indice de produtividade tecnológica

Pesquisa aponta: índice de produtividade tecnológica no agro é baixo

3 minutos de leitura

Apesar disso, a tendência é de que o agronegócio invista cada vez mais em tecnologia



Por Redação em 05/04/2024

O Índice de Produtividade Tecnológica (IPT), elaborado pela H2R Insights & Trends, que tem como objetivo avaliar o nível de produtividade tecnológica de diversos setores no Brasil, trouxe dados recentes sobre o setor de agropecuária. A análise foi feita com base no uso de ERP e de outros sistemas de gestão, considerando dois pilares:

  • o nível de internalização do uso dos sistemas de gestão na empresa;
  • o ganho de performance do negócio e da operação, obtido com o uso desses sistemas.

Na metodologia para a realização da pesquisa, foram ouvidas 350 pessoas, entre proprietários e profissionais de alta gestão. O grupo de empresas participantes tem faturamento acima de R$ 20 milhões, e a localização se concentra nas regiões Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste e Sul. 

Índice de produtividade tecnológica é baixo no agro

Ainda sobre a metodologia de aplicação da pesquisa para entender o perfil do agro em inovação, vale ressaltar que para a compilação de dados, sete subsegmentos foram considerados: produção de sementes, multicultura, processamento e beneficiamento, comercialização, agroindústria, bioenergia e pecuária.

De acordo com a pesquisa, o IPT do agronegócio está em 0,58, em uma escala de zero a 1. A pesquisa ainda apontou que apenas 19% das empresas têm IPT acima de 0,75, o que indica que o setor ainda precisa de maturidade no uso de tecnologias. 

Os dados demonstram que o uso do ERP está proporcionando ganho de escala, não somente na gestão do negócio, mas, também, na integração da produção agrícola, gerenciando diversas operações simultaneamente. 

Além disso, as informações demonstram que as empresas que optam pela adoção de sistemas de gestão “já ultrapassaram a metade do caminho para terem maior eficiência na utilização de soluções”.

O agro brasileiro

Para contextualizar, o agronegócio brasileiro ainda é predominantemente gerido por famílias, apesar de haver uma busca busca pela profissionalização. De acordo com a pesquisa, pelo menos 50% das propriedades rurais no Brasil estão se encaminhando para ter uma gestão executiva para otimizar as operações.

No Brasil, hoje, 40% das propriedades rurais são geridas por familiares, 20% por executivos e 30% por ambos (executivos familiares). Há uma tendência de que o agro brasileiro adote, cada vez mais, novas tecnologias. Além disso, existe uma perspectiva de adoção de métodos laborais com processos mais modernos. A ideia é aumentar a produtividade e a eficiência dos negócios. Nesse sentido, o setor pode apostar na inovação por meio de várias tecnologias. Confira a seguir as principais.

Conectividade 5G 

O 5G permite a transmissão de dados em áreas rurais, inclusive as mais afastadas, e pode impactar muito o setor, uma vez que a conectividade viabiliza a adoção de IoT, além de contribuir com a integração de dados entre equipamentos e sistemas. 

Agricultura de precisão

Quando ações como a coleta de dados da produção estão atreladas ao gerenciamento da propriedade, todo o processo produtivo é beneficiado, desde o planejamento da distribuição dos insumos até a distribuição dos locais que irão recebê-los.

Marketplaces 

As plataformas digitais conectam e potencializam as vendas entre fabricantes, distribuidores e clientes finais, o que contribui para que os pequenos produtores ampliem o alcance aos fornecedores.

ESG 

Requisitos de sustentabilidade e rastreabilidade de produtos impulsionam a necessidade por parcerias eficientes. O aprimoramento das técnicas de cultivo e o uso de tecnologia no agronegócio são essenciais para a atualização do setor. 

Os setores administrativos do Agro

De acordo com a pesquisa, em 53% das empresas em que o ERP está presente, em todas as áreas administrativas, o IPT alcança 0,67 pontos numa escala de 0 a 1. Apesar da área de finanças concentrar o maior uso dos sistemas de gestão, pelo menos 11% das empresas não usam sistemas de ERP ainda. Esse índice muda para 26% quando relacionado aos setores de RH. 

Tecnologia para produtividade do agro brasileiro

Para medir o índice de produtividade tecnológica no agro, a pesquisa considerou três pontos que impactam também na produtividade das empresas:

  • infraestrutura de TI da empresa;
  • condições internas que afetam o uso dos sistemas de gestão, nível de digitalização dos processos agrícolas e nível de automação dos equipamentos de produção agrícola; 
  • nível de internalização dos sistemas.

Sobre a infraestrutura, de acordo com a pesquisa, quase todas as empresas do agro possuem internet e coletam dados no campo. Apesar disso, nem todas possuem um departamento formado de TI. Cerca de 25% das empresas que não tem um departamento de tecnologia da informação constituído sofrem os impactos disso nos processos e na produtividade do negócio.

Entre as empresas que usam sistemas de gestão, 47% apresentam baixa rotatividade dos funcionários administrativos. Além disso, 40% das empresas apresentam alto nível de organização das informações. 31% delas adotaram a digitalização dos processos agrícolas e 27% automatizaram equipamentos.

O índice de digitalização dos processos agrícolas em empresas de médio porte é de 59%, já as empresas de grande porte representam 31%. 

Cerca de 69% das empresas não possuem soluções com uso de Inteligência Artificial (IA). Por outro lado, 58% ainda não possuem um portal agrícola para centralizar informações e demandas.


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