5G Foto: Rafael Henrique/ Adobe Stock

O que é 5G e como ele tem avançado no Brasil?

6 minutos de leitura

A ampliação da cobertura 5G é essencial para habilitar novas tecnologias, com soluções baseadas em IA e IoT



Por Redação em 06/03/2025

A implantação da tecnologia 5G no Brasil completou dois anos em julho de 2024. No final de novembro do mesmo ano, a Anatel já registrava mais de 35 milhões de usuários do 5G em todo o país. Cronograma prevê que todas as cidades terão a ativação até 2029

O que é 5G?

o que é 5G
Foto: amornchaijj/ Adobe Stock

A tecnologia móvel de quinta geração (5G) é o padrão para redes de telecomunicações lançado pelas empresas de telefonia celular em 2019.

As redes 5G apresentam melhorias significativas em velocidade, latência e largura de banda em relação às suas antecessoras 3G, 4G e 4G LTE. Com isso, as redes 5G apresentam tempos de download e upload mais curtos, conectividade mais forte e melhor confiabilidade, tornando-as as sucessoras naturais da tecnologia 4G.

Em conjunto com a Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e aprendizado a Máquina (ML), o 5G é uma tecnologia disruptiva, com o potencial de transformar vários segmentos. Entre eles, a mobilidade, com a operação de carros autônomos, a indústria e o agronegócio. Outros beneficiados são jogos e streaming de vídeo, que passam a operar melhor por meio de uma conexão de rede de alta velocidade.

Quais os tipos de 5G?

Existem duas principais categorias de 5G: o 5G de ondas milimétricas (mmWave), conhecido por sua alta velocidade, e o 5G de frequência abaixo de 6 GHz, que oferece uma cobertura mais ampla. Ambas as variantes buscam aprimorar a conectividade móvel, proporcionando diferentes benefícios em termos de velocidade e alcance.

5G standalone, ou SA

O 5G standalone representa uma arquitetura totalmente independente, sem depender de infraestruturas 4G existentes. Nesse modelo, o 5G opera de forma autônoma, proporcionando benefícios como latência ultrabaixa e maior capacidade. Diferentemente do 5G non-standalone, não há necessidade de integração com redes 4G, permitindo a plena realização do potencial do 5G e a implementação de serviços avançados, como comunicação de máquina a máquina (M2M) e internet das coisas (IoT).

A velocidade potencial do 5G Standalone é de aproximadamente 10 gigabits por segundo e o tempo de latência de 1 a 10 milissegundos. Isso é possível graças ao uso de uma infraestrutura completa de conexão e frequências dedicadas.

5G non-standalone, ou NSA

A arquitetura 5G non-standalone é caracterizada por ser uma implementação inicial da tecnologia 5G que utiliza a infraestrutura existente de redes 4G. Nesse modelo, o 5G atua como uma extensão do 4G, proporcionando melhorias na velocidade e capacidade, mas dependendo da rede 4G para algumas funcionalidades essenciais. Isso permite uma transição gradual para o 5G sem a necessidade de uma infraestrutura totalmente nova.

A alta velocidade é possível porque o 5G NSA utiliza frequências e antenas do 5G, apesar de manter os núcleos 4G. Vale explicar que o núcleo é um conjunto de servidores responsável pelo processamento de dados que acontece após o celular se conectar a uma antena.

5G DSS

O termo DSS, que significa Compartilhamento Dinâmico de Espectro, usa somente a infraestrutura 4G. Sua velocidade é menor que as outras tecnologias, com 51,7 megabits por segundo, e latência de 60 milissegundos.

Qual a diferença entre as faixas de frequência?

As frequências baixas exigem antenas menores, têm maior cobertura geográfica, baixas taxas de transmissão e são ideais para localidades com baixa densidade demográfica, como áreas rurais. 

Já as frequências altas exigem mais antenas, têm cobertura geográfica limitada e altas taxas de transmissão. São úteis em locais mais populosos.

As faixas de frequência são:

  • 700 MHz e 2,3 GHz, que servirão para melhorar cobertura de 4G e, futuramente, distribuir 5G;
  • 3,5 GHz e 26 GHz, que são redes de fato 5G, sendo que a primeira é voltada ao consumidor final e a segunda para banda larga.

O alcance do 5G é mais curto?

As faixas do 5G têm uma capacidade maior, mas como seus comprimentos de onda são menores, significa que seu alcance é mais curto. Também podem ser bloqueados mais facilmente por objetos físicos.

Diferença entre 5G, 4G e 3G

4G

Antecessor do 5G, o 4G começou a se destacar pela sua capacidade de atingir velocidades na casa dos 100 Mb/s em dispositivos móveis, número impensável para a tecnologia da época, algo em torno de 10 vezes mais rápido do que o 3G. De acordo com o site TechTudo, este salto expressivo permitiu que serviços complexos, como streaming de vídeos, músicas e jogos onlines fossem utilizados em redes móveis. A evolução desembarcou no Brasil por volta de 2013.

4G LTE

Vale um destaque aqui para a sigla LTE, significa “evolução de longo prazo”, em inglês, e que foi criada para classificar esforços e desenvolvimentos interativos da rede 4G inicial. A ideia da indústria de telecomunicações era criar um tipo de tecnologia que direcionasse a evolução para chegar ao 4G “real”. Com o tempo, o LTE atingiu e superou as expectativas e hoje os termos são reconhecidos para definir a mesma coisa.

3G

A chamada terceira geração (3G) começou a ser instituída ainda no começo dos anos 2000 e trouxe a promessa de velocidades na faixa de 144,4 Kb/s (kbits por segundo), chegando até 168 Mb/s (megabits por segundo), com as evoluções que ocorreram ao longo dos anos. 

Redes privativas 

As redes privativas são um sistema de conectividade privada para o uso específico de uma companhia, com a possibilidade do uso licenciado do espectro de radiofrequência. De acordo com o Sebrae, esse formato de conexão se contrapõe ou se complementa às redes públicas, oferecidas pelas operadoras móveis, nas quais toda a informação dos milhões de usuários trafega pelo mesmo espectro, o que pode inviabilizar certas operações de níveis críticos.

Como define o Instituto Atlântico, as redes privativas 5G são ideais para ambientes como plantas de energia, redes de distribuição de água e até mesmo sistemas de transporte público, onde a continuidade do serviço é vital. São redes que permitem interações em tempo real entre diferentes dispositivos e sistemas, um fator importante para evitar incidentes em operações de missão crítica. E mais: a alta disponibilidade e resiliência dessas redes garante que as operações críticas, como o monitoramento de barragens ou o controle de trens, possam continuar funcionando nas mesmas condições adversas. 

A segurança é uma das principais razões pelas quais as empresas investem em redes privativas. O investimento nessa infraestrutura também permite o aumento da produtividade.

O 5G no Brasil

A história do 5G no Brasil começa com o leilão realizado entre 4 e 5 de novembro de 2021, que arrecadou cerca de R$ 50 bilhões, dos quais R$ 40 bilhões de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O certame foi considerado como a maior licitação da história das telecomunicações no país e um dos maiores em arrecadação, ficando atrás apenas da licitação do pré-sal.

As faixas de frequência licitadas foram 700 MHz, 2,3 GHz e 3,5 GHze 26GHz. Na faixa de 3,5 GHz, que foi a principal do leilão, a Claro ficou com o lote B1, ao oferecer lance de R$ 338 milhões (ágio de 5,18%, valor acima do mínimo previsto no edital). O lote B2 foi arrematado pela Vivo, por R$ 420 milhões (ágio de 30,69%), e o lote B3 ficou com a TIM, que vai pagar R$ 351 milhões (ágio de 9,22%). O edital previa ainda um quarto lote na faixa de 3,5 GHz, mas não houve lance. 

Já a faixa de 700 MHz foi adquirida pela Winity II Telecom, que ofereceu lance de R$ 1,427 bilhão, valor 805% superior ao mínimo exigido.

Nos lotes regionais, para a faixa de 3,5 GHz, as vencedoras foram Brisanet (Nordeste e Centro-Oeste), Sercomtel (Norte e Estado de São Paulo), Consórcio 5G Sul (região Sul), além da Cloud2U, que vai atuar nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, e Algar Telecom, com previsão de atender a algumas localidades em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo.

Com as novas frequências, a perspectiva é de melhoria da conectividade em todas as regiões do país, inclusive locais mais distantes dos grandes centros. 

Vale destacar que as novas empresas no setor podem alugar a frequência arrematada para que outras operadoras ofertem o serviço, atuando como intermediárias. Nesse caso, são chamadas operadoras de atacado.

Meta de cobertura até 2029

Em julho de 2024, o 5G completou dois anos do início de sua implantação no país. De acordo com a Anatel, se considerarmos as faixas de frequências de 2,3 GHz e 3,5 GHz, mais 810 municípios teriam a tecnologia licenciada, incluindo todas as capitais com estações (torres/antenas), e com sinal ativo em pelo menos 589 cidades. Em resumo: cobertura média de 45% e 28 milhões de usuários com celulares que permitem se conectar à internet com a nova tecnologia. Brasília foi a primeira capital do país a ter faixa de 3,5GH liberada para o 5G, em 6 de julho de 2022.

O edital do 5G, que fixou as regras da licitação realizada no final de 2021, estabeleceu compromissos para que todas as cidades do país (5.570) tenham sinal 5G em plenitude até o final de 2029. A cobertura nas cidades ativas aumenta a cada mês com acompanhamento da Anatel, bem como áreas de sombras são constantemente mapeadas para compor novas políticas públicas e prever investimentos em futuros leilões.

Como está o avanço do 5G no país

A última barreira para o avanço do 5G era a liberação da faixa de 3,5 GHz realizada no final de 2024. A “limpeza” final dessa faixa, então ocupada pelo sinal de TV por antenas parabólicas, liberou o tráfego de 5G em todos os 5,5 mil municípios do país. 

De acordo com a Anatel, a limpeza consistiu em migrar o sinal das parabólicas da banda C para a banda KU. Isso exigiu a desocupação de 1,4 mil estações de radiodifusão e a instalação de 5 milhões de kits com filtros nas parabólicas para garantir que a população continuasse tendo acesso à televisão aberta, sem interferência do sinal da internet. O trabalho de limpeza foi concluído 14 meses antes do prazo máximo previsto na regulamentação.

Só depois dessa limpeza as operadoras podem ligar suas antenas e oferecer o 5G aos clientes. Em novembro de 2024, o sinal do 5G já estava funcionando em 770 cidades, com a cobertura atendendo 35 milhões de usuários. A velocidade média está em cerca de 300 megabits por segundo. A antecipação na liberação do sinal significa, portanto, que as operadoras poderão avançar mais rapidamente na implementação da cobertura.



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