Gestão da cadeia de suprimentos: oito tendências tecnológicas para o segundo semestre de 2021

Gestão da cadeia de suprimentos: oito tendências tecnológicas para o segundo semestre de 2021

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Consultoria Gartner divulga lista com tecnologias que ajudarão na digitalização e inovação da gestão da cadeia de suprimentos.



Por Redação em 28/06/2021

Consultoria Gartner divulga lista com tecnologias que ajudarão na digitalização e inovação da gestão da cadeia de suprimentos.

A gestão da cadeia de suprimentos possibilita que um fornecedor disponibilize produtos e serviços a uma empresa, fazendo com que a oferta chegue até o cliente final. É uma dinâmica que pode ajudar uma empresa a otimizar seus processos operacionais.

E, depois de um 2020 bem atípico, os gestores dessa área esperam conseguir mais agilidade para conseguirem responder às mudanças imprevistas na demanda ou no fornecimento. Tudo isso de forma rápida, confiável e sem sacrificar o custo ou a qualidade dos produtos e serviços.

Uma pesquisa da consultoria Gartner de fevereiro deste ano mostrou que 89% de 1.300 profissionais de supply chain esperaminvestir em soluções ágeis, mesmo quando o custo ainda é uma prioridade diante do aumento da demanda dos clientes.

Agora, a empresa de consultoria publicou uma lista com as 8 principais tendências de tecnologia que vão atender os desafios de digitalização da cadeia de suprimentos. São inovações com potencial transformador e capazes de promover resiliência operacional nas organizações.

A lista conta com tecnologias inovadores e que são “frequentemente combinadas para resolver problemas específicos de negócios da cadeia de suprimentos”, disse, em comunicado, Christian Titze, analista e vice-presidente da área de Cadeia de Suprimentos da Gartner.

Confira um resumo dessas 8 tecnologias que estarão no radar dos gestores de cadeia de suprimentos.

1. Hiperautomação

Hiperautomação pode ser explicada como a combinação estratégica de 3 tecnologias para aumentar a automação dos processos de negócios: Inteligência Artificial (IA), Machine Learning (ML) e Automação Robótica de Processos (RPA).

FIQUE POR DENTRO: O que é preciso para que a automação inteligente aconteça?

Nos próximos 10 anos, a Gartner avalia que as empresas entregarão parte da tomada de decisão a aplicações inteligentes, robôs físicos e assistentes de software. Em relação à cadeia de suprimentos, a expectativa é a de que ela seja mais autônoma.

Isso poderá ocorrer com a hiperautomação de processos transacionais — como análise de ordens de serviço — e tomada de decisões mais complexas. A vantagem é que o uso dessa tecnologia pode aumentar as capacidades humanas – saiba mais sobre o conceito de humano aumentado.

2. Gêmeos digitais para a cadeia de suprimentos

Já explicamos nessa publicação o conceito de gêmeo digital — em que uma empresa vai criar uma representação digital de algo físico. Na gestão da cadeia de suprimentos, a dinâmica é bem semelhante e servirá como base para a tomada de decisão.

Conhecidos como “Digital Supply Chain Twin”, os gêmeos digitais para a cadeia de suprimento vão utilizar todos os dados relevantes da cadeia e do ambiente operacional. Assim, a tomada de decisão pode ser de ponta a ponta. Ou seja, envolver todos os atores do ecossistema.

Sem contar que o uso de gêmeos digitais pode ajudar a empresa a projetar diversos casos de uso, como mostramos nesse artigo do Mundo + Tech.

3. Experiência imersiva

Assim como a hiperautomação, a experiência imersiva vai somar diversas tecnologias, como IA, e hardwares (monitores, displays, vestíveis, smartglasses e smartphones) que possibilitarão uma pessoa interagir com o mundo virtual.

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“As tecnologias de experiência imersiva têm o potencial de influenciar radicalmente a trajetória da gestão da cadeia de suprimentos”, explica Titze. O executivo detalha que, com elas, é possível criar novos modelos de interação no ciclo de vida dos produtos.

“As vantagens, para as empresas pioneiras, é que elas se beneficiam dos resultados, com ambientes de trabalho mais seguros, tempos de reparo mais rápidos, taxa de erro de trabalho aprimorada, melhor colaboração e retenção de habilidades e conhecimento.”

4. Ecossistema de borda

Como explica a Gartner, o ecossistema de borda (edge ecosystem) integra sistemas e aplicações de computação de borda (edge computing). Por exemplo, as tecnologias podem rastrear e monitorar as condições e temperaturas em várias fases do ciclo de vida de um produto.

Ou seja, os líderes de tecnologia de supply chain poderão reatribuir e replanejar onde e qual a capacidade do processamento de dados e levá-los para as bordas das empresas. No caso, nos dispositivos e sensores IoT, entre outros.

5. Segurança da cadeia de suprimentos

Ataques na cadeia de suprimentos nem sempre são detectados – como já mostramos em uma publicação de 2019. Por isso, a segurança deve ser encarada a partir de uma abordagem mais abrangente, defende aempresa de consultoria.

Em resumo, seria entender os riscos de segurança (como falsificações e crimes cibernéticos) de forma holística em toda a cadeia de suprimentos, ainda mais quando seu gerenciamento está conectado de ponta a ponta.

Como destaca a Gartner, soluções escalonáveis de segurança para a supply chain também deverão evoluir na mesma velocidade que a digitalização de seu gerenciamento. Quer saber mais sobre o assunto? Confira 5 dicas de segurança para a cadeia de suprimentos.

6. Preocupação com ESG

As métricas ESG (sigla em inglês para as melhores práticas sociais, ambientais e de governança corporativa)  estão no radar de muitas organizações que buscam impactar positivamente seus negócios e sociedade a partir de estratégias sustentáveis. E as cadeias de suprimentos do mundo todo têm papel fundamental nessa jornada, acredita a Gartner.

Com as tecnologias certas, a área conseguirá entender os riscos e oportunidades de ESG. Por exemplo, é possível mapear e avaliar as origens do produto (como óleo de palma ou soja) e alinhar esse histórico com as metas de mudança climática.

“As cadeias de suprimentos modernas são altamente conectadas e interdependentes. As organizações precisam de tecnologias para mapear e se preparar para oportunidades, riscos e impactos de ESG”, comenta Titze.

O representante da Gartner avalia que “o fracasso em investir em ferramentas e soluções que governam, preveem e se adaptam ao ESG pode ter uma influência significativa na marca ou imagem da empresa, na percepção do valor do cliente e no custo e disponibilidade dos produtos.”

7. Inteligência artificial e análises incorporadas

Na explicação da Gartner, essa combinação de tecnologias vai fornecer relatórios em tempo real a uma empresa. Assim ela consegue visualizar dados interativos, bem como análises e inteligência avançada diretamente de um aplicativo de negócio.

8. Inteligência de dados aumentada

Aqui seria o uso de diversas tecnologias que vão facilitar o processamento avançado de dados em cima de um data lake (repositório que armazena todos os tipos de dados gerados – saiba mais aqui). Essa inteligência tem potencial para entregar informações mais completas, comenta Titze.

“As organizações da cadeia de suprimentos muitas vezes não têm todas as informações de que precisam para uma boa tomada de decisão. Os líderes de tecnologia procuram uma solução que os ajude a aumentar a visibilidade e que gere insights a partir dos dados.”

Quando uma empresa adota a inteligência de dados aumentada com aplicativos de negócios, a companhia tem “a capacidade de coletar, correlacionar e analisar vários pipelines de dados e fornecer aos líderes as informações de que precisam”, observa Titze.

Principais destaques desta matéria

  • Gestão de cadeia de suprimentos precisou responder rápido às mudanças acontecidas em 2020.
  • Pesquisa da Gartner mostrou que líderes da área buscariam investir em agilidade nos próximos anos.
  • Consultoria ainda revelou 8 tendências de tecnologia que vão ajudar na transformação da cadeia de suprimentos.

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