O Brasil possui, atualmente, 130 data centers, dos quais 64 estão no estado de São Paulo. A capital sozinha concentra 46 deles, mais do que o dobro dos 19 sediados na cidade do Rio de Janeiro. A cidade de Campinas aparece como o terceiro maior parque, com 15 instalações. O anúncio recente de investimentos de R$ 601 milhões da Isa Energia Brasil, para fortalecer sua infraestrutura de transmissão no estado de São Paulo nos próximos três anos para garantir o atendimento dos data centers, é mais uma informação que reforça o papel paulista nessa equação.
De acordo com a publicação, além da demanda atual, a soma de projetos protocolados no Ministério de Minas e Energia chegaria a 3,5 GW até 2037. É bastante energia, considerando que a carga máxima da região Nordeste seria de 16 GW. E, apesar da demanda, em sua maior parte, estar no Sudeste, a oferta de energia virá do Nordeste e do Norte de Minas Gerais, onde estão concentradas os parques eólicos e as usinas solares.
As chamadas novas renováveis são um dos atrativos do Brasil nos planos das Big Techs e seus data centers, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. É o caso da Microsoft e Amazon, que investiram na construção de parques eólicos no Rio Grande do Norte, em parceria com empresas do setor de energia. Por outro lado, há quem defenda a expansão de data centers também para o Nordeste, aproveitando a proximidade da geração eólica. Uma das defensoras é a Casa do Ventos, que detém vários parques de geração.
Uma terceira opção envolveria a ativação de data centers em áreas portuárias ou ainda em zonas de processamento de exportação (ZPEs). Um dos impedimentos da ativação de centros de dados no Nordeste seria a capacidade de transmissão dentro da região, segundo informações da EPE, citadas pela reportagem do jornal paulista.