Como uma universidade usou tecnologia para criar um ecossistema de aprendizado

Como uma universidade usou tecnologia para criar um ecossistema de aprendizado

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Com uso de Inteligência Artificial, RPA e nuvem, universidade fornece experiências personalizadas aos alunos de graduação, mestrado e doutorado.



Por Redação em 04/02/2021

Com uso de Inteligência Artificial, RPA e nuvem, universidade fornece experiências personalizadas aos alunos de graduação, mestrado e doutorado.

O ano de 2020 pode ser resumido como um período de impulsionamento da transformação digital. Se empresas de vários setores precisaram virar a chave, escolas, faculdades e universidades também não ficaram fora da jornada de inovação.

Para muitas organizações do setor de educação, ser digital em 2020 foi uma estrada cheia de desafios, mas nem tanto para a Walden University, nos Estados Unidos. A rede de ensino, criada em 1970, é conhecida por oferecer diversos cursos on-line em graduação, mestrado e doutorado.

Como diz Karthik Venkatesh, CIO da universidade, em entrevista ao site CIO.com: “para nós, o digital não é novo. Digital é onde iremos a partir daqui para atender às necessidades de nossos alunos e professores.”

Ao site, Venkatesh conta um pouco mais dessa estratégia digital e como a tecnologia é usada para criar um ecossistema de aprendizado.

Os três pilares para ser digital

Venkatesh afirma que a estratégia digital da Walden passa por três pilares: pessoas, dados e computação em nuvem. Em relação a pessoas, a universidade aposta em uma personalização em escala para ajudar os alunos a manterem o foco no aprendizado.

“Fazemos isso oferecendo ferramentas de autoatendimento, contexto e opções, bem como criando um senso de comunidade com a universidade”, explica. O objetivo é fornecer recursos para que os alunos continuem aprendendo, se formem e continuem fazendo parte da Walden.

Já quanto aos dados, o CIO da Walden os enxerga como um serviço. Ou seja, são os dados que ajudam a universidade a “entender nossos alunos e suas necessidades, para que possamos fornecer a ajuda certa, no momento certo.”

Isso vem por meio de uma série de experiências como a assistente digital Charlotte. Ela foi desenvolvida após a universidade perceber que os estudantes buscavam suporte sob demanda. Assim, os alunos podem usufruir do autoatendimento, mas sem precisar ligar para um atendente.

Por último, a estratégia em nuvem permitiu uma força de trabalho digital, assim como migrar rapidamente os serviços para a cloud quando a pandemia de COVID-19 teve início. Para Venkatesh, a tecnologia aprimorou o poder e a eficácia da educação.

“A base de estar na nuvem e trabalhar para garantir que nossa arquitetura se torne totalmente nativa neste ambiente nos ajuda a atender às necessidades dos alunos e professores em tempo real”, conta ao site CIO.com.

Personalizando a experiência em escala

A personalização em escala, explica Venkatesh, é dar aos estudantes o poder de escolha sobre o tipo de experiência de aprendizado que eles desejam ter. O CIO da Walden University deu alguns exemplos de como essas interações acontecem.

– Escolher aprender seguindo o modelo “Tempo Competency-Based Learning”, em que, diferentemente do ensino padrão (ver aulas em horários pré-definidos), o aluno cria sua própria rotina e ritmo.

– As interações com a Charlotte vão transformando e personalizando as experiências que os alunos têm ao logar no portal da universidade.

– O “Doctoral Degree Coach”, uma ferramenta tecnológica para apoiar os alunos de doutorado. O recurso acompanha a jornada do doutorando até ele terminar a pesquisa. Entre as funcionalidades estão uma lista de verificação do que já foi feito, uma linha do tempo para mostrar a progressão e apontar em qual ponto ele está da jornada.

Outro tipo de experiência, mas ainda em fase de testes, é o uso de realidade virtual (RV) para simular ambientes imprevisíveis. “Os alunos podem experimentar simulações, como visitas a um local, mas sem ter que viajar”, conta Venkatesh.

A ferramenta também permite que os alunos explorem e aprendam vários métodos para lidar com cenários difíceis de trabalho social. A expectativa é que, com base no sucesso do piloto, a universidade possa ampliar o treinamento em RV em outras disciplinas. 

As tecnologias que apoiam esse ecossistema

Todas essas experiências oferecidas pela Walden são apoiadas por várias tecnologias, mas três delas se destacam no cotidiano de todos que fazem parte da instituição: Inteligência Artificial, RPA e nuvem.

– Inteligência Artificial
“A tecnologia é parte fundamental de nossa estratégia geral. Uma maneira de usar a IA é aproveitando recursos típicos como processamento de linguagem natural (PLN) ou visão computacional”, diz Venkatesh

O uso dessas subáreas da IA permite otimizar a capacidade de apoiar nossos alunos de forma mais eficaz. “Charlotte é uma ferramenta que usa PLN extensivamente e a visão computacional é usada em vários processos robóticos.”

Outro uso da IA é indicar aos orientadores, especialistas e professores quais alunos precisam de ajuda para que possam entrar em contato em tempo real.

RPA
“Criamos uma estratégia para saber como podemos alavancar a automação para impulsionar eficiências em como operamos”. É aí que entra o papel da RPA. Um exemplo citado por Venkatesh é a leitura manual de cada novo contrato ou fatura.

“Estamos trabalhando para aproveitar o RPA nesse tipo de tarefa. Áreas como processamento de faturas, gerenciamento de documentos e autoatendimento de login são algumas das áreas em que a tecnologia está agregando valor significativo à organização”, explica.

– Nuvem
“Começamos nossa transformação e migração para a nuvem há alguns anos e, atualmente, estamos totalmente centrados em nuvem pública e SaaS. Agora, estamos nos concentrando na otimização do ambiente de nuvem para garantir a entrega contínua”, comenta.

Essa migração para a nuvem e o uso SaaS tirou, destaca o CIO, a necessidade de instalar aplicativos em servidores físicos. Assim, a universidade passou a investir em tecnologias de maior valor e “automatizou a maneira como implementamos software para ter mais velocidade.”

Principais destaques desta matéria

  • Universidade apostou em várias tecnologias para personalizar experiências dos alunos.
  • Com IA, RPA e nuvem, ela conseguiu também migrar rapidamente para um ambiente cloud.
  • Saiba mais como ela usa essas inovações para transformar o ensino universitário.

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