Como um robô que se autocura pode beneficiar a sua empresa

Como um robô que se autocura pode beneficiar a sua empresa

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Projeto colaborativo criou um robô que é capaz de se regenerar após sofrer danos durante a execução de um trabalho.



Por Redação em 19/08/2019

Projeto colaborativo criou um robô que é capaz de se regenerar após sofrer danos durante a execução de um trabalho.

Principais destaques:

  • Robôs podem ajudar na redução de carga de trabalho e ambiente mais seguro;
  • Pesquisadores desenvolveram um robô que é capaz de se regenerar por conta própria;
  • Isso é possível por conta do uso de materiais flexíveis, Machine Learning e sensores.

Da colheita de frutas à pequenas cirurgias. O uso de robôs tem sido apontado pelos cientistas como uma solução necessária para reduzir a carga de trabalho das pessoas, criar um ambiente mais seguro e melhorar a qualidade de vida.

Um exemplo são as mãos robóticas desenvolvidas por cientistas da Vrije Universiteit Brussel, universidade independente de Bruxelas (Bélgica). Elas foram criadas em 2017 com materiais flexíveis para limitar os danos aos produtos e possíveis ferimentos aos trabalhadores.

O problema é que, por utilizar materiais flexíveis, essas mãos são vulneráveis a diversos danos. E, até o momento, os reparos necessários para que essas máquinas voltem ao trabalho leva tempo e custa um valor alto para as empresas.

A solução para mudar esse cenários foi desenvolver materiais de polímeros emborrachados capazes de se autorregenerar. Quando danificados, eles recuperam primeiro a sua forma original e então se “curam” completamente. Esse processo pode levar segundos ou alguns dias a depender das condições de temperatura ambiente.

Ainda em fase de testes, o avanço desta pesquisa foi possível porque a universidade recebeu um fundo de € 3 milhões (R$ 13,31 milhões) do programa Future & Emerging Technologies da União Europeia e tem colaboração de outros players internacionais.

Como os robôs irão se curar?

Os polímeros emborrachados foram aplicados em três tipos de robôs: uma pinça, uma mão robótica e um músculo artificial. Eles foram danificados sob condições controladas para testar se esses materiais de autocura funcionariam na prática.

Os resultados, segundo os pesquisadores, foram bem satisfatórios: danos realistas nessas máquinas podem ser curados completamente sem deixar pontos fracos que atrapalharem o desempenho delas. Após o processo, os protótipos retomaram as atividades normalmente.

A pesquisa ainda foi apoiada em outras tecnologias como:

  • Machine Learning: a tecnologia irá ajudar na modelagem e integração desses materiais. Ou seja, vai analisar os sensores de autocura e de atuadores (que realizarão o processo de regeneração), detecção de danos, localização e controle da cicatrização. O objetivo é levar o aprendizado para outros protótipos que irão realizar tarefas específicas.
  • Sensores: sensores e atuadores flexíveis serão incorporados nos polímeros de autocorreção. Em uma primeira etapa, fibras com sensores piezo-resistivo (que responde com uma voltagem quando uma pressão sobre eles é exercida) serão embutidas nos polímeros de autocura. Isso vai permitir detectar, de forma contínua, onde o dano ocorreu e onde o processo de recuperação deve ser ativado.

Por que esse tipo de robô irá mudar o mercado?

Uma publicação do site The Guardian aponta que robôs que se curam sozinhos excluem a necessidade de maiores custos e dispositivos adicionais para repará-los. Empresas da União Europeia têm, por ano, um gasto superior a € 320 milhões (R$ 1,4 bilhão) na reposição de peças.

Esse avanço pode beneficiar também o setor agrícola. O uso de robôs pode trazer agilidade na colheita e ajudar produtores a realocar a força de trabalho para outras necessidades mais urgentes.

O professor da Vrije Universiteit Brussel e chefe da pesquisa, Bram Vanderborght, defende ainda que essa expansão da robótica vai trazer mais segurança e sustentabilidade. “Devido ao mecanismo que se cura automaticamente, reparos mais complexos e caros podem ser uma coisa do passado”, comentou em entrevista ao The Guardian.



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