Digitalização de empresas brasileiras de pequeno e médio porte pode adicionar até US$ 9 bilhões ao PIB nacional até 2024.
A resposta para a pergunta do título deste artigo poderia ser somente “com tecnologia”. Porém, inovação em empresas de pequeno e médio porte não é só isso. Desde o início da pandemia de COVID-19, muitas precisaram se reinventar, seja em processos, operações e cultura.
Por exemplo, já imaginou uma autoescola ofertar aulas on-line para manter a continuidade dos negócios? Essa foi a realidade de um cliente da Embratel que precisou organizar seus processos devido ao fechamento de estabelecimentos e órgãos físicos, como o Detran.
Aliás, essa virada de chave foi sentida por muitos pequenos e médios negócios. Uma pesquisa de julho deste ano do Sebrae mostrou que a pandemia mudou as operações em 5,3 milhões de pequenas empresas no Brasil, enquanto outras 10,1 milhões interromperam suas atividades.
O estudo destacou ainda que, das empresas em operação, 41,9% passaram a realizar atendimentos on-line. Já 21,6% adotaram o trabalho remoto. Ou seja, a transformação digital impulsionada pela pandemia não foi exclusivamente de grandes organizações.
Porém, o cenário para empresas de pequeno e médio porte ainda é bastante desafiador. O Estudo de Maturidade Digital das Pequenas Empresas 2020, realizado pela Cisco com a IDC, mostrou que, no Brasil, este segmento tem uma maturidade digital que deixa a desejar.
“Esse segmento no Brasil ainda precisa de muita maturidade digital. Uma outra pesquisa da IDC mostrou que mais de 80% das empresas de todos os portes estão em uma fase embrionária da transformação digital”, comenta Adriano Pires, diretor de vendas mercado empresarial da Embratel.
Apesar dessa longa jornada de inovação, o relatório da Cisco mostra uma expectativa positiva: a digitalização dessas empresas pode somar uma média de US$ 9 bilhões ao PIB brasileiro até 2024.
Caminhando para a inovação
Ao contrário de grandes corporações, a transformação digital de empresas de pequeno e médio porte esbarra na questão orçamentária. Mas isso não impede que os empreendedores busquem maneiras de digitalizar seus serviços e ofertar melhores produtos e atendimento ao consumidor.
Por exemplo, antes da pandemia, muitas empresas deste segmento buscavam desenvolver estratégias para estarem alinhadas com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Porém, a nova dinâmica do mercado exigiu delas um novo jeito de se relacionar no ambiente digital. Essa se tornou a prioridade.
Como citamos no início deste texto, preparar-se para estar presente on-line na intenção de dar continuidade aos negócios não é somente adotar tecnologias, é ter um planejamento. O relatório da Cisco com a IDC aponta justamente isso nos dados referentes ao Brasil:
Quais são as prioridades “digitais”?
- 20% esperam entregar melhores experiências ao consumidor.
- 17% querem aprimorar as operações e os serviços de delivery.
- 17% esperam crescer ou expandir no mercado que atuam.
Em quais os desafios dessas prioridades?
- 18% encontram resistência em mudar a cultura organizacional.
- 17% citaram a falta de competências.
- 12% não acharam uma tecnologia que habilite a inovação.
Quais tecnologias querem investir?
- 16% em computação em nuvem.
- 12% em melhorar os softwares de TI.
- 9% em atualizar os hardwares de TI.
Apesar de a segurança não estar entre os três principais investimentos de tecnologia no Brasil (esse fator é o terceiro entre os outros países participantes da pesquisa), empresas de pequeno e médio porte têm olhado para essa questão, afirma Adriano.
“Houve uma aceleração da jornada de digitalização por conta da pandemia de COVID-19 e o uso de serviços em nuvem fez essas empresas buscarem soluções digitais focadas em segurança, como a Assessment LGPD”, explica o executivo da Embratel.
A razão é que o aumento no armazenamento e manipulação dos dados dos clientes na nuvem fez com que este segmento olhasse com mais prioridade para a LGPD.
Existe uma escala de transformação digital dessas empresas?
Adriano acredita que podem existir etapas da transformação digital de empresas de pequeno e médio porte. O diretor de vendas destaca três pontos:
- Presença dessas empresas no ambiente digital.
- Oferta de serviços que podem ser consumidos (transacionados) on-line.
- Processamento dos dados na nuvem.
Por sinal, este último ponto é o de maior foco nessa jornada de inovação, pontua Adriano. A explicação é que a computação em nuvem vai trazer escalabilidade e flexibilidade aos negócios. Então, por mais que as empresas estejam na internet, processar os dados on premise é um risco.
“Uma empresa pode estar na internet, mas se ela processa os dados em um servidor físico, ela não consegue ter visibilidade, ampliar as operações em curto prazo ou agregar valor ao negócio, porque a infraestrutura é rígida”, explica.
Independentemente de onde os dados estão – na nuvem ou data center – a segurança está no radar dessas empresas. “O cliente dessas empresas migrou para o digital e começou a consumir os serviços delas pela internet. Então, elas passaram a se preocupar com isso.”
Essa preocupação com segurança vai além dos dados: as empresas querem a garantia de disponibilidade. Com a pandemia forçando o fechamento de lojas físicas, muitas não querem ter a dor de cabeça de ver seu site ou e-commerce fora do ar, por qualquer motivo que seja.
“As empresas precisam para de olhar para as próprias vitrines e estar onde o cliente está, neste caso, no digital. Elas devem estar disponíveis para os consumidores ainda mais do que antes, já que elas estão 24 horas oferecendo e vendendo produtos e serviços”, conclui.
Principais destaques desta matéria
- Empresas de pequeno e médio porte também estão na corrida pela inovação.
- Apesar da maturidade digital ainda ser baixa, segmento busca reinventar processos e culturas
- Assim como a adoção de tecnologias que trarão agilidade e segurança aos negócios.