Imagem de uma videochamada de trabalho sendo realizada em um laptop

Qual o futuro da computação em nuvem nas empresas?

4 minutos de leitura

Gustavo Villa, especialista da Embratel, responde uma série de perguntas sobre a relevância da computação em nuvem nas organizações.



Por Redação em 24/06/2020

Gustavo Villa, especialista da Embratel, responde uma série de perguntas sobre a relevância da computação em nuvem nas organizações.

A computação em nuvem já é uma tendência e, em um cenário pós-pandemia, ela continuará mudando processos e negócios das empresas. Se o isolamento social exigiu uma adoção rápida da tecnologia para a sobrevivência das empresas, o que esperar dela para o futuro?

Para responder esta pergunta, o Mundo + Tech conversou com Gustavo Villa, gerente de portfólio de produtos cloud da Embratel, e mediador dos webinars sobre cloud na Maratona Soluções Digitais.

LEIA TAMBÉM: Qual será sua estratégia de nuvem no novo normal?

A série de encontros, organizada pela Embratel e que reúne um time de especialistas, debate tendências de computação em nuvem, Omnichannel, Data & Analytics, Segurança e Aplicativos de TI.

Serão 21 encontros ao longo dos próximos meses e a programação completa você confere aqui.

Mundo + Tech: O que será da computação em nuvem nas empresas em um cenário pós-pandemia?
Gustavo Villa:
As empresas tomaram a decisão de adotar a cloud (no período de pandemia) muito mais para ganhar agilidade nos processos e conseguir deixar os serviços públicos. Ou seja, permitir que os funcionários acessem os sistemas de forma remota. Quando o trabalho é presencial, a nuvem não é um pré-requisito para isso. Porém, hoje, investir na tecnologia não é só levar o sistema de uma empresa para nuvem, mas também utilizar recursos dentro de um ambiente cloud que não estavam disponíveis on premise. Empresas começam a perceber isso e, no futuro, elas estarão em um estágio de reestruturação da nuvem.

Gustavo Villa

M+T: O que seria essa restruturação da nuvem?
GV:
A consequência de adotar a computação em nuvem é que você paga pelo que usa. Então, se você não tem um controle efetivo desse consumo, os custos sobem. Com isso, a empresas vão passar a ter a preocupação de utilizar as aplicações na nuvem de forma adequada e de forma racional. Aquele planejamento anual de gastos passa a ser diário e a cada insight o líder vai entender o que está impactando os custos da tecnologia. Essa é uma linha de reestruturação da nuvem. A outra é que as empresas estão usando as aplicações em cloud do jeito que foi possível ativá-las (devido à quarentena e isolamento social). Lá na frente, elas vão se questionar “como desenvolver essa solução para trazer melhor performance e resultados?’.

M+T: A cloud é um acelerador da transformação digital. Caso as empresas ensaiem um retorno ao escritório, investir na tecnologia ainda fará sentido?
GV:
A transformação digital pode ser vista de duas formas. De dentro para fora, quando a empresa busca melhorar a forma como os clientes consomem seus serviços. E de fora para dentro, quando a organização tenta reduzir a burocracia dos serviços internos. O que vemos é que muitos processos internos são realizados de forma tecnológica, mas não digital. Por exemplo, o uso de planilhas de controle e a constante troca de e-mails requisitando uma determinada autorização — são ações que ainda precisam de uma ação humana. A nuvem, como chave da digitalização, contém recursos que conseguem automatizar algumas etapas desses processos. Até as pessoas mais resistentes entenderam que os funcionários continuam trabalhando como se estivessem no escritório. Claro, existem casos em que é a presença física é importante. Mas, em relação ao back office, com o isolamento social, as empresas perceberam que não há necessidade da presença em um escritório. Todas vão adotar o trabalho remoto? Não sabemos, mas a certeza, com base na futurologia, é que ninguém vai voltar ao estágio pré-pandemia.

“Investir na tecnologia não é só levar o sistema de uma empresa para nuvem, mas também utilizar recursos que não estavam disponíveis on premise”

Gustavo Villa, Embratel

M+T: O modelo as a Service é um chamariz para a adoção da nuvem? E as empresas estão abertas a investir na tecnologia?
GV:
Pode parecer que grandes organizações são mais aptas a adotar a computação em nuvem. Pelo contrário, elas, por terem sistemas legados, têm mais dificuldades que as pequenas e médias, que possuem uma simpatia pelo modelo como Serviço. O que será o mundo lá na frente? Um híbrido, em que as empresas vão mesclar o modelo de aquisição com o de as a Service. Eu tenho duas visões sobre esses modelos. O as a Service fornece segurança econômica. Você tem a agilidade de entrega deste modelo como uma facilidade para os negócios. Mas temos o modelo de aquisição, que eu não descarto, porque alguns sistemas são estáveis para determinado uso dentro da empresa, valendo o investimento. Por isso o mundo híbrido.

M+T: Em qual fase as empresas brasileiras estão na adoção de nuvem?
GV:
Podemos dizer que a fase 1 da computação em nuvem foi a corrida pela infraestrutura em nuvem. Há uns dois anos, as empresas começaram a migrar para o modelo de Plataforma como Serviço (PaaS, na sigla em inglês), que é a base cloud para desenvolver aplicações dentro de casa. Lógico, há soluções prontas, como as plataformas de colaboração que a empresa não precisa desenvolver, só trabalhar na configuração. Mas a tendência é de um uso mais massivo de soluções prontas na nuvem, embora o Brasil ainda utilize bastante infraestrutura em nuvem. A adoção de PaaS aqui vai depender da maturidade da empresa. Muitas são menos digitalizadas e estão menos na nuvem, então vão precisar de parceiros nessa jornada para entender o que deve ir para um ambiente cloud, o que se deve deixar on premise e como fazer a implantação técnica.

“A tendência é de um uso mais massivo de soluções prontas na nuvem, embora o Brasil ainda utilize bastante infraestrutura em nuvem.”

Gustavo Villa, Embratel

M+T: Isso traz um ponto: a importância de ter um parceiro nessa jornada.
GV:
Empresas maduras geralmente têm um time dentro de casa e buscar um parceiro como a Embratel pode servir para expandir a capacidade desses colaboradores. Aqui temos duas dificuldades para as empresas: encontrar e reter talentos. Uma companhia pode contratar um arquiteto cloud requisitado no mercado e deixá-lo na mesma posição por um bom tempo e ele se frustra, porque não vê progressão na carreira. Ter uma empresa parceira, além de entregar profissionais, consegue dar um plano de carreira para esse colaborador. Outro ponto é a preocupação com otimização de custos. Por exemplo, se eu sou do setor alimentício, não faz sentido eu estruturar uma área com gestor, especialistas em otimização de custo. É um tipo de serviço que pode ser terceirizado por empresas como a Embratel.

Maratona Soluções Digitais da Embratel

Esta é a primeira de uma série de entrevistas que o Mundo + Tech vai trazer com os participantes da Maratona Soluções Digitais, realizada pela Embratel.

O primeiro webinar de cloud, mediado por Gustavo Villa, já está disponível no canal da Embratel no YouTube e você pode assisti-lo abaixo:

Não deixe também de se inscrever para os próximos encontros aqui.


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