A mais recente lista de tecnologias no radar do jornal Valor aponta a Inteligência Artificial generativa (IA generativa) como um dos destaques para 2024. Segundo a publicação, a IA se espalhou entre as pessoas comuns e também alçou voo nas corporações. Em ambos os casos, quem puxa o crescimento são plataformas como o popular ChatGPT e outras menos divulgadas, como o Bard e Midjourney.
A adoção da IA acontece no mundo todo e, de acordo com a consultoria McKinsey, poderá gerar de US$ 2,6 trilhões a US$ 4,4 trilhões anualmente, nos próximos anos. Entre os destaques estão o setor bancário, no qual a tecnologia tem o potencial de movimentar entre US$ 200 bilhões e US$ 340 bilhões, e o varejo, onde as estimativas giram entre US$ 400 bilhões e US$ 660 bilhões. Outra avaliação da consultoria é que a tecnologia possa levar ao aumento de produtividade, entre 0,1% a 0,6% ao ano, até 2040.
Apesar de muitas tecnologias baseadas em IA estarem em fase de teste, o Valor indica aplicações com grande apelo, como recursos que ajudam na detecção de câncer ou sistemas que analisam dados bancários, para identificar e prevenir fraudes. No rol de áreas que devem ser bastante afetadas estão os já citados setores bancário e de varejo, mas a lista avança em várias outras, mesmo no setor público, passando pela indústria e educação, entre outros.
IA enfrentará “prova de fogo”
A IA deve enfrentar, por sua vez, uma prova de fogo na avaliação da publicação. Mesmo que se defenda que ela funcionará como um copiloto, aliviando o trabalho repetitivo e exaustivo, há indicações de redução de postos de trabalho. Essa pelo menos é a estimativa do banco Goldman Sachs. Para a instituição, a automação impulsionada pela IA pode levar a uma redução de 300 milhões de vagas nos próximos anos.
A resposta seria o desenvolvimento de habilidades entre os trabalhadores, o que demandaria um grande esforço das áreas pública e privada. E mais: a onda não vai se restringir à mão de obra menos qualificada e deverá chegar aos profissionais liberais, como advogados e consultores. Outro problema é a geração – via IA – de elementos de desinformação, como as fake news e fraudes de emulação de voz, por exemplo.