O governo mineiro estruturou um sistema inédito para prevenção de eventos climáticos severos. Intitulado “Mapeia Minas”, o programa foi criado pela Secretaria Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese) e tem como objetivo acompanhar riscos climáticos e apoiar as prefeituras locais na proteção das comunidades vulneráveis.
Tecnologicamente, a iniciativa usa georreferenciamento combinado com análise de dados. A solução, desenvolvida em parceria pela SoftwareOne e AWS, também adota o armazenamento em nuvem para a gestão do volume de informações captadas.
Um dos destaques do sistema é que os recursos em nuvem incluem tratamento de dados e geolocalização, que foram integrados a uma amostra da base de dados do registro das famílias de baixa renda no Brasil (CadÚnico). Outra base integrada é a de alertas públicos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que aponta previsões climáticas, como intensidade de chuvas e umidade.
A inteligência de dados permite a precisão de informações cruzadas. Um exemplo é a identificação – por cidade – do número de pessoas em situação de vulnerabilidade e a situação climática de cada local, a partir das previsões meteorológicas. Com isso, instituições como a Defesa Civil podem adotar iniciativas mais focadas de prevenção. A integração envolve, ainda, outras duas entidades que atuam em casos de desastres naturais: Ministério Público e Corpo de Bombeiros.
No dia a dia, o sistema permite monitorar barragens, enchentes, secas e demais eventos climáticos, integrando a localização de famílias assistidas pelo governo, como pessoas ribeirinhas, em situação de vulnerabilidade ou que vivem em áreas de risco.
Esse recurso é importante, principalmente porque Minas Gerais tem registrado um aumento de incidentes relacionados ao clima. De 2021 para 2022, o estado foi afetado por uma quantidade muito grande de chuvas, que fez com que metade dos 853 municípios entrassem em situação de emergência ou calamidade, o que levou a um número de 70 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.
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