Parceria Editorial
Os desafios de trazer o mundo da transformação digital para o universo da indústria perpassam os diferentes graus de maturidade das empresas brasileiras. Ainda assim, muitas organizações já perceberam que as tecnologias de Cloud Computing podem conferir mais eficiência às suas operações. Segundo a pesquisa “Cloud Shift”, elaborada pelo Gartner, os gastos corporativos de TI com computação em nuvem irão ultrapassar os gastos com TI tradicionais até 2025. Nesse cenário, o setor de telecomunicações vem acompanhando essa tendência no Brasil e oferecendo diversas ferramentas e serviços de acordo com os desafios apresentados pela Indústria.
Os consumidores e os usuários em geral já utilizam ferramentas de computação em nuvem no dia a dia ao acessarem conteúdos via streaming, armazenarem imagens e documentos na nuvem, ou simplesmente ao mandar um e-mail. “Na indústria não é diferente. Essa transformação já está acontecendo e o cloud computing, aliado às tecnologias 5G e IoT, apresenta um potencial enorme para transformar a realidade das empresas”, afirma Luiz Kazan, Business Development Manager de Smart Cities e Indústria 4.0 na Embratel.
O executivo indica que um dos desafios é juntar as peças para fazer tudo funcionar. “Algumas empresas, por exemplo, que trabalham de forma analógica ou isolada, por vezes têm máquinas de altíssima tecnologia, mas que estão desconectadas ou com dados disponibilizados de forma desordenada. Com o conceito de cloud e, a partir de um conjunto de soluções desenvolvidas para estes casos, é possível armazenar esses dados de forma segura e disponibilizá-los com mais eficiência”.
Ele destaca ainda que os valores básicos da nuvem, como flexibilidade e elasticidade, são fundamentais para os negócios. E, apesar de a infraestrutura ser um dos maiores desafios nacionais, quando o assunto é desenvolvimento do campo industrial, as soluções de cloud computing nem sempre necessitam de grandes gastos neste quesito para funcionar. A tecnologia 5G, já presente no Brasil, vem sendo utilizada como uma habilitadora de infraestrutura, possibilitando que aparelhos como tablets e celulares atuem como uma primeira camada para a aplicação de outros serviços cloud, avalia Luiz Kazan.
Assim, saindo de um mundo analógico, ou de processos descentralizados, é possível trabalhar múltiplos sensores e ferramentas, como câmeras de segurança e digital twins, em diferentes áreas do parque industrial, garantindo a centralização e a segurança da análise de dados para o benefício da indústria de forma rápida e prática.
Nuvem é caminho sem volta na indústria
Segundo o diretor sênior de Pesquisa do Gartner, Henrique Cecci, o custo local de cloud no Brasil é 78% maior do que nos Estados Unidos. Entretanto, apesar dos investimentos em soluções e ferramentas de cloud computing serem mais custosos no cenário nacional, em um segundo momento, a utilização de serviços e tecnologias remotas promete reduzir substancialmente diversos custos.
Segundo Luiz Kazan, com a possibilidade de armazenamento de informações em nuvem, as indústrias não precisam deslocar gastos para a atualização e manutenção de infraestrutura. “Os provedores se encarregam dos investimentos para a proteção e atualização constante, buscando melhorias contínuas para o parque de servidores. Além disso, devido às tecnologias de computação em nuvem, é possível evitar grandes investimentos em datacenter e hardwares, uma vez que se pode fazer oferta como serviço”, diz.
Os processos em nuvem são altamente flexíveis, segundo ele, o que possibilita um aumento ou diminuição de largura de banda, de capacidade de processamento do dispositivo ou até mesmo de armazenamento, conforme a necessidade. Dessa forma, é possível extrair o máximo dos dispositivos de IoT em diferentes áreas e ofertar modelos de solução em cloud computing para as empresas do setor industrial de forma granular e escalável, de acordo com as necessidades de cada aplicação.
Os benefícios e as possibilidades para o uso das tecnologias de computação em nuvem são múltiplos e apresentados em diversos níveis de complexidade. Nesse caminho, o setor industrial brasileiro vem se adaptando cada vez mais às ferramentas e soluções que surgem com a evolução das tecnologias digitais. “Com todas essas funcionalidades otimizando e reduzindo os custos gerais, as empresas estão sim caminhando nesse sentido, algumas em estágios diferentes de outras”, afirma Kazan. É preciso contribuir para o insight de que a utilização das tecnologias em nuvem vale a pena para o setor industrial. E esse processo é um caminho sem volta.