As aplicações inovadoras e as possibilidades de explorar a conjugação de 5G, IoT (Internet das coisas), e IA (Inteligência Artificial) estão no eixo da agenda. Embora os datacenters em nuvem, com sua grande capacidade e escala, continuem a ser as locomotivas das transformações, novos modelos impõem mudanças na arquitetura, com a necessidade da inclusão de soluções de edge computing (ou computação de borda, em que o processamento é feito no local da operação). Para dar conta das novas demandas de infraestrutura, sem um retrocesso de custos e governança de gerenciar um parque descentralizado, os provedores hoje já trabalham na evolução à metacloud. “A metacloud traz uma abstração dessa infraestrutura distribuída, com gerenciamento centralizado e funcionalidades de FinOps”, resumiu Diuliana França, diretora de serviços cloud B2B na Embratel.
Entre os habilitadores da nova geração de aplicações de automação industrial, cidades inteligentes e IoT, a capacidade das conexões 5G garantirem a resposta praticamente em tempo real é o que permite, por exemplo, parar um carro antes que avance 10 cm, e suportar outros processos sensíveis a latência. “Em uma indústria química, um sistema de analytics dispara comandos para os injetores ajustarem o equilíbrio das substâncias que entram em determinado produto. Não dá para quebrar o ritmo da esteira de produção esperando esses comandos”, exemplificou Fabiana Falcone, diretora de desenvolvimento comercial de cloud da Embratel.
Diulina explicou que, além dos casos de aplicações que exigem baixíssima latência, há casos de negócio em que funções de machine learning e IA seriam treinadas na nuvem e depois distribuídas. “Se o que interessa é um conjunto de dados restrito, e o tempo de resposta é importante, as soluções de edge resolvem bem”, disse.
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Esta, essa e aquela nuvem
Praticamente todas as empresas têm projetos em nuvem e quase nenhuma tem todos os projetos em apenas uma nuvem. Por diversas razões tecnológicas, financeiras ou regulatórias, os serviços se distribuem por nuvens privadas, vários provedores da nuvem pública, além da infraestrutura distribuída de edge.
Na prática, a arquitetura da metacloud remete, em alguma medida, à evolução dos serviços de telecomunicações, com as SDNs (redes definidas por software) e NFVs (virtualização das funções de rede). Embora os equipamentos locais tenham prontidão, autonomia e alta performance, as configurações, atualizações de funcionalidades e políticas de segurança são orquestradas no modelo de SaaS. Ainda assim, a capilaridade e a experiência com logística dá às operadoras uma relativa vantagem diante das premissas das metaclouds.
As extensões da multicloud às instalações do cliente, ou em datacenters nas localidades, já faz parte da oferta de provedores. Contudo, a metacloud traz um conceito mais amplo, com a operação e gerenciamento de tudo em uma plataforma integrada.
Evidentemente, a combinação de processos altamente críticos e plataformas fisicamente dispersas recomenda muita atenção aos riscos e ameaças. Junto à segurança, há ainda que se garantir alta disponibilidade em todo o ambiente. “Hoje, o tráfego que tem mais atenção é a troca de dados entre nuvens. Mas configurar as plataformas para aplicar as políticas de QoS (qualidade de serviços) e segurança em todas as interconexões traz novos desafios de conformidade”, menciona Diuliana.