A computação em nuvem foi um divisor de águas no mundo corporativo, agregando escalabilidade na gestão e armazenamento de dados, independentemente do tamanho das empresas. Para Mario Rachid, diretor-executivo de Soluções Digitais da Embratel, o processo favoreceu as startups e, principalmente, as fintechs na última década, como mostra e-book “Brasil, Paraíso para Fintechs”, produzido pelo Próximo Nível.
Em contraponto, as grandes instituições financeiras não desfrutam da mesma velocidade para adotar a nuvem, em função da administração de seus sistemas legados. A transição, nesse caso, exige a migração de infraestruturas de grande porte. “Novamente, as fintechs são beneficiadas”, argumenta Rachid.
Cloud habilitadora
Um exemplo da diferença entre os dois mundos é o caso do Itaú, um dos maiores e mais modernos bancos do país. Tendo adotado a nuvem há alguns anos, a instituição sinaliza que somente no final de 2022 atingirá a meta de ter 50% de sua infraestrutura de tecnologia da informação operando na nuvem. O projeto foi revelado em junho de 2021 pelo CEO da companhia, Milton Maluhy Filho, e confirma o melhor timing to market das fintechs. Sem legados, elas nascem nativas na nuvem.
João Antônio Filho, da Embratel, avalia que, além de migrar tudo que está escrito em software e rodando no mainframe, os grandes bancos precisam reestruturar os seus profissionais para mudança para a nuvem, o que pode ser ainda mais complexo para a jornada.
A dificuldade de migrar sistemas legados não condiz com o apetite tecnológico das instituições financeiras e, nesse caso, as grandes e as pequenas têm o mesmo apetite.
O jornalista Pedro Dória, em uma gravação sobre o tema, recordou que desde os anos de 1980, quando a inflação descontrolada exigiu tecnologia às organizações, o setor financeiro tornou-se vanguardista. “Havia investimentos ancorados em dívida pública e o dinheiro mudava de valor todos os dias, então a tecnologia foi necessária para as atualizações e demais processos bancários”, explicou. “A tendência se manteve ao longo dos anos e, ainda hoje, esse setor é um dos mais desenvolvidos do mundo. Poucos países têm soluções ágeis e inovadoras como o PIX”, completou.
Segurança
Se por um lado a nuvem é um ponto a favor das fintechs, a segurança – física e cibernética – é para as grandes instituições financeiras. “No ambiente financeiro, a questão da segurança é a mais importante, seguida pela gestão de dados”, diz Antônio João Filho.
É intrínseca à história financeira a segurança que guardadores e administradores de dinheiro dão à humanidade. Ela acompanha a civilização desde a explosão da era comercial de Roma, onde os banqueiros pesavam, somavam e guardavam moedas enquanto os clientes faziam suas compras em segurança. Em qualquer época da história, e não é diferente agora, o risco da criminalidade, portanto, eleva a busca por parceiros financeiros de reputação. E não é sem motivo.
O Brasil sofreu aumento de 32,7% nas tentativas de fraudes em e-commerce no primeiro semestre de 2021, comparado ao mesmo período do ano anterior, conforme o estudo Mapa da Fraude, da consultoria Clearsale.
Houve, ao todo, 21 milhões de transações relativas a bancos, financeiras, fintechs e administradoras de cartões de crédito no país. Desse volume, foram contabilizadas 667 mil tentativas de fraudes, o que representa 3,2% das transações totais.
Os golpes foram para tentativas de abertura de contas, emissão de cartões, empréstimo pessoal e CDC por meios digitais. “Hoje, a questão da segurança está totalmente ligada à gestão de dados. E os dados mal gerenciados e protegidos podem acabar com a reputação de uma empresa financeira”, diz Antônio João Filho, da Embratel. “Em um ecossistema de nuvem e com soluções gerenciadas de segurança, fica muito mais simples administrar isso”, completa.
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