Tóquio testa tecnologia para prever tempestades e tornados com antecedência

Tóquio testa tecnologia para prever tempestades e tornados com antecedência

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Sistema, capaz de antever em até 30 minutos as chuvas, está em teste e pode ser usado nos Jogos de Tóquio, em 2020.



Por Redação em 13/03/2019

Principais destaques:
– Novo sistema poderia prever tempestades e tornados com até 30 minutos de antecedência no Japão;
– Tecnologia é desenvolvida em conjunto por indústria, governo e o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicações (NICT);
– Radar observa tamanho da gota da chuva e estrutura da nuvem para prever tempestades;
– Ondas de rádio também podem ajudar a melhorar a previsão das chuvas torrenciais;
– Expectativa é que solução esteja presente para uso nos Jogos do Japão em 2020.

Imagine uma tecnologia capaz de prever tempestades e tornados com 30 minutos de antecedência e, assim, evitar maiores transtornos para uma cidade e a sua população? Ela existe e já está em testes na região metropolitana de Tóquio, capital do Japão, segundo uma publicação da versão em inglês do jornal Mainichi.

A nova tecnologia vai combinar radares meteorológicos e ondas de rádio digital terrestres para prever com rapidez e precisão as chuvas torrenciais e tornados. Indústria, governo e a academia – como o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicações (NICT, na sigla em inglês), na cidade de Koganei, subúrbio de Tóquio – lideram o desenvolvimento do projeto.

Com a tecnologia em testes, a expectativa é que o projeto seja colocado em prática em 2020, durante os Jogos de Tóquio.

Mas como funciona esse novo radar meteorológico?

A publicação do site Mainichi explica que os radares convencionais são incapazes de prever as tempestades de guerrilha (como esses aguaceiros “de surpresa” são chamados por lá) com uma antecedência razoável.

Essas fortes chuvas ocorrem pela combinação de ilhas de calor com os ventos locais, que formam as cúmulos-nimbos, as gigantescas estruturas de nuvens carregadas de água e eletricidade. O processo se dá em três etapas. Primeiramente, o vapor de água sobe de 4 a 6 quilômetros de altura. Depois de passar por um processo de esfriamento, esse vapor é condensado em grandes gotas de água e perde altura, voltando a ficar próximo do chão. Em apenas 10 minutos toda essa água cai em forma de chuva.

Atualmente, o sistema meteorológico em Tóquio só consegue analisar todo esse processo apenas no último estágio de formação da chuva e com um gap de 5 a 10 minutos para analisar todos os dados capturados pelos radares.

O novo “radar meteorológico de matriz multiparâmetros com fases múltiplas” (MP-PAWR, sigla em inglês) possui uma antena horizontal capaz de emitir ondas de rádio em uma faixa mais ampla que as antenas giratórias em formato de parabólica utilizadas nos radares tradicionais.

Essa tecnologia combina o radar multiparâmetro – capaz de observar o tamanho das gotas de chuva – com o radar de fases múltiplas – que faz uma varredura 3D das estruturas da nuvem em 30 segundos.

Junto ao novo radar, os dados obtidos pelas antenas de ondas de rádio podem ajudar a aumentar a precisão da previsão dessas chuvas torrenciais. Isso porque essas ondas levam mais tempo para viajar conforme a quantidade de vapor de água presente no ar. Sabendo a quantidade da “matéria prima” das nuvens cúmulos-nimbos, os meteorologistas podem conseguir antever o momento em que a tempestade pode chegar.

Assim, esperam os pesquisadores, será possível prever chuvas torrenciais e tornados com até 30 minutos de antecedência.

Outra solução para as tempestades de guerrilha já foi testada

Esta não é a primeira solução desenvolvida para as tempestades de guerrilha. Em 2018, um grupo do NICT desenvolveu um sistema que utilizava dados de radares de longo alcance para fornecer alertas via e-mail sobre chuvas torrenciais. Cerca de 2 mil monitores humanos seriam responsáveis em enviar essas informações para aumentar a precisão das previsões.

Na época, o órgão nacional afirmou que, caso o sistema entrasse em operação, seria possível prever mudanças nos níveis da água do rio para liberar previsões de enchentes com seis horas de antecedência.

Para fazer essas previsões, novos radares meteorológicos foram instalados na cidade de Saitama (nas proximidades de Tóquio). Com capacidade de monitorar áreas em um raio de 80 quilômetros e de capturar nuvens em altitudes de 16 a 18 quilômetros, esses equipamentos poderiam reduzir o tempo de observação de 5 minutos para 30 segundos.



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