Futurecom 2019 os diversos cenários da Internet das Coisas, segundo 4 especialistas

Futurecom 2019: os diversos cenários da Internet das Coisas, segundo 4 especialistas

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Especialistas opinam sobre como a Internet das Coisas (IoT) já impacta os negócios e como as empresas podem tirar maior valor com tecnologia.



Por Redação em 01/11/2019

Especialistas opinam sobre como a Internet das Coisas (IoT) já impacta os negócios e como as empresas podem tirar maior valor com tecnologia.

O Futurecom 2019 trouxe uma certeza aos participantes do primeiro dia: Internet das Coisas (IoT) é mais que uma tecnologia, é um meio para reduzir os esforços dos clientes – seja no universo B2B ou B2C.

Afinal, já são bilhões de dispositivos conectados nas residências dos consumidores de todo o mundo e em diversos setores: cidades inteligentes, indústria, varejo, automotivo, saúde etc.

FIQUE POR DENTRO: Futurecom 2019: projetos de IoT devem priorizar também a segurança

Para as empresas, é uma forma de gerar produtividade, reduzir custos e escalar negócios. Para os consumidores, é ter à disposição comandos inteligentes conectados à internet e à nuvem no dia a dia.

Com tantas máquinas conversando entre si, existe um verdadeiro desafio para popularizar a IoT no Brasil?

O Próximo Nível conversou com alguns especialistas de diferentes áreas para entender como eles enxergam o cenário da Internet das Coisas aqui no país.

Governo quer levar conectividade ao agronegócio

Para Guilherme Correa, coordenador de inovação tecnológica e produtiva do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), levar conectividade ao agronegócio é uma prioridade do governo.

“As grandes cidades [por conta das operadoras] têm infraestrutura para garantir conectividade das soluções IoT. Existe uma grande demanda por conectividade no agronegócio e nossa preocupação é garantir conexão [aos agricultores]”, explicou.

Correa ainda detalhou que vê duas situações no desafio de levar conectividade para áreas além do centro urbano:

  • Da porteira para dentro: “quem manda é o dono da propriedade. Ele vai decidir qual tecnologia vai implantar no seu negócio e o governo não pode intervir nisso”;
  • Da porteira para fora: “é quando a gente pode dizer ao proprietário que vamos entregar uma tecnologia que, integrada à solução que ele escolheu, fará com que o negócio dele seja escalado”.

Mas não é preciso esperar o 5G para isso

Embora muitos especialistas acreditem que o 5G vai garantir um maior suporte à evolução da Internet das Coisas, o 4G ainda é capaz de levar conectividade para áreas rurais.

Isso porque muitos dispositivos IoT, quando rodam aplicações estáticas (monitoramento de temperatura, por exemplo), conseguem atuar de forma satisfatória com a rede 2G. Para este cenário, a rede 4G vai trazer dois benefícios:

  • Maior eficiência energética: o 4G consome menos bateria que o 2G, fazendo com que a vida útil do dispositivo dure entre cinco a 10 anos.
  • Maior velocidade: a rede 4G faz com que as aplicações estáticas de um dispositivo IoT tenham uma velocidade cinco vezes mais rápida que uma conexão 2G.

Mas a instalação de infraestrutura para levar o 4G ao campo ainda é um grande custo para as operadoras e outros players do setor.

Por isso, Eduardo Polidoro, diretor de negócios de IoT da Claro, defende o compartilhamento de infraestrutura entre as operadoras. “É uma iniciativa que deixa o investimento mais barato e a conectividade pode atingir mais lugares. O que não aconteceria caso uma empresa quisesse fazer isso por conta própria”.

Internet das Coisas deve vir com outras tecnologias

Foi unindo IoT com Big Data que o Grupo Queiroz Galvão, conglomerado industrial brasileiro, deu o pontapé na transformação digital da companhia.

Na vertical Ambiental do grupo, a transformação digital remodelou toda a operação do negócio. “Isso aconteceu porque inovamos e erramos para inovar de novo e acertar”, comentou Marcello Borges, gerente de tecnologia da informação da Queiroz Galvão.

O projeto inicial, chamado de “Operação Conectada”, foi desenvolvido no processo de coleta de resíduos nas residências. “Os caminhões iam para as ruas, mas os operadores não sabiam se o veículo passava em horário regular e nos dias determinados”, contou Borges.

Com o uso de IoT e Big Data, Borges explicou que a empresa começou a ter “indicativos que não tínhamos antes, como a localização do motorista, o que ele está fazendo e com qual velocidade ele está dirigindo o veículo”.

Após a primeira fase, foi a vez de aplicar Inteligência Artificial aos sensores IoT para melhorar a operação. Assim, a companhia foi capaz de coletar o peso dos caminhões em tempo real para substitui-los de forma preditiva caso um deles começasse a apresentar sobrepeso.

“Percebemos que a conectividade pode ser um desafio, mas ela não se sustenta sozinha, porque só IoT não resolve o problema. É preciso ter um portfólio convergente que traga uma solução ao que a empresa está buscando”, finalizou Borges.

FIQUE POR DENTRO: Futurecom 2019: Inteligência Artificial não é um milagre

IoT as a Service e novos modelos de negócio

A Internet das Coisas traz inúmeras oportunidades. Mas o que os clientes B2B mais querem é não ter preocupações com esse tipo de investimento. Por isso, muitas companhias que ofertam soluções IoT já as vendem no modelo “as a Service”.

Ou seja, é preciso criar um ecossistema para oferecer ao cliente final porque ele não vai querer saber qual tecnologia está embarcada no dispositivo IoT, mas sim que ele vai funcionar.

Um ecossistema IoT pode ser desenvolvido a partir de algumas soluções, como por exemplo:

  • Dashboard;
  • Inteligência Artificial;
  • Analytics.

Outro ponto é que esse ecossistema pode ser oferecido de forma regional para, depois, a companhia escalar para uma abrangência nacional. Mas é preciso se atentar que deve ser um modelo a ser seguido que justifique o ROI (sigla para retorno sobre o investimento) da empresa.

Embora muitos acreditem que a IoT as a Service vai ser um caminho sem volta, Elisabete Couto, diretora de soluções IoT da Embratel, enxerga de outra forma. “A Internet das Coisas viabiliza outros modelos de negócio que podem ser mais favoráveis para a empresa”, disse.

Um modelo de negócio citado pela executiva foi a monetização dos dados. “É uma forma de gerar valor para a companhia que vende os dados para terceiros”, explicou.

No entanto, como fica a questão da privacidade? Para a executiva, o tratamento de dados é essencial para que a empresa forneça as informações para terceiros e monetize sem invadir a privacidade dos clientes.

Mas entre monetização dos dados e as a Service, qual modelo escolher?

“A empresa deve avaliar até onde um modelo ‘as a Service’ e até onde um novo modelo de negócio podem gerar e criar valor para os negócios dela”, finalizou.

Principais destaques desta matéria:

  • Internet das Coisas (IoT) já é realidade no Brasil;
  • Empresas conseguem escalar negócios, reduzir custos e aumentar produtividade com investimentos na tecnologia;
  • 4 especialistas falam como a Internet das Coisas pode gerar valor aos negócios e impactar empresas e clientes.


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