O que é preciso para uma empresa se tornar nativa em nuvem?

O que é preciso para uma empresa se tornar nativa em nuvem?

4 minutos de leitura

Executiva da Cloud Native Computing Foundation destaca 5 benefícios de projetos em código aberto para ajudar uma empresa a ser nativa em nuvem.



Por Redação em 11/05/2021

Executiva da Cloud Native Computing Foundation destaca 5 benefícios de projetos em código aberto para ajudar uma empresa a ser nativa em nuvem.

Já comentamos diversas vezes aqui no Mundo + Tech sobre a jornada para nuvem e como a tecnologia possibilitou novos modelos de negócios. Ainda mais depois da pandemia, que acelerou o movimento de migração de muitas empresas físicas para o digital.

Porém, quando se trata de ser uma companhia nativa em nuvem, o que é preciso? Um ponto crítico para essa inovação digital é se apoiar em projetos open source (ou código aberto). Aqui vale explicar alguns conceitos.

Ser uma organização nativa em nuvem significa usar diversas plataformas escalonáveis e automatizadas. Assim, é possível desenvolver sistemas e serviços com agilidade, possibilitando um gerenciamento eficaz das aplicações.

Apesar da crescente adoção da computação em nuvem, muitas empresas ainda atuam de maneira tradicional no desenvolvimento de aplicações com a tecnologia. Isso significa que elas usam:

  • Máquinas virtuais.
  • Migrações de ambientes.
  • Desenvolvimento em cascata.

Já quando uma aplicação é desenvolvida totalmente em um ambiente cloud, ela vai entregar operações mais inteligentes e escalonáveis a partir do uso de:

  • Serveless Computing.
  • Data lake.
  • Metodologias ágeis.

E, por fim, temos o conceito de open source. Trata-se de um software cujo código pode ser baixado por qualquer pessoa e adaptado para diversos fins. Seria como duas pessoas terem o mesmo modelo de iPhone, mas personalizar o dispositivo com seus gostos pessoais.

Por que ser uma empresa nativa em nuvem está em evidência

Cheryl Hung, vice-presidente de ecossistema da Cloud Native Computing Foundation (CNCF), afirma que projetos de código aberto permitem a atualização constante de uma nuvem com novos recursos, além de torná-la estável para as demandas do time de TI.

Em um artigo escrito para o InformationWeek, ela destaca o Kubernetes como um fator-chave que possibilita desenvolver algo totalmente na nuvem. Caso você não se lembre, a tecnologia é um sistema open source projetado pelo Google e mantido pela CNCF.

A ideia de Kubernetes é eliminar a complexidade do gerenciamento das cargas de trabalho na nuvem, assim como facilitar a configuração e automação de processos. Para entender mais da tecnologia, não deixe de ler o artigo do Mundo + Tech que trata sobre o tema, é só clicar aqui.

Por sinal, muitas empresas têm olhado para Kubernetes como tecnologia que vai levá-las para o próximo nível. No relatório 2021 The State of Enterprise Open Source, produzido pela Red Hat, quase 90% dos entrevistados a consideram como “importante” na estratégia de inovação.

No artigo, a especialista explica por que o código aberto é fundamental em uma jornada de transformação nativa em nuvem. Confira os motivos abaixo.

1. Colaboração

A colaboração exigida em projetos de código aberto é um fator importante para as empresas que iniciam essa transformação.

São projetos que vão colocar “equipes de TI diretamente em contato com membros e clientes do projeto”, escreveu a especialista. Assim, é possível consultá-los sobre determinada tecnologia, se ela é relevante, como é possível adotá-la, escalá-la, entre outros tópicos.

2. Inovação

Por ser ainda um conceito recente, as tecnologias nativas em nuvem estão em constantes mudanças. “O Kubernetes é conhecido por sua adaptabilidade, flexibilidade e capacidade de superar desafios complexos, mas foram necessários seis anos e 22 iterações (repetições) para entregar isso.”

Essa evolução se dá porque os projetos nativos em nuvem têm atuado por meio de um conjunto de roteiros estruturados em processos rigorosos. Isso chamou a atenção do Spotify que, segundo Hung, “migrou de sua própria plataforma de orquestração [para uma de Kubernetes].”

3. Modernização

Modernizar, explica Hung, significa o time de TI passar a trabalhar com profissionais de outras áreas, mas sem comprometer as tecnologias existentes. Apesar dessa parceria resultar em novos recursos, eles não irão prejudicar os investimentos separados para as soluções atuais.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos, por exemplo, integrou Kubernetes no hardware de uma aeronave que executava o Ada*. O resultado foi a diminuição do tempo de lançamento de um software de oito meses para alguns dias.

*Nota da redação
Ada é uma linguagem de programação de alto nível e que homenageia Ada Lovelace, reconhecida como a primeira pessoa a escrever um algoritmo.

4. Princípios

A popularização do código aberto tem sido fomentada por empresas de tecnologias. Foram elas que criaram interfaces comuns e intuitivas para interoperabilidade. Hung afirma que são mais de 500 fornecedores. Para o time de TI, é a possibilidade de escolher quem mais se adequa.

Um exemplo dado por ela é a Container Runtime Interface (CRI). Essa interface foi desenvolvida porque cada Kubernetes tem um tempo de execução, podendo gerar interrupções quando ele chega ao limite. Então, o CRI consegue expandir a tecnologia, evitando contratempos.

5. Redução de custos

A quinta vantagem do open source é que as equipes de TI não precisam mais escrever código do zero na tentativa de criar recursos de valor agregado. Sem contar que a comunidade de nativos em nuvem sempre colabora com linhas de código para difundir a criação de aplicações cloud.

De acordo com Hung, mais de 56 mil colaboradores desenvolveram mais de 250 mi contribuições relacionadas ao Kubernetes. São trocas que facilitam para os times que não têm tempo e recursos para construir sistemas por conta própria.

Tocando um projeto em 3 etapas

Na opinião de Hung, apesar de projetos nativos em nuvem serem rápidos, eles podem se tornar um desafio para a empresa adotar. A orientação dela é “abordar o uso de código aberto de forma estruturada e pragmática”. Isso significa pensar em três etapas.

Etapa 1: Nomear pessoas na empresa que vão liderar as mudanças nos processos e operações que projetos nativos em nuvem precisam.

Etapa 2: Escolher os “embaixadores” que, além de trabalhar nos projetos, vão atualizar outras áreas sobre as evoluções e ainda fazer o meio-de-campo entre os times da empresa e os recursos necessários.

Etapa 3: Ter uma abordagem pragmática para implementar, experimentar e comprovar os casos de uso da tecnologia. Aqui é o momento em que os líderes de negócio devem entender e apoiar os projetos.

Como Hung ressalta, o código aberto consegue oferecer a inovação exigida pelo mercado, ao mesmo tempo que garante confiabilidade e usabilidade das soluções. Porém, para uma empresa que deseja ser nativa em nuvem, se modernizar não é somente fazer download de uma plataforma open source e deixá-la para o time de TI, é preciso se adaptar ao que ela propõe.

Quer saber qual o impacto da computação em nuvem nas empresas? Confira abaixo um Embratel Talks sobre o tema.

https://www.youtube.com/watch?v=VzTL6Tp4yOA&feature=emb_imp_woyt&ab_channel=Embratel

Principais destaques desta matéria

  • Projetos open source (código aberto) ajudam uma empresa a se tornar nativa em nuvem.
  • Isso porque, a partir de uma infraestrutura, companhia consegue criar e adaptar soluções.
  • Cheryl Hung, vice-presidente de ecossistema da Cloud Native Computing Foundation (CNCF), destaca 5 motivos para considerar a adoção de código aberto nessa jornada.

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