Tendências de transformação digital para 2021

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A jornalista Cristina de Luca discute sobre quais são as principais tendências de tranformação digital para 2021 que as empresas irão observar.



Por Redação em 23/12/2020
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Não é preciso ter bola de cristal, nem ser uma das Big Four de consultoria, para prever que a transformação digital acelerada pela pandemia precisará aterrissar em 2021 e focar na resiliência digital das empresas, no curto prazo, para avançar depois para um estado de inovação contínua.

Em 2020 o digital se impôs como nunca dantes. E as organizações enfrentaram uma pressão sem tamanho para aumentar a agilidade e melhorar as experiências dos clientes e dos funcionários, valendo-se das plataformas e dos ecossistemas habilitados pelo digital para promover mudanças em processos e nos próprios modelos de negócios, em um movimento sem volta.

Como resultado, é natural que se espere maior foco na digitalização de processos e sistemas essenciais; na construção de operações, aplicativos e infraestrutura resilientes; na condução da tomada de decisões balizadas por dados e inteligência analítica; na cibersegurança; e, muito importante, na requalificação profissional.

Análise de dados, nuvem e plataformas serão as principais áreas de dedicação dos grupos de TI em 2021. Estratégias baseadas em dados (API First) liderarão os investimentos, seguidas de perto por projetos para acelerar a migração de mais cargas de trabalho para a nuvem. Principalmente porque a otimização e as reduções de custos continuarão a ser impulsionadores relevantes, independente da área de atuação.

A maioria dos analistas aposta também em um forte movimento em direção à personalização das ofertas. O que depende fundamentalmente de uma maior compreensão das mudanças do comportamento dos consumidores e/ou clientes.

Diante desse cenário, me permitam fazer as minhas próprias apostas para a transformação digital em 2021, considerando tudo o que tenho ouvido e lido por aí…

1 – Automação inteligente – Organizações antenadas com os movimento de mercado não medirão esforços para usar a automação e a inteligência artificial para impulsionar seus pontos fortes, reforçar áreas antes deficientes e capacitar a força de trabalho para que se livre das tarefas repetitivas e se concentre nas tarefas mais estratégicas. Prepare-se para ouvir falar bastante em RPA, observabilidade, etc.

A maioria dos CIOs já entendeu que sua empresa perderá vantagem competitiva se a TI não for capaz de gastar menos tempo “mantendo tudo funcionando”. E que a única maneira eficaz de avançar é reduzir o número de ferramentas e a quantidade de esforço manual que as equipes de TI investem no monitoramento e gerenciamento da infraestrutura, legada e atual, e da experiência do usuário.

2 – Soluções nativas na nuvem – Microsserviços, contêineres e Kubernetes serão essenciais para o avanço da inovação e a consequente obtenção de melhores resultados de negócios.

Com os microsserviços, as organizações podem se adaptar rapidamente às mudanças nas solicitações e demandas dos clientes, bem como oferecer serviços que criam uma vantagem competitiva. Por isso, sua adoção está aumentando em todos os setores.

3 – Service Mesh – De acordo com o Gartner, as empresas que implementarem microsserviços exigirão algum tipo de capacidade de service mesh para escalar. Seu objetivo principal é tornar as comunicações serviço a serviço mais seguras, rápidas e confiáveis. Por isso, service mesh vem sendo considerado um padrão arquitetônico para implantações de microsserviços.

Como ainda é uma tecnologia nova, muitas empresas que chegaram a fazer testes em 2020 têm planos de avaliá-la ou implementá-la nos próximos 12 meses.

4 – Governança de dados – Otimizar cargas de trabalho de BI e Analytics; preparar e provisionar os dados que os usuários e aplicativos precisam; e abordar requisitos críticos de governança, continuarão sendo enormes desafios em 2021, junto com a adequação às legislações de proteção de dados e às demandas crescentes de respeito  à privacidade. Além disso, dados fragmentados de várias fontes podem ser notoriamente difíceis de organizar, o que obviamente não é ideal para empresas que dependem de dados confiáveis para operar.

5 – CDP (Customer Data Platforms) – Assistimos a uma verdadeira explosão de plataformas de dados de clientes (CDP) nos últimos meses. E a tendência é que esse movimento se intensifique, por causa da aceleração contínua da coleta de dados em um ecossistema em constante expansão de pontos de contato com os consumidores.

Nenhum dado é mais valioso do que os dados do comportamento do comprador primário, derivados diretamente de seus clientes. Combinados com dados de terceiros, ajudam na personalização das ofertas e na conversão.

6 – Inteligência Artificial – Transformacional. Emocionante. Misteriosa. Assustadora. Onipresente… O que mais falta dizer sobre a Inteligência Artificial e seus subsets, Machine Learning e Deep Learning? Muitos analistas garantem que as empresas mais corajosas levarão a IA a novas fronteiras, como reuniões holográficas para trabalho remoto e manufatura personalizada sob demanda. E que os retardatários sortudos usarão AutoML e no code para implementar cinco, 50 ou 500 casos de uso de IA com mais rapidez.

Espera-se que o suprimento de talentos continue ser uma questão chave para a adoção acelerada da IA ​​em 2021. Apesar disso, a AIOPs brilhará. Mais empresas aproveitarão a visão computacional e o processamento de linguagem natural (PNL) para facilitar a estruturação de dados não estruturados, como imagens, áudios e vídeos. A forte pressão dos usuários levará os modelos a ser tornarem mais transparentes e explicáveis. Ouviremos muito mais sobre ética e padrões de IA. E a nuvem a IA se tornarão praticamente simbióticas.

7 – Segurança – Como o trabalho remoto permanecerá em cena daqui para frente, os ambientes híbridos exigirão uma atenção maior com a cibersegurança e a segurança da informação. Além de redobrar o cuidado com a segurança dos funcionários, será preciso também monitorar o comportamento de segurança de fornecedores e parceiros, para evitar que se transformem em lacunas de visibilidade e, principalmente, em pontos de vulnerabilidade. O DeveSecOps e o Privacy by Design estarão em alta.

8 – Multicloud e nuvem híbrida – As nuvens apoiaram a economia mundial, as cadeias de suprimentos e as forças de trabalho remotas durante a pandemia do coronavírus, e continuarão sendo fundamentais em 2021, tanto para a continuidade dos negócios, quanto para o aumento de eficiência. Mas, se o modelo multicloud reinou em 2020, em 2021 a aposta é na supremacia das nuvens híbridas. A seu favor, está o fato de aportarem velocidade ideal, controle notável e segurança aprimorada.

Vários especialistas também acreditam que a computação sem servidor continuará em expansão. E ouviremos falar cada vez mais em FaaS (Função como Serviço).

9 – Edge Computing – A pandemia produziu poucos desenvolvimentos de novas tecnologias e negócios, mas certamente acelerou muitas tendências tecnológicas já em andamento. A computação de borda é uma das mais notáveis entre essas tecnologias aceleradas. “Todo tipo de fornecedor de tecnologia – hardware, software e nuvem – saltou na onda Edge, lotando o mercado e confundindo os compradores”, afirma a Forrester. Aplicações práticas estão finalmente surgindo onde essa arquitetura pode gerar benefícios reais.

10 – Requalificação de pessoal – Um foco dedicado à digitalização requer mais do que simplesmente investir em novas tecnologias. Também significa preparar os membros da sua equipe para abraçar e adotar totalmente essas tecnologias. Aumentar o índice digital da empresa significa requalificar os funcionários, fazendo investimentos profundos em educação, treinamento e gestão de capital humano. Até porque, a aversão à mudança parece estar ficando para trás. Pesquisas recentes revelam que eles querem ser parte da solução digital que garantirá a sobrevivência do negócio.


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