Governança, risco e compliance são pilares da conformidade. Entenda o porquê

3 minutos de leitura

GRC, sigla para governança, risco e compliance, envolve práticas que reduzem custos corporativos, proporcionam maior segurança nos processos e transparência na operação



Por Redação em 23/06/2022

Parceria Editorial

Você já ouviu falar em GRC? Se o termo parece desconhecido, provavelmente está na hora de rever as políticas e as práticas operacionais de sua empresa. O termo, sigla para governança, risco e compliance, define as boas práticas para integração de processos e adequação das operações aos instrumentos regulatórios. 

É isso o que garante que a organização está em conformidade com a legislação local, as determinações dos órgãos de fiscalização, normas reguladoras e até mesmo com a sua política e ética interna. Para entender melhor o que é o GRC na prática, confira a definição de cada um dos conceitos.

G, de Governança

Governança corporativa, segundo definição do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), é o “sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os diferentes relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”.

Ou seja, a ideia é alinhar os interesses corporativos e dos stakeholders da empresa às normas e leis vigentes, de forma a mostrar a responsabilidade da operação. Isso, muitas vezes, pode ser um grande desafio.

Um exemplo disso é a aplicação das regras da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). As empresas precisam se manter ágeis mas, ao mesmo tempo, proteger as informações de parceiros, fornecedores, colaboradores e clientes. 

As ações de governança são fundamentais para que as empresas tenham decisões ágeis e também saibam como proceder em casos de crise. Os principais pilares da governança são a transparência, que inclui a prestação de contas de todas as atividades administrativas e auditorias periódicas, a prática da equidade entre todos os envolvidos na operação e a responsabilidade pelas ações corporativas.

R, de risco 

A gestão de riscos envolve a necessidade de adoção de controles, mapeamento de processos e desenvolvimento de ações preventivas. Aqui, a LGPD também pode ser usada como exemplo: sem as boas práticas de proteção de dados, os riscos para a organização vão de multas (muitas vezes pesadíssimas) até a probabilidade de ter a imagem corporativa manchada perante consumidores e demais stakeholders. 

Um bom planejamento das ações corporativas inclui a identificação de riscos, a avaliação quantitativa e qualitativa dos mesmos, a criação de um plano de ação e resposta e, também, a instituição de um programa de monitoramento de riscos.

C, de compliance

Compliance quer dizer conformidade. Mas, como o termo conformidade é um pouco mais amplo e se refere à garantia de que a empresa esteja alinhada com todas as regulamentações vigentes, compliance pode ser definido como o estabelecimento de políticas internas que norteiam o posicionamento da empresa perante seus stakeholders, regulamentações que atingem sua operação e legislações vigentes. 

Qual a importância do GRC?

As empresas precisam, cada vez mais, alinhar sua conduta e estratégias aos padrões éticos e regras que definem sua operação. Quem não faz isso corre alguns riscos, que vão desde a perda de credibilidade por parte de clientes e parceiros até situações como autuações e/ou interdição, decorrentes do desrespeito a leis ou normas que afetam suas atividades.

Vale lembrar que a má reputação pode trazer inúmeras dificuldades para a organização, como restrições para obter investimentos, perda de clientes ou problemas para sua retenção, necessidade de lidar com situações de crise, que podem levar à obrigação de indenização, entre outros. 

Casos de corrupção, vazamento de dados de terceiros, adoção de práticas duvidosas e uso de estratégias conhecidas como greenwashing são exemplos de situações repudiadas pelo público-alvo do negócio, além de parceiros, investidores, fornecedores e demais envolvidos na operação. 

Alguns benefícios de implantar uma política de GRC na sua empresa são:

  • maior facilidade na obtenção de investimentos e/ou financiamentos;
  • visibilidade no mercado;
  • boa imagem corporativa;
  • prevenção a fraudes;
  • redução de custos;
  • melhoria no relacionamento interno e satisfação de todos os envolvidos.

Como implantar o GRC em sua empresa?

1. Mudança de cultura

O principal desafio da implantação de uma política de GRC é a mudança da cultura corporativa. Então, o primeiro passo para promover essa transformação é promover ações que possibilitem que todos os envolvidos se conscientizem sobre a importância da evolução dos processos, bem como o conhecimento de iniciativas anticorrupção. 

É essencial ter estratégias bem definidas e alinhá-las com a equipe e com toda a cadeia de valor do negócio, por meio de treinamentos, eventos, comunicação compartilhada entre todos os envolvidos, entre outras ações. 

2. Atualização

Além disso, para garantir que as normas e regras sejam cumpridas, é fundamental que a empresa mantenha-se atualizada, com equipes específicas para o acompanhamento das adequações e atualizações regulatórias. Estudos que possam avaliar a vulnerabilidade do negócio também são muito importantes para que as estratégias possam ser seguidas. 

3. Tecnologia

Outro aspecto importante diz respeito à adoção de controles, que podem ser melhorados com o uso de tecnologias como machine learning e analytics, que conseguem analisar uma grande quantidade de informações, reduzindo o risco de interpretações equivocadas.

Em um cenário de transformação digital, é fundamental que as companhias adotem soluções que ajudem a nortear as ações diante de riscos já conhecidos ou inesperados, mudanças comerciais, regulatórias e políticas e ambientes dinâmicos.

Com dados em mãos, a gestão e a identificação de gargalos do negócio fica mais simples, bem como a adoção de ações de prevenção a fraudes, já que a transparência será garantida. Além disso, a tecnologia simplifica os processos de auditoria, garante maior transparência das operações e contribui para a integração de todos os dados. 


E-book gratuito: saiba como implementar uma cultura de cibersegurança na sua empresa

Saiba mais


Matérias relacionadas

smart city pindamonhangaba Estratégia

Pindamonhangaba quer status de smart city internacional

Gestão da cidade paulista, que já foi certificada pela ISO no Brasil, tem plano arrojado para 2024

carlos eduardo gabriel Estratégia

Citi avança no uso de inteligência artificial

Com Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CoE), o banco conduz estratégia para aprimorar práticas e adoção da tecnologia, explica especialista de dados da instituição

relatorios esg Estratégia

Relatórios ESG obrigatórios ganham protagonismo

Empresas de capital aberto vão precisar se adaptar à regulação, que começa em 2026

regulamentação ia Estratégia

UE aprova regulamentação do uso da IA

A União Europeia é pioneira com o projeto de lei original, apresentado pela primeira vez em abril de 2021