O uso de plataformas de Inteligência Artificial vem aumentando na mesma proporção em que a tecnologia evolui. Hoje, a IA pode ser utilizada em diversos segmentos, desde a medicina até a administração de empresas, passando por indústrias e instituições de ensino. O fato é que para manter a nova onda de inteligência artificial, focada na IA generativa, será preciso um reforço energético. O consumo global de eletricidade relacionado à tecnologia pode aumentar de 85 a 134 TWh por ano, até 2027. A afirmação é de Alex de Vries, fundador da Digiconomist.
Segundo ele, quando adotada em larga escala, a IA poderá ter uma grande pegada energética, e isso, no futuro, poderá exceder as necessidades de energia de alguns países. Além de preocupante, o consumo de energia elétrica necessário para manter plataformas de IA pode gerar impacto global significativo.
“Tendo em conta a crescente procura de serviços de IA, é muito provável que o consumo de energia aumente significativamente nos próximos anos”, afirmou De Vries.
Aumento do consumo global de eletricidade é impulsionado pela popularização da IA
Para treinar ferramentas de IA, como o popular ChatGPT, por exemplo, é necessário alimentar modelos com uma grande quantidade de dados. Este é um processo que consome muita energia.
Recentemente a Hugging Face, empresa novaiorquina de desenvolvimento de IA, informou que a sua ferramenta geradora de texto multilíngue consumiu cerca de 433 megawatts-hora (MWH) durante o treino. Se a energia fosse utilizada para alimentar casas, por exemplo, a correspondência seria equivalente a 40 casas americanas médias, durante um ano.
Além disso, a pegada energética não termina com o treino das plataformas de IA. A análise de De Vries aponta que, quando a ferramenta começa a funcionar, sempre que gera um texto ou uma imagem a partir de um pedido, também consome uma quantidade significativa de potência de computação e, consequentemente, de energia.
De Vries afirma que o funcionamento do ChatGPT pode custar 564 MWh de eletricidade por dia. Outro exemplo apontado por ele foi o sistema de busca do Google. Nesse caso, se ele fosse alimentado por IA, precisaria de cerca de 29,2 TWh de energia por ano, o equivalente ao consumo anual de eletricidade da Irlanda. “O resultado de tornar estas ferramentas mais eficientes e acessíveis pode levar à criação de novas aplicações, aumentando a quantidade de usuários”, afirmou. Apesar disso, ele ressalta a necessidade de cautela no uso da IA, uma vez que a alta demanda energética exigida para as plataformas funcionarem, com o mal uso, pode representar uma perda significativa de recursos energéticos.