É uma briga das boas, daquelas com lances eletrizantes. No centro do ringue, gigantes como Google, Amazon, Facebook, Sony, Samsung e Apple disputam para ver quem terá o smart speaker mais cobiçado do mercado. Essas caixas de som inteligentes, baseadas na inteligência artificial, estarão cada vez mais presentes nos lares. Com elas será possível não só escutar a música escolhida com um rápido comando de voz, mas também controlar diversos dispositivos – geladeira, máquina de lavar, TV etc. – dentro de uma casa conectada e interagir com assistentes virtuais, como Google Assistant e Apple Siri.
De acordo com relatório recente da consultoria britânica Strategy Analytics, só no último quadrimestre de 2017 foram vendidos 12 milhões de smart speakers em todo o mundo. No ano inteiro, o número deve totalizar 24 milhões de unidades. Por enquanto, segundo a Strategy Analytics, a Amazon está vencendo o jogo por um placar bem elástico. O assistente virtual da empresa de e-commerce, o Alexa, estará presente em 68% dos smart speakers vendidos globalmente em 2017. Bem distante, em segundo lugar, vem o Google Assistant, com 20% do mercado.
Uma vantagem crucial da Amazon é ter sido a primeira a lançar uma caixa de som inteligente, o Echo, em 2015. Mas a Evercore apontou que esta primazia também tem sido construída com smart speakers vendidos com preços entre 10% e 20% abaixo do custo de produção. De acordo com a consultoria, a intenção da empresa do bilionário Jeff Bezos é popularizar ao máximo o uso dos dispositivos, que custam entre US$ 50 e US$ 150 nos EUA, a ponto de eles se tornarem onipresentes nas casas.
Com assistentes pessoais virtuais e speakers,
players disputam para saber quem será
o Google ou o Windows da era do comando de voz
Aliás, estudos apontam que o foco não só da Amazon, mas de empresas como Google e Apple está longe do hardware. Elas têm fomentado o uso das caixas de som inteligentes para que os seus assistentes virtuais ganhem força e se tornem o sistema operacional dominante na era do comando de voz. “É como tentar ser o Google ou o Windows dos sistemas de voz”, avaliou o analista do banco RBC Mark Mahaney sobre a estratégia da Amazon, em entrevista ao Financial Times. Para ele, a empresa está conduzindo o mercado e reforçando os seus laços com os consumidores, que ao usar o Alexa para ver o que está faltando no refrigerador de casa, por exemplo, vai pavimentar o caminho para a loja de e-commerce vender seus produtos. “É como o cavalo de Troia que a Amazon está usando para entrar nas geladeiras”, comparou Mark.
Mas os concorrentes não estão dormindo diante deste domínio. No último mês de outubro, o Google fez barulho ao lançar duas versões do seu smart speaker, uma compacta, o Google Home Mini, e outra maior e mais poderosa, o Google Home Max. Em 2017, a Apple também entrou na disputa ao lançar a sua versão de caixa de som inteligente, o HomePod.
Mark Zuckerberg também está de olho numa fatia deste mercado. Segundo a Bloomberg, o Facebook estaria produzindo um gadget para bater de frente com os concorrentes. É esperar para ver os próximos lances desta disputa.
Veiculado em: Época Negócios - Dez/17