Mobile Time Live, que contou com a participação de Alexandre Gomes, diretor de marketing B2B da Embratel, discutiu os impactos do 5G em diversas indústrias.
As expectativas otimistas com o 5G atingem não somente as indústrias, mas também toda a sociedade. Um relatório do Fórum Econômico Mundial mostrou que a tecnologia pode gerar 22.8 milhões de empregos até 2035.
Essa geração de valor impacta também em 11 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. O Fórum Econômico Mundial dá como exemplos a contribuição para a boa saúde e bem-estar com a melhora da infraestrutura, a promoção de indústrias sustentáveis e o fomento à inovação.
Já para as indústrias, as oportunidades de inovação surgem em três pilares significativos, como mostra o relatório:
- Inteligência preditiva, promovendo agilidade no monitoramento das operações.
- Locais de trabalho e a segurança do colaborador aprimorados.
- Aumento da eficiência operacional ao mesmo tempo em que se reduz a pegada de carbono.
FIQUE POR DENTRO: Além da conectividade: as oportunidades que a rede 5G vai trazer
Esses impactos do 5G na transformação digital – seja das indústrias ou da sociedade – foram discutidos no Mobile Time Live, realizado nessa quarta-feira (26). O evento contou com a participação de Alexandre Gomes, diretor de marketing B2B da Embratel.
Confira os principais tópicos levantados durante a transmissão.
Quais indústrias serão impactadas pelo 5G?
Empresas de pequeno, médio e grande porte, de todos os segmentos, devem aproveitar as vantagens que o 5G trará, acredita Alexandre Gomes. Como destacou o executivo da Embratel, apostar na tecnologia vai além da adoção de uma rede dedicada.
Até porque, o 5G vai trazer novas perspectivas na maneira de trabalhar, então “será preciso repensar os processos – não como conexão, mas em função de ele habilitar a adoção de novas tecnologias, como a automação e os controles robotizados”, explicou.
Isso se deve ao alto tráfego de dados em uma baixa latência, possibilitando uma tomada de decisão praticamente em tempo real. E isso vai impactar toda a cadeia industrial, em que as empresas precisarão de maturidade para ver o 5G como meio de criar formas de receita.
O chão de fábrica do futuro será sem fios e cabos?
“O sonho é esse [chão de fábrica sem fios e cabos], mas para chegar até ele é preciso que as aplicações consigam monitorar, controlar, otimizar e prover autonomia [ao chão de fábrica]”, ressaltou Alexandre.
O executivo da Embratel explicou que existe um esforço das indústrias em terem um chão de fábrica autônomo, mas o que se percebe é, ainda, um baixo grau de maturidade para se chegar às aplicações que possibilitem esse cenário.
Gomes deu como um exemplo uma empresa do setor automotivo que possui um projeto de veículo autônomo. “Ela não tem uma infraestrutura digital e ainda não conseguiu tirar o melhor desse projeto – que é entregar um carro com autonomia.”
A dificuldade, segundo Gomes, é que as empresas devem orquestrar os projetos de inovação a partir de alguns pilares:
- Espectro: que é ter a infraestrutura necessária para viabilizar o 5G, os dispositivos e os sensores.
- Sistemas: que é o ecossistema de inovação que vai conectar e integrar toda a rede.
- Segurança: fundamental para tudo e todos que integram uma cadeia.
Entretanto, Gomes acredita que as empresas já caminham rumo ao sucesso por fazerem uso de tecnologias que permitem criar e testar ambientes, como gêmeos digitais (saiba mais aqui) e realidade aumentada.
Agronegócio é um dos setores mais promissores
E o motivo não é apenas ser o setor responsável por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “Há o desafio grande da cobertura, mas, por outro lado, temos o mercado de aplicações, que não passa inteiramente pelo 5G”, afirmou.
A perspectiva para o setor, aponta Gomes, é a criação de um “sistema de sistemas”, em que a base da competição não será o produto em si, mas todo o ecossistema inteligente que o acompanha. O executivo explicou da seguinte forma:
“Um trator é o produto. A partir do momento em que ele recebe um comando interno para enviar dados, ele passa a ser um trator inteligente. Quando há uma troca de informações entre ele e um centro de processamento, ele se torna um trator inteligente e conectado.”
Ou seja: o trator vai conseguir conversar com uma semeadora ou uma coletora, que também passam a ser produtos inteligentes por estarem conectados. Todos esses sistemas, explica o executivo, estarão integrados a um sistema central, possibilitando um gerenciamento inteligente.
“É uma evolução a ser explorada [no agronegócio] porque esses produtos interconectados [a um sistema central] são mais oferecidos para outras indústrias, e não para a agricultura”
– Alexandre Gomes, Embratel
Os modelos de negócio com o 5G
Outra expectativa com o 5G é que as indústrias promovam casos de uso com a tecnologia. “Eles certamente vão aparecer”, disse Alexandre, afirmando que a tecnologia vai além de ser uma habilitadora de infraestrutura digital.
“Diferentemente do que vimos das gerações passadas, o mercado corporativo vai desenvolver novos negócios e ampliar a capacidade e a otimização desses modelos com o 5G. Se criará toda uma cadeia de valor”, explicou o executivo.
Essa cadeia de valor, por sinal, não é uma jornada de uma empresa só. Alexandre destacou que empresas devem buscar nas services providers, como a Embratel, as melhores parcerias estratégicas para o desenvolvimento de um projeto baseado em 5G.
“O que queremos é que o nosso ecossistema esteja coordenado e integrado ao cliente para que ele tire mais proveito dessa cadeia de valor. E isso passa pela capacitação do nosso time, para que ele esteja certificado no fomento do 5G nas indústrias”, finalizou.
Principais destaques desta matéria
- Mobile Time Live debateu os impactos do 5G na transformação digital da indústria.
- Evento teve participação de Alexandre Gomes, diretor de marketing B2B da Embratel.
- Confira os principais pontos discutidos durante o encontro.