Os minerais críticos estão ganhando cada vez maior protagonismo no mercado de telecomunicações e TI (TIC). A razão é simples: elementos como gálio, as chamadas terras raras, e mesmo os tradicionais cobre e ouro, são usados na fabricação de componentes utilizados em data centers e outras instalações de TIC. Ou seja, o consumo vai além do conhecido lítio para as baterias de celulares e notebooks.
A demanda crescente de Inteligência Artificial (IA) deve aumentar ainda mais esse consumo, pois são os data centers que devem responder pela capacidade de processamento de dados. O desafio é que o abastecimento desse tipo de mineral também é estratégico. Um exemplo é a Europa, que depende do fornecimento chinês para pelo menos 41% de sua demanda de minerais críticos.
Nos Estados Unidos, a própria Casa Branca já deu o tom da importância de alguns minerais, caso do cobre, usado na construção de infraestrutura de energia, que vai alimentar os data centers e, por conseguinte, atender à demanda cada vez maior de IA.
Mobilidade elétrica também demanda minerais críticos
O advento da IA passa a concorrer, inclusive com outras áreas como a mobilidade elétrica, na demanda por minerais críticos. A lista inclui o lítio, mas também envolve cobalto e grafite para baterias. O já citado cobre pode ser usado como exemplo da complexidade do fornecimento.
Os preços do mineral estão lentamente começando a subir, mas novas minas podem levar de 10 a 15 anos para começar a produzir. Além da produção própria (Estados Unidos são o quinto maior produtor do mundo), há um estimulo para que países tradicionalmente produtores, como o Chile, acelerem seus processos.
No Brasil, os minerais estratégicos entraram na pauta do BNDES e do Ministério de Minas e Energia (MME), que criaram o Fundo de Investimento em participações (FIP) Minerais Estratégicos. O FIP tem estimativa de mobilizar até R$ 1 bilhão, com aporte de até R$ 250 milhões do banco.
Segundo o BNDES, o FIP Minerais Estratégicos irá viabilizar o desenvolvimento de projetos de minerais considerados essenciais para a transição energética, descarbonização e produção sustentável de alimentos. Segundo o plano de trabalho desenvolvido pelo banco, espera-se que o Fundo invista em 15 a 20 empresas com projetos de pesquisa mineral, desenvolvimento e implantação de novas minas de minerais estratégicos no Brasil.