Como uma seguradora usa reconhecimento facial para validar contratos

Como uma seguradora usa reconhecimento facial para validar contratos?

3 minutos de leitura

Com pandemia de COVID-19, MetLife acelerou projetos digitais e passou a usar reconhecimento facial para substituir assinatura em papel.



Por Redação em 25/09/2020

Com a pandemia de COVID-19, a MetLife acelerou projetos digitais e passou a usar reconhecimento facial para substituir assinatura em papel.

A pandemia de COVID-19 acelerou a transformação digital em muitas empresas. E não foi diferente com a MetLife, seguradora norte-americana. Com a jornada de inovação já iniciada, a companhia encarou o cenário como uma forma de avançar alguns projetos, entre eles, o uso de reconhecimento facial para validar contratos.

Com um faturamento de US$ 69,6 bilhões em 2019, a MetLife atua no Brasil em algumas frentes: oferece previdência privada, planos odontológicos e seguros de vida individuais. Foi neste último segmento, que já passava por um processo de digitalização, que a seguradora decidiu usar a tecnologia.

Em entrevista ao site NeoFeed, Raphael de Carvalho, CEO da MetLife no Brasil e na Colômbia, disse que a adoção do reconhecimento facial aconteceu em poucas semanas. “Mas essa é só a cereja do bolo e a parte visível de uma transformação que já vinha em curso na operação.”

Isso porque parte dos processos do segmento de seguros de vida individuais já estava digitalizada. Por exemplo, a MetLife conta com uma plataforma interativa entre cliente e corretores, para o envio de propostas e documentações.

Com a tecnologia de reconhecimento facial, a ideia é fornecer uma experiência única não só ao cliente, mas também ao corretor, ao substituir a assinatura em papel.

Como o reconhecimento facial é usado?

A adoção da tecnologia teve início em 2019, quando a MetLife iniciou um projeto-piloto com um pequeno grupo de corretores. Porém, quando o distanciamento social imposto pela COVID-19 teve início, a seguradora antecipou o cronograma, escalando a solução para outros profissionais.

A expectativa é que isso só acontecesse no segundo trimestre de 2020. Mas foi preciso antecipar para o fim de março. Segundo Carvalho, já são 500 corretores, de uma base de 10 mil, utilizando “intensamente a solução e o foco é levar isso para toda a rede no segundo semestre.”

O reconhecimento facial acontece por meio de um software parceiro da Microsoft. Ao tirar uma foto de seu smartphone, o cliente terá a imagem analisada e comparada com outras previamente enviadas.

O software vai tentar comparar essas imagens até ter uma compatibilidade alta. Quando a solução não consegue identificar o cliente a partir das imagens, o processo é feito novamente. Há a possibilidade também de ter a proposta rejeitada caso as imagens analisadas não resultem em um “match”, como forma de evitar risco de fraude.

Desde que acelerou essa jornada de transformação digital, a MetLife já enxergou resultados positivos. Nas primeiras semanas de pandemia no Brasil, a seguradora viu uma queda de 50% nas vendas de seguro de vida individual.

Agora, com o uso de reconhecimento facial, as vendas deste segmento registraram um salto de 15%, quando comparados o primeiro e o segundo trimestres de 2020. Com isso, a MetLife espera integrar a tecnologia em outros produtos ofertados no Brasil.

Os próximos passos da transformação digital da MetLife

Da base de clientes da MetLife, 70% são corporativos. Porém, está nos planos da seguradora aumentar a fatia de consumidores finais. Tanto que a jornada de inovação da companhia passa pela oferta de produtos B2C em parcerias com instituições como a XP e o Banco Inter.

Além disso, existe um projeto-piloto de uma loja virtual para a oferta e contratação de planos odontológicos individuais de forma 100% digital. De acordo com a MetLife, em um determinado mês, a plataforma registrou o volume de venda de 2 mil planos.

Todas essas iniciativas, porém, só foram possíveis, porque a companhia criou uma cultura interna a favor da jornada digital e centrada no cliente. Para isso, adotou novas metodologias de trabalho e apostou na diversidade para formar um time de colaboradores. “Estamos muito focados em simplificar a vida dos corretores e do cliente na ponta, seja ele um consumidor final ou um tomador de decisão dentro de uma empresa”, comentou Carvalho.

Sobre essa guinada que a pandemia trouxe, para o CEO, ela só foi possível uma vez que a seguradora criou uma mentalidade disposta a mudanças. “Não adianta querer dar essa guinada quando o dia a dia ainda é de uma seguradora da década de 1950”, disse Carvalho ao NeoFeed.

Principais destaques desta matéria

  • MetLife passou a usar reconhecimento facial para validar contratos.
  • Tecnologia substituiu a necessidade da assinatura em papel.
  • Inovação iniciou como projeto-piloto, mas já é usada por 500 corretores da seguradora.
  • Desde a adoção da tecnologia, vendas aumentaram em 15%.

E-book gratuito: saiba como implementar uma cultura de cibersegurança na sua empresa

Saiba mais


Matérias relacionadas

carlos eduardo gabriel Estratégia

Citi avança no uso de inteligência artificial

Com Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CoE), o banco conduz estratégia para aprimorar práticas e adoção da tecnologia, explica especialista de dados da instituição

relatorios esg Estratégia

Relatórios ESG obrigatórios ganham protagonismo

Empresas de capital aberto vão precisar se adaptar à regulação, que começa em 2026

regulamentação ia Estratégia

UE aprova regulamentação do uso da IA

A União Europeia é pioneira com o projeto de lei original, apresentado pela primeira vez em abril de 2021

ciberataques na nuvem Estratégia

Ciberataques na nuvem se tornam mais frequentes e perigosos

Relatório da CrowdStrike revela que esse tipo de ataque cresceu em 75% dos casos em 2023