Conheça 4 empresas que usam Inteligência Artificial além dos chatbots

Conheça 4 empresas que usam Inteligência Artificial além dos chatbots

4 minutos de leitura

Empresas nacionais trabalham exclusivamente com IA no desenvolvimento de projetos que levam a cultura de dados para outras organizações.



Por Redação em 20/03/2019

Principais destaques:
– Relatório da IDC mostra que 15,3% das médias e grandes empresas brasileiras já contam com Inteligência Artificial em seus negócios;
– Expectativa é que esse percentual dobre nos próximos quatro anos;
– Uso de IA vai além do chatbot e pode fidelizar clientes, gerir talentos e criar vantagem competitiva;
– Brasil é o 17º país no ranking de startups que se dedicam exclusivamente à Inteligência Artificial, segundo estudo da Asgard e Roland Berger;
– Mundo + Tech conversou com algumas dessas empresas presentes na lista.

Empresas têm olhado cada vez mais para a Inteligência Artificial (IA) com o objetivo de melhorar a eficiência e a produtividade de seus negócios. Um relatório da consultoria IDC, divulgado em fevereiro deste ano, mostrou que 15,3% das médias e grandes organizações brasileiras já contam com essa tecnologia em várias frentes de trabalho.

Com previsão de dobrar esse percentual nos próximos quatro anos, o relatório da IDC apontou que as áreas ligadas ao atendimento a clientes, análise e investigação de fraudes, automação de TI e diagnósticos e tratamentos de saúde são aquelas com maior potencial de crescimento.

Mesmo assim, ainda é comum a muitas empresas associarem a Inteligência Artificial ao chatbot — de texto ou de voz. Mas, a adoção da IA pode trazer outros benefícios para as companhias.

Em artigo publicado no IT Fórum 365, Morris Menasche, vice-presidente de vendas da ClickSoftware para América Latina, listou três benefícios que as empresas podem usufruir ao capitalizar os dados coletados pela Inteligência Artificial: fidelização e retenção de clientes, gestão de talentos e vantagem competitiva.

Outra vantagem é o investimento em soluções de Inteligência Artificial gastando menos do orçamento, como cita a doutora e professora Alessandra Montini, do Laboratório de Análise de Dados (LABDATA) da FIA Business School. “Empresas especialistas em IA vão tentar fazer produtos sob medida para os clientes. A tendência é que sejam produtos com preço mais acessível porque a concorrência agora acontece em tempo real.”

Imagem: iStock

As startups brasileiras que miram na Inteligência Artificial

Se Inteligência Artificial é sinônimo de chatbots para alguns, startups brasileiras tentam mostrar o contrário. O estudo Cenário Global da Inteligência Artificial, publicado pelas companhias Asgard e Roland Berger em 2018, mostrou que o Brasil está na 17ª colocação no ranking de empresas que se dedicam exclusivamente à IA. Estados Unidos e China lideram a lista.

São 25 startups que atuam para levar a cultura de dados para as áreas de comunicação, marketing, jurídica, vendas, finanças, entre outras. “A demanda das empresas por Inteligência Artificial cresceu exponencialmente a partir de 2017”, comentou Dionísio Chiuratto, fundador e CEO da J!Quant, uma das startups listadas pela Asgard e Roland Berger. Para ele, “quando a empresa abraça a IA [em seus negócios] ela assume um posicionamento disruptivo”, afirma.

O Mundo + Tech conversou com algumas startups presentes no ranking e com uma integrante da Associação Brasileira de Inteligência Artificial (ABRIA). Elas contam um pouco mais sobre desenvolver soluções com base em IA e o que esperam desse cenário no Brasil para os próximos anos.

J!Quant

A J!Quant é uma startup de ciência de dados criada em 2014 e que desenvolve softwares corporativos com base em algoritmo de Inteligência Artificial para resolver as dores dos clientes que a procuram, como por exemplo uma solução para melhorar a eficiência energética ou de produtividade. “Não temos um produto de prateleira, mas desenvolvemos soluções de eficiência para problemas que a companhia nos apresenta”, explica Dionísio Chiuratto, CEO da J!Quant.

Chiuratto ainda associa a Inteligência Artificial com a transformação disruptiva das empresas, mas isso acontece quando elas não se limitam a desenvolver projetos pontuais. “A IA é aplicada a toda empresa? Sim! Mas, mais importante que isso, as empresas devem adotar a ciência de dados de maneira integrada, começando em uma área e ampliando para outros setores. Isso trará valor para os negócios delas.”

“As empresas devem adotar a ciência de dados de maneira integrada”

Dionísio Chiuratto

Semantix

A Semantix quer levar a cultura Data-Driven (orientada por dados) para as empresas. Fundada em 2010, hoje a startup está presente também na Colômbia e no México. Uma de suas soluções é a plataforma OpenGalaxy Cognitive, que processa na nuvem algoritmos de IA com alto grau de complexidade para, por exemplo, automatizar cadastros de documentos ou identificar clientes com um CLV (Customer Lifetime Value) mais alto. “Esses algoritmos podem ser criados de forma personalizada para atender problemas específicos, ou podem ser gerados para resolver desafios comuns de todas as empresas, com automação inteligente de backoffice”, explica Leonardo Santos, CEO e cofundador da Semantix.

Santos acredita que o mercado de Inteligência Artificial deve dar um salto de produtividade nos próximos anos. “O tema vem chegando às áreas de decisão das grandes corporações e alguns projetos já começam a dar ótimos retornos, o que facilita a escala para a resolução de problemas maiores e mais complexos”, ressalta o CEO, citando que essa demanda por IA vai exigir mão-de-obra “muito qualificada e escassa no mercado nacional e internacional.

Kunumi

A Kunumi usa Inteligência Artificial para desenvolver soluções específicas para os desafios propostos pelos clientes, geralmente das áreas de engenharia, saúde, química e finanças. A empresa já usou IA para melhorar a análise de crédito de um cliente, automatizar aprovações de procedimentos médicos para uma seguradora e até já simulou versos do rapper Sabotage.

A startup propõe uma etapa inicial: empoderar seus clientes para que eles tenham um senso crítico sobre IA. “Se a liderança das empresas não entender de fato o que é essa tecnologia e no que estão investindo tempo, dinheiro e dados, não saberão analisar resultados e não irão participar das decisões cruciais e éticas que a Inteligência Artificial demanda”, ressalta Filipe Forattini, CMO da Kunimi.

Para os próximos anos, Forattini reforça a distribuição da IA para aumentar a capacidade de encontrar respostas para os principais problemas da humanidade. “O Brasil é o oitavo maior mercado de consumo, é destaque global no desenvolvimento de pesquisa ficando em 15º, mas ficamos em 64º no índice de inovação e em 85º no de eficiência. Isso demonstra bem os desafios e oportunidades que o Brasil representa nesta área.”

DataRisk

A DataRisk, ligada a Associação Brasileira de Inteligência Artificial (ABIA), usa IA para desenvolver modelos preditivos com foco em crédito, cobrança e fraude e tem como público-alvo instituições financeiras. “Com nossa plataforma de analytics o cliente consegue criar um modelo preditivo em poucas horas utilizando seus próprios dados, enquanto com a plataforma de background check, ele tem reconhecimento facial e validação de assinatura através do deep learning”, explica Jhonata Emerick, sócio da DataRisk.

O executivo vê o cenário de IA como algo promissor no Brasil. “Costumo brincar que há brigas homéricas entre os Estados Unidos e a China para definir quem vai liderar esse desenvolvimento. Mas o Brasil é um paraíso para aplicações de soluções de IA porque é um país de ineficiências. É um campo fértil para as soluções que estão sendo desenvolvidas. É dessa forma que devemos nos posicionar nos próximos anos”, comenta.

“O Brasil é um campo fértil para as soluções de IA que estão sendo desenvolvidas”

Jhonata Emerick


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