A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Identificação e autenticação digitais no Brasil foi apresentada durante o MobiMeeting Finance + ID, realizado em São Paulo na semana passada, e revela que, enquanto os brasileiros avançam na adoção de tecnologias digitais, a segurança online continua sendo um desafio.
No geral, 65% dos brasileiros com smartphone já foram alvo de golpes da falsa central telefônica e 25% deles chegaram a compartilhar informações pessoais com os golpistas. A pesquisa, que entrevistou 2.067 brasileiros com acesso à internet e smartphone, destaca a necessidade de aumentar a conscientização sobre os riscos e mecanismos de defesa contra fraudes.
O estudo aponta os jovens de 16 a 29 anos como as vítimas mais frequentes, com 38% deles tendo fornecido dados pessoais aos golpistas em ligações fraudulentas. Essa faixa etária também lidera em perdas financeiras, com 27% dos jovens que receberam a ligação tendo perdido dinheiro. Homens (19%) também se mostraram mais suscetíveis a perdas em comparação com as mulheres (14%).
Golpe do Pix no WhatsApp
Outro dado da pesquisa é a alta efetividade do golpe do Pix no WhatsApp: 48% dos brasileiros que foram alvo dessa fraude relataram que algum conhecido caiu no golpe, enviando dinheiro aos criminosos. A pesquisa indicou também que os golpistas se passam por jovens em apuros para enganar seus pais, com 63% dos jovens de 16 a 29 anos relatando que algum amigo ou parente já caiu nesse golpe.
Também houve aumento no uso de recursos de segurança, com a proporção de brasileiros que não usam bloqueio de celular caindo de 16% em 2018 para 3% em 2024. O reconhecimento facial, por sua vez, cresceu de 1% para 22% no mesmo período. No entanto, hábitos inseguros persistem, com 70% dos brasileiros admitindo reutilizar senhas em diferentes contas e 30% utilizando datas de aniversário e nomes de familiares na composição de senhas.
Enquanto a memorização de senhas pelo navegador se populariza entre os jovens (27% no grupo de 16 a 29 anos), a prática de anotar senhas em papel ainda é comum entre os mais velhos (32% no grupo com 50 anos ou mais). A pesquisa também mostra uma queda no uso da memória cerebral para armazenar senhas, de 75% para 49%, o que pode indicar uma migração para ferramentas de gestão de senhas.
Segurança digital
O levantamento da Mobile Time com a Opinion Box constatou ainda que 21% dos brasileiros já tiveram algum serviço digital invadido, evidenciando a importância da segurança digital na rotina dos usuários.
A percepção de segurança também varia entre os métodos de autenticação. Leitura de digital e reconhecimento facial são considerados os mais seguros, enquanto senhas são vistas de forma neutra. Já o token por SMS, escaneamento de íris e reconhecimento de voz receberam avaliações negativas.
Em relação à gestão de dados pessoais, os bancos e órgãos governamentais inspiram maior confiança, enquanto as redes sociais são vistas com desconfiança por 53% dos brasileiros.
A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box é realizada a cada dois anos e busca um panorama da segurança digital no Brasil, expondo as vulnerabilidades e a necessidade de maior conscientização e adoção de práticas seguras para proteger os usuários em um mundo cada vez mais digital.