Com a evolução da tecnologia, surgem soluções que promovem maior segurança e produtividade, além de simplificarem os sistemas de gestão. Isso resulta em redução de custos e maior qualidade dos produtos e serviços prestados pela organização, além de aumentar a fidelização e a retenção de clientes.
A Internet das Coisas, ou IoT, é uma dessas soluções e, embora não seja um conceito novo, se desenvolveu e é utilizada em diferentes aplicações, indo desde sistemas de automação que melhoram a experiência dos usuários (UX) até o desenvolvimento e integração de inteligência artificial.
Conforme análise da Juniper Research, a tecnologia 5G viabilizará a aplicação de IoT em vários serviços, permitindo construções inteligentes, cidades conectadas, veículos autônomos, agricultura de precisão, benefícios à medicina, indústria 4.0, entre outros. A consultoria também prevê que o número total de dispositivos IoT em celulares alcançará 1 bilhão ainda em 2025, um crescimento de mais de 320 milhões em relação a 2020. Isso possibilitará a oferta de diferentes padrões de conectividade. O volume do mercado de Internet das Coisas deve chegar a US$ 33,74 bilhões até 2027.
A sinergia entre dispositivos de IoT, infraestrutura e as diversas tecnologias de inteligência artificial (IA) deve se aprofundar ainda mais nos próximos meses. Com isso, a perspectiva é de progressão da inteligência artificial ou aumentada das coisas (AIoT).
Confira, a seguir, algumas tendências de IoT e também as aplicações mais promissoras. Navegue pelos links abaixo para respostas mais rápidas.
- 1. Estímulos à IoT no Brasil tornam a tecnologia mais acessível
- 2. Tratamento de dados
- 3. Cidades e mobilidade inteligente
- 4. Maior eficiência em saúde e telemedicina
- 5. Benefícios ao agronegócio
- 6. Indústria 4.0
- 7. Nova Edge Computing
- 8. Integração IA com IoT
1. Estímulos à IoT no Brasil tornam a tecnologia mais acessível
Junto com o 5G, a Lei 14.108/2020 é um impulso ao uso de IoT no país. Essa legislação permite, por exemplo, a conexão de itens usados no dia a dia (como eletrodomésticos) à internet, além de reduzir taxas de Fiscalização de Instalação e de Fiscalização de Funcionamento das estruturas de telecomunicações que integrem máquina-a-máquina (M2M).
Além deste estímulo, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está promovendo uma reavaliação da regulamentação da IoT, com o objetivo de “diminuir barreiras regulatórias à expansão das aplicações de internet das coisas e comunicações M2M, tais como regras de qualidade, licenciamento e atendimento”. A Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc), que está participando ativamente do processo, ressalta que nenhuma indústria ficará à margem das transformações proporcionadas pela IoT. “O impulsionamento do ecossistema torna a tecnologia mais barata e incentiva investimentos na área. Isso significa mais escalonamento de aplicações e mais informações cruciais sobre o negócio nas mãos de líderes e gestores”, disse o seu presidente, Paulo José Spaccaquerche. O Gartner também prevê inovação em algoritmos que, na prática, melhorarão os insights da tecnologia de sensores existentes.
2. Tratamento de dados
Sistemas utilizados para promover maior segurança, como reconhecimento facial, ou que possibilitem a identificação de usuários com o objetivo de melhorar experiências, armazenam dados pessoais, e isso amplia a necessidade de preservar o uso dessas informações, em linha com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Ao mesmo tempo em que questões éticas e legais merecem atenção redobrada, os dados gerados por IoT também passam a ter grande valor competitivo para as organizações. Portanto, será necessário encontrar o equilíbrio entre esses dois aspectos, com a adoção de políticas rígidas para preservar a privacidade e uso apenas de dados consentidos.
Até o final de 2026, o mercado espera por mais regulamentações de privacidade, como a Resolução nº 23 da ANPD. Em 9 de dezembro de 2024, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) aprovou a Agenda Regulatória para o biênio 2025-2026, estabelecendo prioridades para regulamentações futuras que afetam diretamente o tratamento de dados . Isso deve impactar, portanto, a forma como as soluções de IoT são projetadas.
De acordo com o Cogniteq, a segurança de IoT é essencialmente um dos aspectos mais importantes que as empresas de desenvolvimento de internet das coisas precisam considerar, devido ao grande volume de processamento de dados. Por isso, tornou-se tão importante investir em ferramentas avançadas para garantir a segurança cibernética.
3. Cidades e mobilidade inteligente
A IoT é uma ferramenta essencial para a gestão das smart cities, otimizando o fornecimento de energia e os serviços de iluminação pública, água e saneamento, por exemplo. Em suma, IoT para cidades inteligentes tem como objetivo aprimorar os ambientes urbanos, melhorando a eficiência, reduzindo custos e proporcionando uma melhoria na qualidade de vida das pessoas.
A mobilidade também é favorecida com sistemas de segurança e videomonitoramento remoto, sinalização inteligente e sincronizada e até para a adoção de veículos autônomos, que precisam de conexões robustas e estáveis para operarem.
Ainda dentro do quesito mobilidade, os veículos elétricos, que tendem a ter maior participação na frota nos próximos anos, também se beneficiarão da tecnologia. O acesso a dados do trajeto (como condições da pista, as quais afetam o consumo de energia da bateria) é essencial para que o condutor planeje a viagem e estabeleça um planejamento de paradas onde existam pontos para recarga. A adoção de sistemas que possibilitem tais informações é uma estratégia importante para as montadoras melhorarem a experiência do usuário.
Nesse sentido, algumas operadoras já estão testando serviços de carros conectados. Estima-se que a comunicação entre veículos reduza o número de colisões e contribua com a fluidez do trânsito.
4. Maior eficiência em saúde e telemedicina
Telemedicina, videocirurgias e monitoramento de pacientes a distância são realidades cada vez mais difundidas com a integração de sistemas digitais, através da IoT. Além disso, a tecnologia permite o uso de hardwares de predição de falhas em equipamentos, sistemas de localização de pessoas e controle da utilização de oxigênio, entre outras possibilidades.
Algoritmos de machine learning (ML) incorporados em dispositivos IoT, também fazem parte da tendência de expansão. Assim como os gêmeos digitais que permitem, além do monitoramento, a análise e a simulação mais abrangente. Na medicina, os gêmeos digitais permitem uma série de análises e tentativas que simulam experiências reais, só que de modo digital. A expectativa, para 2025, é de que o setor esteja estruturado e alcance um faturamento estimado em torno de US$ 267 bilhões.
5. Benefícios ao agronegócio
Hoje, alguns segmentos da agricultura já utilizam veículos e máquinas agrícolas autônomas. No entanto, com a disseminação da tecnologia e redes mais robustas, será possível ampliar os controles. Os gestores podem, por exemplo, identificar a localização de rebanhos, obter informações sobre a saúde e peso dos animais, entender a necessidade ou não de irrigação em determinadas áreas, as condições de galpões de armazenamento de grãos, entre outros detalhes que otimizam os resultados do negócio.
O mercado agropecuário é considerado um dos prioritários pelo Plano Nacional de Internet das Coisas. De acordo com levantamento da pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), Maira de Souza Regis, mais de 95% dos produtores rurais utilizam algum tipo de tecnologia, seja essa embarcada em equipamentos e maquinários ou em softwares e aplicativos de gestão da fazenda. No entanto, a falta de conexão com a internet ainda representa a principal barreira para a digitalização do campo.
Nesse sentido, a chefe de marketing, conectividade e IoT da G+D, Amy Garcia-Rendle, antecipou que “a conectividade baseada em satélite será um dos maiores tópicos em IoT no próximo ano e além”. Segundo ela, a verdadeira cobertura global não está longe, e esta é “uma perspectiva empolgante” para todas as partes interessadas e indústrias, mas, especialmente, para agricultura e logística.
6. Indústria 4.0
A modernização das fábricas com a automatização das operações contribui para o aumento da produtividade, melhor controle e uso racional dos dispositivos. Assim, qualquer problema é identificado mais rapidamente, evitando interrupções não programadas e que acarretam atrasos e prejuízos, além de maior risco à segurança no chão de fábrica.
A pesquisa 4.0 Industrial IoT: Future Market Outlook, Technology Analysis & Key Players 2020-2025, da Juniper Research, aponta que as redes 5G e LPWA (Low Power Wide Area) serão essenciais para a criação do conceito de ‘fábrica inteligente’.
Segundo o levantamento, o número global de conexões IoT industriais aumentará das 17,7 bilhões registradas em 2020 para 36,8 bilhões em 2025, o que corresponde ao crescimento de 207%. Além dos benefícios às fábricas, a IoT deve promover melhorias na cadeia de suprimentos, permitindo maior rastreabilidade e agilidade e contribuindo para a organização de todos os processos logísticos.
7. Nova Edge Computing
Com a IoT, a tendência é de que a arquitetura de borda (Edge) evolua para uma arquitetura não estruturada, composta de uma ampla variedade de itens e serviços conectados em uma malha dinâmica.
8. Integração IA com IoT
A convergência entre Inteligência Artificial e Internet das Coisas redefine o potencial das redes inteligentes, ao permitir que dispositivos conectados não apenas coletem e compartilhem dados, mas também aprendam e tomem decisões autônomas em tempo real. Essa fusão viabiliza soluções mais eficientes em setores críticos, como gestão de recursos hídricos e segurança cibernética, nas quais sensores inteligentes e algoritmos avançados garantem um monitoramento preciso e uma resposta imediata a ameaças ou desperdícios. Com essa capacidade de análise contínua, a infraestrutura urbana se torna mais resiliente e adaptável às necessidades da população.
Além da eficiência operacional, a sinergia entre IA e IoT impulsiona uma nova era de personalização e automação nos serviços ao consumidor. Casas inteligentes, sistemas de varejo e dispositivos industriais já utilizam algoritmos preditivos para prever padrões de uso e otimizar o consumo energético. No varejo, por exemplo, sensores conectados analisam o comportamento do cliente para proporcionar experiências personalizada e recomendações mais precisas.