o 5G fará toda a diferença. Isso porque, apesar das inovações propiciadas pelo streaming, em muitas localidades a falta de conectividade impede a popularização do uso. Claro que questões econômicas também são um limitador, mas de acordo com um estudo da FGV, o Brasil já contabiliza 2,1 dispositivos digitais por habitante. Ou seja, com melhor acesso à internet, o potencial de crescimento das opções de streaming no país é muito grande.
Tendências do streaming
Além das plataformas educacionais e de negócios, cujo uso se consolidou ao longo da pandemia, impulsionado pelo isolamento social, outras tendências se mostram promissoras para o setor.
1. Interatividade
Nas produções focadas em entretenimento, uma das grandes tendências é a interatividade, ou seja, quando o usuário consegue escolher os rumos do conteúdo. Um exemplo disso é o filme Black Mirror: Bandersnatch, uma produção da Netflix, que permite que quem assiste influencie o desfecho.
2. Live streaming
Em streamings ao vivo, cada vez mais será possível interagir com pessoas que estão assistindo ao mesmo conteúdo. Hoje, alguns serviços, como o Disney+, já permitem que o usuário assista ao mesmo conteúdo junto com outras pessoas, em outro local físico. A tendência é que este recurso se torne cada vez mais comum.
3. Realidade virtual e realidade aumentada
Os recursos, aliados à transmissão de altíssima definição (8K), permitirão uma verdadeira imersão do público.
4. Live commerce
A tendência do streaming também já chegou ao varejo, com conteúdos que prometem melhorar a experiência de compra dos clientes. A Amazon, por exemplo, já oferece a possibilidade de transmissão, via streaming, de programas dos varejistas de seu marketplace.
A diferença desta solução e dos programas tradicionais de vendas é que, com elas, o consumidor é quem busca a interação com o fornecedor, que pode criar estratégias diferentes para aumentar o engajamento e aproximar os clientes.