Mulheres na Tecnologia

O papel da tecnologia na sociedade, de acordo com cinco mulheres especialistas em inovação

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Primeira live do Embratel Talks de 2021 contou com a participação de cinco mulheres para discutir a transformação digital na sociedade.



Por Redação em 23/03/2021

Primeira live do Embratel Talks de 2021 contou com a participação de cinco mulheres para discutir a transformação digital na sociedade

A discussão sobre transformação digital tem tido cada vez mais relevância nas empresas e muitas delas encaram o desafio de digitalizar seus processos e buscar novas maneiras de inovar. Porém, essa jornada precisa ter um olhar centrado também nas pessoas.

Esse foi o consenso das cinco especialistas em inovação que participaram do primeiro Embratel Talks de 2021, realizado na última segunda-feira (22). O encontro também homenageou as mulheres que estão dentro e fora da área de TI.

Na ocasião, um time de mulheres inspiradoras compartilhou suas visões sobre o papel da tecnologia na transformação da sociedade e na construção de um futuro melhor. Participaram desta edição Carolina Sevciuc, diretora de transformação digital da Nestlé, Luzia Sarno, diretora corporativa de TI/Digital do Grupo Fleury, Nina Silva, CEO do Movimento Black Money e D’Black Bank, Renata Zepelini, diretora de IT da Pepsico Brasil, e Diuliana França, diretora de serviços cloud da Embratel. A mediação ficou por conta de Silva Bassi, editora do The Shift.

A seguir, confira os principais destaques debatidos no encontro.

Transformação digital sempre envolve pessoas…

Nem sempre inovação significa apenas pessoas de TI tomando as decisões, mas sim um trabalho multidisciplinar envolvendo vários times de diversas áreas. Assim é na Nestlé, em que a área de transformação digital é liderada por Carolina Sevciuc.

Ela contou que a área existe há dois anos e meio e, há um ano, a TI passou a ser parte integrante dos projetos de inovação da Nestlé. “Foi um momento que a gente entendeu que a tecnologia é um músculo e não uma área em si”, contou.

Carolina, que não se considera nativa digital por vir da área de engenharia de alimentos, afirmou que a colaboração nos projetos de inovação precisa de pessoas com amplitude e diversidade para fazer com que a “tecnologia ande junto ao impacto positivo do negócio.”

Ter essa visão fornece agilidade, velocidade e foco, além de impactar os negócios em toda a sua cadeia de produção: do RH e jurídico ao consumidor final.

SAIBA MAIS: Confira todas as discussões sobre tecnologia promovidas pelo Embratel Talks no perfil da Embratel no YouTube

… e não somente tecnologias

Como afirmou Luzia Sarno, a “tecnologia sempre esteve aqui e sempre esteve disponível”. Para a diretora corporativa de TI do Grupo Fleury, a pandemia de COVID-19 impulsionou as empresas a quebrarem paradigmas.

Ela citou o próprio Grupo Fleury como exemplo, em que a companhia passou a oferecer serviços por drive-thru e o Check-In Digital via aplicativo para agilizar o atendimento nas unidades. “A beleza da transformação digital é ter flexibilidade e agilidade de pegar os ativos digitais que uma empresa tem, mexer no processo e entregar algo que o cliente esteja precisando”, disse.

Apesar da transformação digital prover novos modelos de negócio e aproximar a empresa do consumidor, as pessoas (aqui, neste caso, os líderes) também precisam desempenhar seus papéis de entusiastas da tecnologia.

Diuliana França apontou que, em alguns casos, não é a tecnologia que inibe uma empresa de se transformar digitalmente, mas a própria pessoa. “[a jornada de inovação] não acontece antes, às vezes, por questões culturais”, comentou.

A computação em nuvem continuará sendo relevante

Sem dúvidas a computação em nuvem foi a tecnologia do ano em 2020 e, agora em 2021 não será muito diferente. Na opinião de Diuliana, as empresas passaram por uma “adaptação digital” por conta da crise sanitária e a nuvem terá papel de habilitadora de novas tecnologias.

“Falamos há mais de uma década que o papel do CIO deveria mudar e a própria área de TI estar mais próxima dos negócios e ano passado isso foi colocado à prova, quando as empresas precisaram acelerar a TI e ter uma área escalável e ágil”, falou.

Além de enxergar a nuvem, em termos de infraestrutura, como a tecnologia que vai conectar um arcabouço de coisas, Diuliana acredita também que a conectividade teve papel relevante na jornada das empresas para um ambiente cloud. “A vida acontece de maneira digital e as empresas precisaram conectar todos (clientes e colaboradores) para dar continuidade nos negócios.”

Digitalização não é transformação

Nina Silva acredita que a tecnologia desbloqueia o potencial das empresas, mas é preciso que a transformação digital esteja no DNA delas e não seja vista somente como algo ferramental. Além disso, ela defende também que, se estamos na Indústria 4.0, a sociedade deve estar sempre à frente de qualquer movimentação econômica e social – a Sociedade 5.0 (saiba mais aqui).

Esse olhar para a sociedade é imperativo, já que, como ela mesma afirmou na live, “desbloqueia potenciais humanos, como escalar seus negócios com pouquíssimos recursos ou levar a ideia para outro lugar”.

Para a especialista, a possibilidade de escalar negócios com o mínimo de recursos é resultado da democratização da tecnologia. “Durante a pandemia, ajudamos a digitalizar 150 lojas para elas manterem seus negócios, mas 30% da população está fora da internet. Então não podemos achar que todo mundo foi acelerado nesse período se o acesso à tecnologia não chegou nessa parcela”, ressaltou.

A democratização da tecnologia, complementou Renata Zepelini, deu aos cidadãos o poder de dizer às empresas quais são as tendências de consumo para elas ficarem atentas. “Somos nós que adotamos as tecnologias e nunca tivemos tanto poder para definir o que queremos consumir. Enquanto isso, a empresa deve olhar o tempo todo para nós, clientes e consumidores.”

Colaboradores também são fundamentais no processo de transformação digital

Outro ponto importante tocado por Renata Zepelini foi de que os colaboradores também são peças fundamentais na jornada de transformação digital de uma empresa. Quando era líder de inovação na McDonald’s, a rede de fast-food capacitou os funcionários em relação às plataformas digitais de atendimento.

“A pandemia chegou e os colaboradores precisavam aprender a entender os clientes, a saber que os pedidos deles estavam ali no sistema. Esse olhar para os clientes e essa preocupação com os colaboradores são desafios de humanidade, porque nos faz querer saber, enquanto empresas, esperar de nós mesmos”, disse.

Por fim, inovação pode ser um “copia e cola” de ideias

A célebre frase de Lavoisier “… nada se cria, tudo se transforma” vale também para as iniciativas de transformação digital. Um ponto defendido pelas participantes é que essa jornada não necessariamente deve significar um pioneirismo.

“Olha o drive-thru do Grupo Fleury, foi uma ideia que pegamos da McDonald’s”, brincou Luzia, dizendo ainda que inovação é copiar exemplos de outras indústrias. “Se o cliente está no centro, é preciso olhar as experiências digitais de outras indústrias para adaptá-las ao seu público.”

A fala de Luzia foi até complementada por outra de Nina, afirmando que “não tem como inventar coisas novas todos os dias para inovar, é soberbo uma empresa achar que deve ser pioneira”. Ela acredita que, no cenário atual, a inovação tem o significado de atender o cliente com qualidade, crescer de forma saudável e planejada. “A inovação auxilia as empresas a otimizarem e adaptarem seus negócios, fomenta o conceito de antifrágil (lidar com imprevistos).”

Quer saber mais detalhes do que aconteceu na live? Clique no player abaixo.


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