Como a realidade virtual vai mudar sua maneira de fazer negócios

Como a realidade virtual vai mudar sua maneira de fazer negócios

3 minutos de leitura

Realidade virtual será um negócio global de US$ 150 bilhões, mas tecnologia esbarra em alguns obstáculos como problemas de hardware e conteúdo.



Por Redação em 18/12/2019

Realidade virtual será um negócio global de US$ 150 bilhões, mas tecnologia esbarra em alguns obstáculos como problemas de hardware e conteúdo.

A realidade virtual (VR, sigla em inglês) é uma tecnologia que ainda busca seu lugar ao sol. Se muitos acreditam que ela sirva apenas para reproduzir conteúdo pré-fabricado, por outro lado, há quem ache que a inovação tem o potencial de criar e compartilhar novas formas de interação.

Como mostra este artigo da publicação The Startup, a tecnologia tem um grande desafio para os próximos anos: como engajar cliente e negócios quando muitos acham que a experiência com um óculos de VR é enganosa ou manipulada?

O ritmo lento do mercado dessa tecnologia também tem sido outro problema. Enquanto startups especializadas criam novas estratégias para sobreviver com menos receita, grandes empresas têm sido cautelosas em investir muito em soluções de realidade virtual.

A newsletter do site Axios, especializado em tecnologia e inovação, destaca alguns pontos sobre o setor:

  • Duração da bateria, resolução da tela e desconforto são alguns impeditivos para a tecnologia se torne popular, principalmente para usuários finais.
  • Ao focar os usuários finais, muitas empresas abriram mão de ofertar uma boa experiência como forma de reduzir os custos da tecnologia.
  • Sem contar que ainda não há conteúdo suficiente para impulsionar as vendas de óculos de realidade virtual e outros hardwares. Se as vendas estão baixas, criadores de conteúdo não enxergam o mercado como atraente.
  • Por isso, muitas empresas de VR apostam no uso comercial da tecnologia como forma de ajudar outras companhias a melhorar a produtividade e reduzir custos das operações.

Realidade virtual começa a impactar o setor financeiro

O varejo pode até ser um setor de destaque quando o assunto é realidade virtual. Esta e outras tendências tecnológicas e como elas podem impactar os varejistas foram até abordadas em outra publicação aqui no Mundo + Tech.

Mas não é somente no varejo que a tecnologia se mostra útil, ainda mais na perspectiva de negócios. Quando se trata de treinamento, projetos de design e construção, a realidade virtual tem gerado valor em empresas do setor imobiliário, manufatura e saúde.

Quem tem feito provas de conceito com a tecnologia são as companhias instaladas na Wall Street. O setor financeiro precisa analisar cada vez mais um grande conjunto de dados complexos.

Então, como a VR poderia ajudar? De duas formas: uma seria a visualização multidimensional dos gráficos para que os brokers tomem a melhor decisão. Outra é criar uma experiência imersiva entre consultores e clientes para explicar sobre investimentos e outros assuntos.

O Bank of America, por exemplo, quer melhorar os recursos de visualização de dados. Para isso, trabalha em um protótipo que utiliza a Unreal Engine, um motor de jogo desenvolvido pela Epic Games e utilizado em títulos como Fortnite e Gears of War.

Segundo o banco, em matéria publicada no site Business Insider, os experimentos serão focados nas capacidades de negociação, mas vistos como potencialmente aplicáveis em todas as áreas da instituição. O objetivo é lançar um protótipo em 2020.

Seria mais ou menos como criar uma sala de dados para visualizar os gráficos em 360º e conseguir movê-los para identificar padrões e antecipar cenários. No modelo atual, os especialistas olham um gráfico bidimensional de um excel.

Outros casos de uso da VR

Embora as empresas encontrem dificuldades, o mercado de realidade virtual é promissor. Segundo a IHS Markit, empresa de informações, análises e soluções críticas, a estimativa é que a tecnologia será, em 2020, um negócio global de US$ 150 bilhões (R$ 607 bilhões).

Abaixo, você confere alguns exemplos de como grandes companhias estão utilizando a VR para impactar os negócios:

  • Volkwagen: a empresa desenvolveu um aplicativo de VR que pode ser usado como uma sala de reuniões digital. O intuito é que as equipes envolvidas em algum projeto discutam o design dos automóveis e consigam otimizar o tempo em reuniões.
  • Walmart: nas lojas dos Estados Unidos, os funcionários utilizam um óculos de realidade virtual para acessar diversos conteúdos sobre diversas atividades que eles podem realizar nos estabelecimentos. O uso da tecnologia para treinamento aumentou a confiança e retenção dos colaboradores.
  • Oxford VR: a instituição da Universidade de Oxford criou um programa em que pacientes com fobia de altura utilizam um óculos VR e são transportados para um andar de um shopping em que devem superar uma série de desafios.
  • Medical Realities: a empresa de assistência médica oferta treinamento cirúrgico de alta qualidade por meio da realidade virtual. Para isso, a companhia filma cirurgias em 4k e com múltiplos ângulos para, junto com modelos de CGI, levar uma experiência interativa e imersiva.
  • IKEA: a varejista integrou a tecnologia de VR ao aplicativo móvel para que os clientes pudessem ter uma visão de como um móvel ficaria no ambiente antes de finalizar a compra.

Mas a VR vai ganhar destaque?

Sim. Mas nos próximos dez anos, acredita o Business Insider. Segundo a publicação, a realidade virtual tem tudo para se tornar um pilar nas empresas, principalmente as financeiras. Mas a falta de um hardware capaz de entregar recursos ágeis e interativos é ainda um obstáculo.

Principais destaques desta matéria:

  • Realidade virtual será um negócio global de US$ 150 bilhões em 2020.
  • Mas falta de hardware potente e de conteúdo são alguns obstáculos para a adoção massiva.
  • Conheça setores que têm utilizado VR para impactar os negócios.

Especialistas detalham o cenário do déficit de talentos em TIC e pontuam formas de combater

Saiba mais


Matérias relacionadas

ciberataques na nuvem Estratégia

Ciberataques na nuvem se tornam mais frequentes e perigosos

Relatório da CrowdStrike revela que esse tipo de ataque cresceu em 75% dos casos em 2023

tic Estratégia

Demandas por cloud e segurança crescem com a expansão do ecossistema de TIC

Consolidação da IA e IoT exige cada vez mais investimentos em tecnologias habilitadoras e em segurança

daniel feche Estratégia

“Experiência do cliente é mais foco do que nunca no varejo”

Daniel Feche, head de Varejo para Soluções Digitais da Embratel, destaca que a tecnologia é essencial para garantir a melhor experiência de consumo

roberta buzar Estratégia

Olhar feminista vem de casa e ganha força a cada geração

Roberta Buzar, da Embratel, conta como a mãe, a chefe e outras mulheres a empoderaram, e mostra que essa corrente se mantém