Humano aumentado conheça o dispositivo que permite pessoas com paralisia recuperarem capacidade da fala

Humano aumentado: conheça o dispositivo que permite pessoas com paralisia recuperarem capacidade da fala

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Empresa apresentou caso clínico de humano aumentado, em que paciente com paralisia pode controlar máquina com ajuda de um dispositivo sem fio.



Por Redação em 07/10/2019

Empresa apresentou caso clínico de humano aumentado, em que paciente com paralisia pode controlar máquina com ajuda de um dispositivo sem fio.

O Humano Aumentado, ou Humano 2.0, é uma tendência para os próximos dez anos, segundo a consultoria Gartner — como escrevemos nessa matéria aqui.

Este conceito pode ser explicado como melhorias cognitivas e físicas do corpo humano com a ajuda de outras tecnologias como:

  • Biotecnologia;
  • Biochips;
  • Inteligência aumentada;
  • Inteligência Artificial emocional.

Embora seja uma tecnologia emergente para a próxima década, o humano aumentado já dá os primeiros passos para se tornar uma realidade.

No fim de setembro, a Synchron, empresa de tecnologia australiana, anunciou o primeiro sucesso clínico de uma interface no cérebro humano em pacientes com paralisia. 

A interface é o Stentrode, um dispositivo projetado para registrar a atividade cerebral e transmitir pensamentos sem fio diretamente do cérebro. Ele permite o controle de outros dispositivos por meio de comandos de voz.

“O início de testes em humanos de uma interface comercial de computadores cerebrais é um marco importante para a indústria”, comunicou em nota Thomas Oxley, CEO da Synchron.

O projeto acontece em parceria com a Universidade de Melbourne (Austrália) e teve financiamento da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada em Defesa dos EUA (DARPA) e do Departamento de Defesa dos EUA (DoD).

Como funciona o dispositivo da Synchron?

À rede de TV norte-americana Bloomberg, Oxley explicou como o implante é feito e como o dispositivo pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Veja o vídeo abaixo (em inglês).

Pois bem, como o CEO da Synchron explicou, o procedimento cirúrgico para a instalação do dispositivo é minimamente invasivo.

O Stentrode percorre os vasos sanguíneos, o que reduz os riscos de rejeições biológicas.

“Usando veias como uma via natural para o cérebro, conseguimos chegar ao estágio clínico significativamente mais cedo do que outras abordagens mais invasivas”, disse Oxley.

Geralmente, em procedimentos do tipo, os especialistas retiram parte da calota craniana para introduzir o implante, que precisa ser ainda conectado a um computador.

Já o Stentrode é um dispositivo sem fio que o sistema operacional dele (brainOS) fará a comunicação com um outro pequeno dispositivo (brainPort) instalado no peito do paciente. Confira mais detalhes abaixo:

– brainOS
É o sistema operacional do dispositivo. Este software vai ser responsável em registrar e transmitir toda a atividade cerebral do paciente. O brainOS é um conjunto de aplicativos que vai permitir que o usuário restaure a fala perdida e a função dos membros.

Ao contrário de outros sistemas operacionais que exigem pressionar ou tocar um botão, o brainOS é controlado por voz. A plataforma foi projetada para redefinir a experiência do usuário focado em pessoas que não conseguem usar mouse ou teclado.

– brainPort
É uma solução sem fio implantada no peito do paciente que vai ajudar na transmissão de dados neurais de alta resolução.

Este sistema mantém a promessa de permitir o controle de tecnologias complexas para seres humanos com a cabeça ao invés de usar partes do corpo que porventura estejam paralisados (como as mãos).

Humano aumentado: os próximos passos

A interface cérebro-computador (BCI, em inglês), como o Stentrode, é um dispositivo que utiliza Inteligência Artificial para permitir a interação entre pessoas e máquinas pelo pensamento.

Esta tecnologia de humano aumentado é promissora não apenas para pacientes com paralisia grave, mas também para usuários com funções motoras reduzidas.

Tanto que a Food and Drug Administration (FDA), correspondente à Anvisa aqui no Brasil, divulgou no começo de 2019 um documento de orientação sobre a BCI.

O documento descreve considerações que pesquisadores devem seguir para realizar testes pré-clínicos e clínicos para esse campo que está emergindo rapidamente.

A agência já reconhece o “potencial [da tecnologia] de trazer benefícios para pessoas com deficiências graves, aumentando a capacidade de interação com ambientes e trazendo uma nova independência na vida cotidiana”.

Principais destaques desta matéria:

  • Empresa desenvolveu dispositivo que permite pessoa com paralisia controlar outros dispositivos;
  • Implante é feito de forma minimamente invasiva e não utiliza fios para a conexão com máquinas;
  • Sucesso no procedimento clínico mostra que tecnologia de humano aumentado está mais próxima da sociedade.


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