Algumas cidades brasileiras estão liderando o ecossistema de inovação na América Latina. De acordo com o Global Tech Ecosystem Index 2025, os municípios de São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR) foram reconhecidos como destaques e lideranças em inovação, tanto no contexto regional quanto global. O índice, que envolveu ecossistemas tecnológicos de 288 cidades, em 69 países, considera métricas como investimento, inovação, talento e resultados, e está posicionado como uma fonte de referência global para startups, capital de risco e ecossistemas tecnológicos.
O Global Tech Ecosystem Index 2025 foi estruturado e categorizado em três pontos focais: Global Champions (maior escala), Density Leaders (alto desempenho per capita) e Rising Stars (crescimento rápido), com rankings e exemplos de cidades que lideram em cada categoria. O índice também inclui análises de setores específicos, como IA e Deep Tech, além de insights locais de representantes de diferentes regiões do mundo.
Para Renan Rocha, da SP Negócios, um dos principais desafios enfrentados por São Paulo é a escassez de capital de risco disponível para startups, especialmente nos estágios iniciais. “O capital de risco é fundamental para o desenvolvimento de soluções inovadoras, pois as startups frequentemente operam em mercados incertos e precisam de recursos para testar e validar seus modelos”, ponderou. Segundo ele, o desafio é intensificado por fatores macroeconômicos, especialmente as altas taxas de juros, que tendem a direcionar as prioridades de investimento para ativos de menor risco, reduzindo a disponibilidade de capital para investimento de alto risco. “Como resultado disso, mesmo startups com alto potencial podem ter dificuldades em garantir o financiamento necessário para crescer e escalar”, acrescentou.
O Global Tech Ecosystem Index 2025 foi elaborado pela Dealroom e, segundo a organização, foi concebido para fornecer uma “visão multidimensional de onde a inovação prospera, ajudando as cidades a entenderem suas forças, lacunas e posição global”. Além disso, segundo a organização, o índice responde a uma demanda crescente de formuladores de políticas públicas para construir economias de inovação locais.
Confira os destaques brasileiros entre cidades inovadoras:
São Paulo ocupa a primeira posição no Global Champion na América Latina, o 5º lugar como Density Leader e a 5ª posição como Rising Star na região. O relatório detalha que a cidade é um polo que concentra os principais atores que impulsionam a inovação — grandes corporações, fundos de investimento, aceleradoras, incubadoras e universidades —, criando um terreno fértil para colaboração, financiamento e oportunidades de escala.
A capital paulista também se destaca por oferecer acesso a um dos mercados consumidores mais diversos e amplos da América Latina. Apesar disso, enfrenta como principal desafio a escassez de capital de risco para startups, intensificada por fatores macroeconômicos.
Belo Horizonte se destaca como a 1ª colocada no Density Leader e lidera o Rising Star na América Latina. Globalmente, ocupa a 4ª posição no Rising Star.
Por sua vez, Curitiba figura como a 2ª melhor colocada no Density Leader e no Rising Star na América Latina. No cenário global, a capital paranaense é a 6ª no Rising Star.
Global Champions
Globalmente, a área da baía de São Francisco (EUA) continua sendo a líder. Outras cidades em destaque incluem Nova York (EUA), que ocupa a 2ª posição, seguida por Boston (EUA), Paris (França), Austin (EUA) e Londres (Reino Unido). Paris é ressaltada como o principal hub na Europa, seguida por Londres. Novos centros, como Austin, Tel Aviv (em Israel, ocupando a 10ª posição) e Estocolmo (na Suécia, com a15ª colocação) também desenvolveram ecossistemas substanciais.
Density Leaders
Novamente, San Francisco se destaca, mas outros centros de alta produção incluem Boston, seguido por Nova York, Cambridge (Reino Unido), Munique (Alemanha) e Tel Aviv. Cidades menores, como é o caso de Cambridge, Munique e Tel Aviv, demonstram a densidade e o elevado desempenho de seus ecossistemas.
Rising Stars
Lagos (Nigéria) lidera a lista global, tendo criado cinco unicórnios e multiplicado seu valor empresarial em 11,6 vezes desde 2017, apesar de uma economia menor. O ranking de “Rising Stars” (em ascenção) global inclui outras cidades de mercados emergentes, como Istambul (Turquia), Pune, Chennai e Mumbai (Índia), Riade (Arábia Saudita) e Joanesburgo (África do Sul), além das brasileiras Belo Horizonte e Curitiba.