Em tempos de isolamento, realidade aumentada pode manter produtividade e eficiência ao possibilitar diagnóstico de processos e treinamento remoto.
A realidade aumentada (RA) se mostrou uma tecnologia em potencial nesse período de pandemia. O surto de COVID-19 exigiu das empresas a adoção de soluções mais avançadas e virtuais para dar continuidade nos produtos e serviços ofertados.
Segundo relatório publicado recentemente pela ReportLinker, companhia de análise de mercado de TI, embora o mercado global de RA termine 2020 com uma taxa de crescimento de -2,08% (US$ 96 bilhões), as empresas verão um aumento da demanda pela tecnologia pós- COVID-19.
Parte dessas demandas vão surgir da necessidade de realizar demonstrações remotas de produtos e serviços ou treinamentos para funcionários e clientes. Além disso, o Blockchain terá papel fundamental na retomada do mercado nos próximos anos.
Como mostra a pesquisa da ReportLinker, Blockchain vai permitir desenvolvedores de soluções de RA a criarem ativos digitais exclusivos que não poderão ser copiados por terceiros, ou até mesmo o rastreamento de dados coletados por uma plataforma de RA.
Aqui, trazemos dois exemplos para explicar essa convergência da realidade aumentada e Blockchain:
- Ativos digitais:
Uma companhia do setor imobiliários pode projetar imóveis e usar realidade aumentada para fornecer uma experiência do usuário a um potencial cliente. Todo o desenho arquitetônico e o uso de RA para simular o apartamento podem ser armazenados em um sistema Blockchain, que vai validar que aquele projeto é da companhia. - Rastreamento de dados:
Na indústria, óculos de RA podem ser usados para ajudar na manutenção de uma máquina. Toda a leitura feita (data, hora do conserto, tipo de falha, status do equipamento) pode ser enviada para um sistema Blockchain com o intuito de evitar duplicidade na manutenção, por exemplo.
Realidade aumentada em tempos de pandemia
Como a realidade aumentada pode ajudar as empresas nesse tempo de distanciamento social? Uma resposta simples seria no diagnóstico de problemas e treinamento de funcionários quando especialistas não podem estar presentes.
Essa perspectiva positiva da tecnologia é citada por Michael Campbell, vice-presidente executivo e gerente geral de produtos de realidade aumentada da PTC, empresa especialista em RA, IoT e outras inovações.
O executivo conversou com Karen Roby, repórter do site TechRepublic, sobre o potencial da tecnologia durante este período. Abaixo, o Mundo + Tech reúne os principais destaques da conversa. Confira.
“RA é sobre transferência de conhecimento”
Com o distanciamento social, a tecnologia cumprirá a função de transferir conhecimento. Para o especialista, a RA “tem ajudando as empresas no diagnóstico de problemas, permitindo manter as máquinas funcionando e gerando valor de negócios.”
Os diferentes cenários com realidade aumentada
Segundo Campbell, a RA é uma maneira “incrivelmente atraente de apresentar informações sobre um processo”. Por exemplo, fornecer instruções de desmontagem ou inspeção de uma máquina. Isso garante eficiência diante de operações técnicas e complicadas.
Outro caso de uso é a possibilidade de uma plataforma de realidade aumentada ser alimentada com as experiências dos colaboradores e, assim, serem compartilhadas com outros, possibilitando escalar o conhecimento e técnicas.
Profissionais mais experientes podem ser equipados com óculos de RA, permitindo a captura do conhecimento especializado para prover um treinamento mais assertivo, instruindo um colaborador com tudo que ele precisa saber para determinada demanda.
Já uma terceira abordagem da realidade aumentada, e bastante frequente por sinal, é a assistência especializada remota. “Pense nisso como o FaceTime, mas usando esteroides”, disse Campbell para Karen.
Se em um trabalho de campo, um problema é encontrado, não será preciso esperar por um especialista para consertar a falha. Uma chamada de vídeo baseada em RA pode indicar onde está o erro e, a partir de anotações a tela, o operador é instruído sobre como consertá-lo.
Como destacou o executivo da PTC, esses três cenários do uso de RA no meio da pandemia podem manter a produtividade e velocidade dos negócios de uma empresa.
A tecnologia do ponto de vista comercial
A pandemia da COVID-19 impactou todos os setores. No entanto, a retomada em alguns como o de turismo podem demorar muito mais que em outras. Segundo Campbell, houve um “aumento não só no interesse pela tecnologia, mas na demanda por causa da pandemia.”
Do ponto de vista comercial, para o executivo, a RA vai ajudar as empresas a chegarem a lugares que, até então, não podem mais devido ao isolamento social. É a possibilidade de se aproximar de clientes ao gerar valor nos produtos e serviços ofertados e, agora, apoiados na tecnologia.
Em tempos de pandemia, Campbell fala das parcerias no desenvolvimento de soluções baseadas em realidade aumentada. Para ele, é uma forma das empresas entenderem como tirar proveito da tecnologia durante o período.
Confira mais percepções de Michael Campbell sobre a tecnologia na entrevista em vídeo (em inglês) com Karen Roby. Basta clicar no player abaixo: