Por que você deve apostar no desenvolvimento ágil em seus negócios

O que você precisa saber sobre desenvolvimento ágil, segundo essa especialista

5 minutos de leitura

Valesca Garcez explica como desenvolvimento ágil vai permitir empresas responderem rapidamente às mudanças trazidas pela pandemia.



Por Redação em 21/07/2020

Valesca Garcez explica como desenvolvimento ágil vai permitir empresas responderem rapidamente às mudanças trazidas pela pandemia.

O desenvolvimento de softwares e sistemas internos pode se tornar uma dor de cabeça para as empresas. Muitas ainda utilizam um planejamento tradicional, em que a esteira de produção segue de forma linear e não é possível retroceder.

Ou seja, manter essa característica vai dificultar a realização de alterações em qualquer etapa do projeto, como já mostramos no Mundo + Tech. Para entender mais, clique aqui.

Diante do cenário atual, quando as empresas precisam responder rapidamente às mudanças, o desenvolvimento ágil vai fazer toda a diferença nos negócios. Por quê? Porque as organizações vão conseguir entregar seus projetos de software e sistemas internosem um tempo menor.

Além disso, a metodologia ágil permite a correção em qualquer etapa de desenvolvimento, possibilitando uma entrega de qualidade ao cliente final.

Para falar mais do assunto, o Mundo + Tech entrevistou Valesca Garcez, gerente de produtos da Fábrica de Software e Inteligência Artificial da Embratel. A especialista participou webinar sobre desenvolvimento ágil, encontro da Maratona de Soluções Digitais realizada pela Embratel.

Confira abaixo mais sobre essa metodologia e como ela pode trazer vantagens para o seu negócio.

Mundo + Tech: O que é desenvolvimento ágil? Ele é somente para software?
Valesca Garcez: Trata-se de um modo de trabalho com características bastante específicas. O desenvolvimento ágil traz fundamentos, conceitos, papéis e responsabilidades, e ritos específicos, os quais devem ser adotados em sua totalidade para garantir o sucesso do seu funcionamento. A ideia pode ser aplicada em outras áreas, mas é apropriada para casos em que o escopo do trabalho a ser feito não está totalmente definido, ou seja, pode mudar durante o andamento do projeto.

M+T: Quais são as características do desenvolvimento agile?
VG: O desenvolvimento ágil trouxe mudanças nos fundamentos do desenvolvimento de software. Enquanto no passado destinava-se mais atenção a extensas documentações de projetos, por exemplo, no Ágil são priorizadas as interações entre pessoas, tendo como objetivo final o software em funcionamento – é isso que realmente importa. Fica evidente a busca por colaboração não só entre os membros do time, mas também com o cliente. A característica mais conhecida são as reuniões diárias de 15 minutos, normalmente realizas em pé, mas esse é apenas um dos ritos trazidos pela metodologia, com vistas a melhorar a comunicação e fomentar a transparência sobre o trabalho que está sendo feito.

“O momento atual trouxe a necessidade de mudar e de se reinventar rapidamente, o que combina com uma das principais vantagens do Ágil.”

– Valesca Garcez

M+T: Desenvolvimento agile e DevOps têm alguma relação?
VG: Eu diria que DevOps é uma consequência do sucesso do Ágil. Quando uma empresa consegue trabalhar bem com o framework Ágil, o resultado é que terá um grande volume de software entregue, pronto para ser levado aos clientes finais. Esse processo de disponibilizar novas versões de uma solução de software é algo que deve ser feito com extremo cuidado, para garantir a estabilidade daquilo que já está funcionando. Para isso existem muitas verificações, testes, monitoramentos, regras e processos que, normalmente, são executados por pessoas, algumas vezes com auxílios de ferramentas empregadas de modo isolado. O DevOps objetiva automatizar esse fluxo, contando para isso com o uso de ferramentas e as empregando de modo sistêmico e integrado, para que a entrega do software desenvolvido pela equipe Ágil possa chegar ao destinatário final – o cliente – da forma mais rápida e segura.

SAIBA MAIS: Entenda como funciona o serviço da Embratel para desenvolver soluções tecnológicas para clientes que estão em processo de transformação digital.

M+T: O que caracteriza o framework Ágil?
VG: O framework Ágil (veja mais detalhes abaixo) é composto por fundamentos, os novos conceitos de sprint e de squads, pelos novos papeis de responsabilidade do Product Owner e Scrum Master, que até então ninguém falava disso antes do Ágil, e os ritos, que são quatro tipos de reuniões.

Nota da redação:
Framework Ágil

  1. Fundamentos: consiste em uma maior interação de pessoas, ter o software em funcionamento, colaboração com o cliente e respostas às mudanças.
  2. Sprints: é o período que um projeto se torna entregável e utilizável pelo cliente. Geralmente tem um prazo de duas a quatro semanas.
  3. Squad: é uma equipe composta por três a nove integrantes, em que o Product Owner é o responsável em gerenciar o backlog do produto (lista de funcionalidades desejadas em um produto) e o Scrum Master, que garantirá os princípios e valores do framework sejam mantidos.
  4. Ritos: são as reuniões que deverão ser realizadas em cada sprint: Planning (definição de como cada item do backlog será desenvolvido), Daily (reunião de 15 minutos para alinhar todos os envolvidos no projeto), Review (apresentação das funcionalidades desenvolvidas ao cliente para obter um feedback) e Retrospectiva (avaliação dos pontos positivos e pontos que podem ser melhorados no próximo sprint, aprimorando a maturidade da equipe).

M+T: O que torna um projeto ágil um sucesso?
VG: Na minha visão, são dois pontos: o primeiro é a implantação do framework completo e o segundo é um certo tempo de maturação. É fundamental que as empresas resistam à tentação de utilizar o Ágil parcialmente, pois não existe mais ou menos Ágil. Não se pode deturpar os fundamentos, readequar os ritos ou redefinir certos papéis. O rito Daily deve ser feito diariamente, mas vejo times fazendo essa reunião de dois em dois dias, por exemplo. O modelo já é bastante enxuto, por isso deve ser seguido à risca. Aliado a isso, penso que o sucesso também está vinculado a um certo tempo de prática e de amadurecimento/entrosamento do time. Alguns ganhos de produtividade estão vinculados a pequenos ajustes que podem ser feitos ao término de cada sprint. Além disso, com o passar do tempo, o time também vai ganhando conhecimento sobre a solução que está desenvolvendo, tanto do ponto de vista técnico, quanto negocial, o que se reflete também na produtividade que, no limite, será traduzida como sucesso.

M+T: Neste momento de pandemia, por que as empresas devem apostar na metodologia?
VG: O momento atual trouxe a necessidade de mudar e de se reinventar rapidamente, o que combina com uma das principais vantagens do Ágil; ou seja, a capacidade de absorver mudanças e reagir a elas com brevidade. Estratégias tiveram que ser alteradas e, consequentemente, qualquer mudança mais estrutural acaba se refletindo nas atividades operacionais. Produtos foram criados da noite para o dia, novas funcionalidades foram agregadas a soluções que já existiam, outras foram deixadas de lado… Essas mudanças todas exigem agilidade na comunicação, resposta rápida e times coesos para colocarem em prática as novas orientações – nisso tudo o Ágil pode contribuir.

“É fundamental que as empresas resistam à tentação de utilizar o Ágil parcialmente, pois não existe mais ou menos Ágil.”

– Valesca Garcez

M+T: Das empresas que já têm essa cultura ágil, como foi a adaptação para o trabalho remoto? O que muda na dinâmica antes presencial e agora remota?
VG: A adaptação ao trabalho remoto foi muito mais fácil do que imaginávamos, pelo simples fato de que já tínhamos tecnologia disponível para isso há mais de 20 anos – apenas não a utilizávamos. A rigor, nada deve mudar nos times ágeis; ou seja, os ritos devem continuar sendo realizados com a mesma frequência, a documentação deve continuar sendo produzida no mesmo formato, a composição dos times não deve se alterar, os papéis e responsabilidades permanecem os mesmos. Empresas que não contavam com ferramentas adequadas, no entanto, podem estar sentindo um pouco mais o impacto, mas também vejo um rápido movimento dessas empresas para suprir esse gap.

M+T: Como a Embratel ajuda as empresas nesse momento?
VG: A Embratel pode contribuir com a experiência que adquiriu nos últimos anos, empregando o modelo Ágil na construção de mais de 20 soluções digitais. Tivemos tropeços, ajustes de rota e, consequentemente, aprendizado. É desse modo que entendemos que podemos ofertar esse serviço ao mercado, replicando para nossos clientes o que modelo já amadurecido que hoje empregamos com sucesso internamente.

Maratona Soluções Digitais da Embratel

A Maratona Soluções Digitais da Embratel segue até o início de setembro. Os encontros acontecem nos perfis da Embratel no LinkedIn e YouTube. Confira a programação completa aqui.

Já para entender como o desenvolvimento ágil pode trazer flexibilidade e velocidade ao seu negócio, assista o webinar da Embratel com a participação de Valesca Garcez abaixo:



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