O uso da Inteligência Artificial generativa (Gen IA) vai saltar nos próximos dois anos, segundo o gerente de Vendas Regionais da Netskope, Bruno Rodrigues. Em apresentação na mais recente edição da Febraban Tech, ele destacou números de adoção, uso atual e de taxas de crescimento da tecnologia nas corporações.
As métricas apontadas pelo especialista indicam que mais de 80% das empresas deverão estar usando algum tipo de API de Gen IA em 2026 ou algum tipo de aplicação que habilite sua utilização. Em termos comparativos, apenas 3% das empresas teriam esse status em 2023. Hoje, pelo menos metade dos colaboradores adota a IA para algum tipo de acesso.
Ele lembra que mais de 10% dos colaboradores corporativos têm acesso a pelo menos um aplicativo de IA mensalmente, o que representaria um crescimento de 400% em relação a 2023. E o número de usuários que acessam aplicativos de IA tem crescido exponencialmente.
Cartilha sobre segurança da Gen IA
Com essas informações, é claro que a preocupação com a segurança aumenta no mesmo nível e Rodrigues explica que os riscos de prejuízos financeiros e reputacionais estão na pauta das corporações. Como especialista em segurança cibernética, ele adianta que existe uma cartilha para o uso seguro da Gen IA nas empresas.
O receituário inclui a avaliação inicial do perfil do usuário, ou seja, se ele tem a permissão para usar determinado tipo de IA e que tipo de atividade ele pode desenvolver com a ferramenta. Um exemplo é a avaliação de um profissional da área financeira que pode fazer o upload de informações privilegiadas em determinada plataforma de IA.
Além de validar essa permissão, os recursos de segurança devem prever as restrições de compartilhamento de informações.
“Nós vamos entrando em vários níveis de camadas de visualização até determinar as restrições”, explica Rodrigues. De acordo com ele, a tecnologia da Netskope viabiliza as validações de forma consistente e em questão de segundos. “Quando o usuário faz algum tipo de upload ou compartilhamento, ele já foi inspecionado”, completa.
A verificação de segurança envolve até mesmo os dispositivos pessoais dos usuários usados em atividades corporativas, caso dos notebooks adotados para home office.
Segurança no mercado financeiro
No mercado financeiro, ele destaca a maior necessidade de ferramentas de segurança, pelo contato que as instituições têm com dados sensíveis. A lista inclui desde CPF até números de cartão de crédito, passando por e-mail e informações de conta corrente. E tudo isso regido pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
“Outra característica importante do setor é o desenvolvimento de códigos-fonte, principalmente nas fintechs e seus colaboradores externos”, destaca. Nesse caso, em especial, muitos terceiros carregam informações importantes, na avaliação do especialista.
Rodrigues lembra que a meta é permitir a utilização de IA no setor para otimizar o dia a dia de trabalho, mas que isso seja feito com segurança. Nesse sentido, ele ressalta que recursos de segurança reforçam a usabilidade da inteligência artificial, mesmo em ambientes críticos.
Na parceria com a Embratel, o executivo destaca a possibilidade de atender várias verticais de mercado, inclusive o financeiro. “Estamos 100% envolvidos nas ofertas que envolvam segurança na nuvem”, detalha. Ele explica que há uma boa parte das empresas ainda com modelo híbrido, ou seja, com atividades na nuvem, mas também com equipamentos físicos. Na área financeira, é notório que as fintechs, pela sua característica de startups, são nativas na nuvem. Os grandes bancos, por outro lado, estão fazendo sua migração.
“Essa jornada para cloud foi potencializada pela pandemia, uma vez que os colaboradores ficaram fora do perímetro de segurança física. As empresas foram obrigadas a liberar o acesso usando recursos como redes privadas virtuais (VPNs)”, explica. Para ele, a migração pode ser feita de forma segura e deve preservar um ambiente híbrido, onde a nuvem responda por 70%, segundo as estimativas de consultorias de tecnologia como o Gartner.