Por que você deve se preocupar com a privacidade dos usuários

Por que você deve se preocupar com a privacidade dos usuários?

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Privacidade dos usuários foi um dos destaques da CES 2020. Empresas devem priorizar a segurança dos dados para evitar multas previstas por leis.



Por Redação em 13/01/2020

Privacidade dos usuários foi um dos destaques da CES 2020. Empresas devem priorizar a segurança dos dados para evitar multas previstas por leis.

Privacidade dos usuários vai ser um assunto obrigatório e recorrente dentro das corporações. Tanto que na feira de tecnologia e inovação Consumer Electronics Show (CES) 2020, que aconteceu na última semana em Las Vegas (Estados Unidos), a segurança dos dados do consumidor foi uma das pautas mais discutidas entre as empresas presentes.

O motivo é bem óbvio. Uma recente pesquisa da Salesforce mostrou que os usuários estão mais atentos ao que as empresas fazem quando o assunto é privacidade. Das oito mil pessoas entrevistadas, 63% acreditam que as companhias não usam os dados de forma transparente, enquanto 54% acham que as marcas não usam os dados de maneira benéfica.

Ainda segundo a edição 2019 da “State of the Connected Customer”, da Salesforce:

  • 75% dos entrevistados esperam que as empresas utilizem tecnologias para criar novas experiências;
  • Mas 73% acreditam que a ética de uma empresa, em relação ao uso de dados, é muito mais importante hoje (2019) que há um ano;
  • Quando há falta de transparência das empresas, 54% dos consumidores afirmam que elas terão maior dificuldades em ganhar a confiança deles;
  • Já 65% responderam que deixam de comprar algo de uma empresa que gera certa desconfiança.

Os consumidores estão mais atentos e isso se reflete em diversas regulamentações. O Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia entrou em vigor em 2018. Já a Lei de Privacidade do Consumidor da Califórnia passou a valer em janeiro deste ano e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no Brasil está prevista para agosto de 2020.

Mas o que as empresas estão fazendo para garantir a privacidade dos usuários e dos dados? O Google anunciou novos comandos para as pessoas que utilizam o Google Assistente. Com eles, esses consumidores conseguem controlar melhor a privacidade nos smartphones embarcados com o sistema operacional Android.

Por exemplo, os usuários podem pedir ao assistente para esquecer o que o recurso acabou de ouvir, caso tenha sido ativado acidentalmente, ao falar: “Ei, Google, isso não foi para você”. Outra opção é perguntar “Ei, Google, você está salvando meus dados de áudio?” para ver e alterar as configurações de privacidade. A empresa também oferece aos usuários a opção de excluir dados usando sua voz dizendo: “Ei, Google, exclua tudo o que eu disse para você esta semana”.

O Facebook também anunciou alterações na ferramenta de privacidade. Agora, os usuários têm maior controle sobre o que é compartilhado, sobre como as informações deles são usadas e têm a possibilidade de aumentar a segurança da conta. Até então, a rede social dava a opção apenas de exibir quem via as publicações, informações sobre o perfil e aplicativos conectados.

Já a Apple, ausente na CES desde 1992, retornou ao evento para falar sobre privacidade dos usuários. A marca, assim como o Google, precisou revisar as políticas de privacidade após vir à tona que revisores humanos ouviam as interações dos usuários com a Siri, sua assistente virtual, sem o conhecimento e consentimento das pessoas.

Falhar na privacidade dos usuários pode gerar grandes multas

Provavelmente muitos se lembram do escândalo da Cambridge Analytica ao obter dados de milhões de usuários do Facebook. Isso desencadeou uma onda de preocupação das empresas com a privacidade dos usuários, fazendo com que elas provassem aos consumidores que levam a proteção de dados a sério.

E, se elas não levarem, correm o risco de sofrer penalidades de diversas regulamentações. Em julho de 2019, o órgão responsável pela supervisão da GPDR exigiu da British Airlines o pagamento de £ 183 milhões (R$ 975 milhões) porque uma falha de segurança na companhia aérea gerou um vazamento de dados com informações completas de inúmeros passageiros.

No Brasil, quando a LGPD estiver em vigor, incidentes como falhas de segurança, ataques hackers ou outros tipos de violação que deixem os usuários vulneráveis podem gerar uma multa de até 2% do faturamento de uma empresa no último exercício fiscal, limitada a R$ 50 milhões.

Principais destaques desta matéria:

  • CES 2020 aconteceu em Las Vegas (Estados Unidos) na última semana;
  • A privacidade dos usuários foi um dos destaques trazidos no evento;
  • Pesquisa da Salesforce mostra que usuários são desconfiados com empresas quanto ao uso de dados.


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