tecnologia na logística Imagem gerada por Inteligência Artificial

Tecnologia na logística: a transformação da cadeia de suprimentos

6 minutos de leitura

Saiba como a inovação tecnológica está otimizando processos, reduzindo custos e melhorando a experiência do cliente no setor logístico



Por Redação em 24/04/2025

O setor de logística está passando por uma transformação digital sem precedentes. A integração de tecnologias disruptivas está redefinindo a maneira como as empresas gerenciam suas cadeias de suprimentos, desde a produção até a entrega final. 

A otimização de rotas e a aplicação de blockchain são apenas alguns dos exemplos sobre como a tecnologia está remodelando a logística, impulsionando a eficiência e a transparência em toda a cadeia de suprimentos. Além disso, outras aplicações ganham espaço, como novos serviços de data center, rede sem fio 4G LTE e monitoramento constante. Este caso, em específico, é um exemplo da Rumo, uma operadora logística que transporta grãos, farelo, açúcar, combustível, fertilizantes e produtos industrializados, a partir da frota de 1,4 mil locomotivas e 35 mil vagões, com a parceria da Claro empresas.

Confira, a seguir, as principais tendências tecnológicas que estão moldando o futuro da logística e como elas estão impactando positivamente o setor.

Impactos da tecnologia na logística

Imagem gerada por Inteligência Artificial

A tecnologia atua na logística como um verdadeiro divisor de águas. Ela tem papel fundamental em diversos aspectos, conforme listado abaixo.

  • Otimização de rotas: algoritmos avançados atuam de forma conjunta com sistemas de geolocalização, traçando rotas mais eficientes, o que reduz custos com combustível, aumenta a segurança e o tempo de entrega.
  • Gerenciamento de estoque: softwares de gestão de estoque permitem o controle preciso dos níveis de inventário, evitando rupturas e excessos durante o processo.
  • Rastreabilidade: a implantação de sistemas de rastreamento por GPS e RFID já possibilita o acompanhamento detalhado da localização de produtos durante todo o processo de transporte. Além da segurança, isso permite ao cliente um acompanhamento preciso sobre a sua entrega.
  • Automação de processos: com a automação de tarefas repetitivas, como a separação de pedidos e a embalagem, por exemplo, consegue-se um aumento da produtividade e da precisão sobre as entregas.
  • Inteligência artificial e machine learning: as duas tecnologias combinadas já estão sendo utilizadas para prever a demanda, otimizar a gestão de armazéns e identificar padrões de comportamento dos consumidores.

Apesar de todos os benefícios atribuídos ao uso de tecnologia na logística, trata-se de um setor em constante evolução. Ou seja, muita novidade ainda está por vir. Por exemplo, os drones que já fazem entregas autônomas, modalidade autorizada legalmente em poucos países, é bastante recente, mais exatamente do início de 2024. 

Segundo uma reportagem da Gazeta do Povo, a entrega de mercadorias por drone já está acontecendo em países como Estados Unidos e China. O Brasil, desde 2020, vem testando a modalidade em cidades como Aracaju, Campinas, Salvador e Belo Horizonte. Curitiba recentemente fez testes para adesão à tecnologia. Apesar do setor no Brasil depender de regulamentação, a parceria na capital paranaense foi possível graças à Lei do Sandbox Regulatório de Curitiba, que autoriza testes de produtos e serviços inovadores na cidade. 

“Na área de saúde, o uso do drone permite entregas em poucos minutos, evitando o trânsito terrestre, aumentando a eficiência da entrega, reduzindo custos e melhorando a experiência do paciente com o potencial benefício de salvar vidas”, apontou Alexandre Rodrigues, LATAM Contract Logistics Healthcare Sales Director da UPS, em entrevista para a Revista Analytica. Ele ainda falou sobre a operação americana, que lançou equipamentos bastante avançados para realizar transportes em temperaturas negativas de -75°C, usadas principalmente para medicamentos oncológicos ou fertilização in vitro. “Essa é uma das soluções que o Brasil pode receber nos próximos anos”, completou.

Inovando no setor

A robótica e a automação devem entrar cada vez mais no setor de logística, otimizando processos e impulsionando a eficiência. Nesse sentido, os robôs se tornaram capazes de executar tarefas repetitivas com precisão e rapidez, reduzindo drasticamente o tempo de execução e minimizando possíveis erros humanos.

Da movimentação de cargas à complexa tarefa de picking, os robôs estão organizando pallets, embalagens e até mesmo pequenos itens que podem ser manipulados com agilidade e segurança por esses equipamentos. A automação dessas atividades permite que os operadores se dediquem a tarefas mais estratégicas e complexas, como a gestão de processos e o controle de qualidade. Diversas empresas já estão adotando essa tecnologia para se tornarem mais competitivas e ágeis. 

A Internet das Coisas (IoT) também está transformando a maneira como as empresas gerenciam suas operações logísticas. Ao conectar dispositivos, sensores e sistemas, a IoT permite um nível de visibilidade e controle sem precedentes sobre a cadeia de suprimentos, desde a produção até a entrega final.

No gerenciamento de frota, por exemplo, a IoT permite o monitoramento do desempenho dos veículos, identificando questões de manutenção, otimizando rotas, reduzindo custos com combustíveis e aumentando a eficiência da frota. Essa tecnologia oferece maior segurança e transparência nas transações, garantindo a rastreabilidade de produtos desde a origem até o destino.

De fato, as empresas que investirem em inovação tecnológica estarão melhor preparadas para enfrentar os desafios do mercado. Além disso, terão condições de oferecer um serviço cada vez melhor e de alta qualidade. 

Por que investir em tecnologia na logística?

Foto: Shutterstock

A complexidade da gestão de informações em empresas de logística e distribuição é amplificada pelo grande volume de dados. O uso de tecnologia, ao permitir o processamento rápido de grandes quantidades de dados, tem sido fundamental para a otimização das operações. 

Nesse sentido, está cada vez mais comum encontrar empresas do setor implantando sistemas e soluções como ERP (Enterprise Resource Planning) e TMS (Transportation Management System). O crescimento do e-commerce, por exemplo, aumentou significativamente a demanda por entregas (e cada vez mais rápidas), o que tem intensificado o volume de dados nas empresas de distribuição. 

A era digital está redefinindo a logística com ferramentas e sistemas cada vez mais sofisticados, que não só prometem, mas que já estão de fato transformando a cadeia de suprimentos.

De acordo com um estudo da McKinsey, apostar no uso de ferramentas tecnológicas reduz em pelo menos 15% os custos com logística, 65% com serviços e 35% com manutenção de estoque.

A automação na logística minimiza erros humanos, garante maior precisão e confiabilidade nas operações, além de reduzir atrasos e perdas. Ou seja, além de todos os aspectos técnicos da operação, o uso de tecnologia na logística ainda contribui para a manutenção da reputação da empresa.

Logística 4.0

Inspirada nos pilares da Indústria 4.0, a Logística 4.0 também se beneficia de outras inovações que estão transformando o setor. Essa nova abordagem utiliza a tecnologia de ponta para converter as operações em sistemas “inteligentes”, marcados pela coesão, eficiência, automação e, principalmente, alta visibilidade em cada etapa do processo produtivo.

A logística 4.0 chega para otimizar a intrincada rede de processos que envolve o transporte, armazenamento e entrega de mercadorias. Em sua essência, trata-se da aplicação dos mesmos princípios de conectividade, automação e inteligência artificial, porém, com um foco específico nos componentes e desafios do universo logístico.

A evolução promete redes de suprimentos mais ágeis, custos operacionais reduzidos e uma capacidade de resposta sem precedentes às demandas de um mercado cada vez mais dinâmico e exigente. A Logística 4.0 está sendo considerada um caminho sem volta para empresas que buscam competitividade e excelência em suas operações.

Reconhecimento do uso de tecnologia na logística

O Gartner reconhece, todos os anos, os melhores fornecedores globais de logística. No ano passado, pelo terceiro ano consecutivo, a Maersk foi nomeada líder do setor.

De acordo com a empresa, ser apontada como Líder no Quadrante Mágico de 2024 pelo Gartner foi o reconhecimento da capacidade de fornecer aos clientes uma ampla gama de produtos de transporte e serviços logísticos de qualidade – desde transporte marítimo e terrestre até armazenamento, gestão alfandegária e mais.  

Caso brasileiro

A BBM Logística, empresa brasileira com 27 anos de mercado, diz ter percorrido um longo caminho até se posicionar entre as cinco maiores operadoras logísticas do Brasil e do Mercosul. Com um faturamento que passa dos R$ 2 bilhões, a BBM tem uma frota com 4,5 mil veículos (entre equipamentos próprios e de parceiros dedicados) e realiza 20 milhões de entregas por ano.

Foto: Divulgação/ BBM

Ela lidera o que chama de “revolução silenciosa”, ao se propor a ser uma empresa de tecnologia que transporta cargas. Por isso, IA, análise de dados e gestão automatizada ganham protagonismo para reduzir custos, melhorar a eficiência operacional e a experiência do cliente e acelerar o crescimento da companhia.

A digitalização emergiu como um agente de mudança, transformando a forma como a empresa gerencia seus processos de logística e transporte de mercadorias. Ainda em projeto-piloto, a BBM está adotando o uso de Inteligência Artificial (IA), Machine Learning (aprendizado de máquinas), entre outras ferramentas para ser ainda mais competitiva no mercado.

A inovação tecnológica aliada à cultura de gestão orientada a dados será essencial para a BBM se diferenciar no mercado. “Dentro dos investimentos planejados para a empresa nos próximos anos, estão considerados IA e BigData para implantar soluções que conectem e gerenciem processos em tempo real. A partir disso, usaremos os dados coletados para gerar as melhores soluções para o cliente”, declarou Agapito Sobrinho, CEO da BBM Logística, em entrevista exclusiva ao Próximo Nível.

Segundo ele, a BBM já usa, entre outras tecnologias, sistemas de rastreamento para monitorar veículos, cargas e motoristas, com o intuito de garantir maior controle e segurança nas operações, além da ideia de aumentar a utilização de Internet das Coisas (IoT), que permite a troca de informações entre diferentes dispositivos e equipamentos.

Agapito Sobrinho (Foto: Divulgação/ BBM)

Para o executivo, a IA será utilizada tanto pelos funcionários quanto pelos clientes. “Os colaboradores poderão obter respostas e informações sobre diversos itens, como se há alguma carga cujo acordo de nível de serviço (SLA) tenha risco de não ser cumprido e quais são os melhores horários para mandar o caminhão para cumprir todos SLAs do cliente, levando em conta a melhor rota e os horários em que o cliente mais costuma ter disponibilidade para receber a carga, entre outros dados”, explicou.

Segundo ele, isso só será possível porque a empresa tem se movimentado nos últimos anos para adotar uma gestão orientada a dados. A jornada de cultura data driven começou há quatro anos. De lá pra cá, a empresa criou um Data Lake e, a partir desse repositório de informações sobre o negócio, foi possível analisar grandes volumes de dados. A IA também vai atuar junto ao Big Data para simplificar análises e gerar insights para tomadas de decisão melhores e mais eficientes. “Com a IA, vamos entregar inovação aos clientes, além de maior visibilidade e transparência sobre suas cargas”, afirmou o CEO da BBM.



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