Você consegue mapear a experiência do seu cliente?

4 minutos de leitura

Pesquisa da Serasa Experian aponta que 95% das empresas dizem identificar seus clientes, quando mais de 50% deles não se sentem reconhecidos.



Por Redação em 10/06/2020


Pesquisa da Serasa Experian aponta que 95% das empresas dizem identificar seus clientes, porém só 50% dos consumidores se sentem reconhecidos

Prover a melhor experiência do cliente exige dois esforços contínuos das empresas: conhecer quem é o consumidor e personalizar os produtos e serviços de acordo com o seu perfil. Como essas organizações conseguem isso? Com dados.

O problema é que muitas empresas afastam mais os clientes do que efetivamente se aproximam deles.

Primeiro porque muitas usam plataformas CRM de maneira isolada, quando elas deveriam ser um complemento à estratégia omnichannel, caso as companhias já tenham uma (inclusive falamos sobre as diferenças e explicamos como cada uma pode contribuir para o seu negócio aqui). O resultado: uma experiência não tão conveniente assim.

Já o segundo motivo que pode afastar os consumidores é a segurança que as empresas oferecem nas interações. Geralmente, ela também é isolada e acontece em três momentos: no primeiro cadastro, quando os clientes voltam e fazem o login e, por último, quando realizam alguma transação.

Essa segurança isolada gera desconfianças nos consumidores, porque eles não têm uma visão transparente sobre o uso consciente dos dados para personalizar a experiência deles em um e-commerce, em um atendimento via redes sociais ou outras interações.

São esses alguns dos pontos tratados na Pesquisa Global de Identidade & Fraude 2020 da Serasa Experian. O relatório entrevistou mais de 6.5 mil consumidores e 650 empresas em todo o mundo para entender como as organizações identificam os clientes em um ambiente on-line.

A expectativa de uma experiência do cliente positiva

“Consumidores são estatísticas. Clientes são pessoas”. A frase de Stanley Marcus, famoso executivo do varejo por suas campanhas publicitárias, resume um dado importante da pesquisa da Serasa: 95% das empresas têm confiança em identificar e reconhecer quem são seus clientes.

No entanto, a recíproca não é verdadeira: 55% dos consumidores entrevistados não se sentem reconhecidos pelas empresas. Quando falamos de Brasil, essa diferença de percepção é a seguinte: 100% das empresas entrevistadas mostraram confiança na capacidade de identificar os clientes e apenas 39% dos consumidores brasileiros não se sentem reconhecidos por elas.

Entre a expectativa e realidade de uma experiência do cliente positiva, as empresas precisam ir além da confiança em reconhecer quem é seu consumidor. Gerar engajamento só vai acontecer, segundo a Serasa, quando a empresa tiver:

  • Identidade.
    Ou seja, ter a permissão de iniciar um relacionamento.
  • Segurança.
    Para ganhar a permissão de continuar o relacionamento.
  • Conveniência.
    Para acelerar o crescimento dessa relação com o consumidor.
  • Personalização.
    Que vai permitir à empresa maximizar os relacionamentos.

Mas, para isso, é preciso coletar informações pessoais. E isso está intimamente ligado à questão da segurança, sobre como esses dados serão coletados, onde serão armazenados e como serão utilizados.

Ferramentas inteligentes ajudam a segurança dos negócios

Os consumidores estão cada vez mais no ambiente digital e procuram canais on-line para interagir com uma empresa. Para as marcas, se por um lado isso trouxe uma grande quantidade de dados, por outro trouxe o desafio de gestão desses dados.

Como forma de garantir atendimento personalizado e conter possíveis fraudes, muitas organizações passaram a usar ferramentas analíticas avançadas, como Inteligência Artificial e Machine Learning.

Segundo a pesquisa da Serasa, para 86% das empresas entrevistadas, a análise avançada de dados é a principal estratégia na jornada do cliente. Já 63% utilizam essas ferramentas para prever fraudes e 57% para autenticar a identidade de um consumidor.

Olhando especificamente para o Brasil, quanto à autenticação da identidade, as empresas têm utilizado diversas combinações para reconhecer quem são seus consumidores:

  • 58% usam modelos de Machine Learning supervisionados (quando os dados contêm a resposta desejada).
  • 56% utilizam lógica de regra de negócios.
  • 46% criaram modelos de Machine Learning não supervisionados (dados que não foram rotulados, categorizados ou classificados previamente).
  • 46% apostam em um modelo híbrido de Machine Learning e regras de negócios supervisionados e não supervisionados.

Vale destacar que o uso de ferramentas avançadas de análise vai permitir a detecção ágil de fraudes e o reconhecimento contínuo do cliente, reduzindo os riscos de exposição de ambos (empresa e consumidor) e aumentando a confiança entre eles.

Transparência é a chave para a confiança

A experiência do cliente vai além da empresa saber quem é ele, mas também conseguir mostrar como os dados são coletados e utilizados. Se uma companhia quer uma informação de qualidade para identificar o consumidor, ele, por outro lado, quer ter o controle.

Até porque, 72% dos consumidores entrevistados estariam dispostos a fornecer mais informações pessoais para que as empresas os identifiquem com maior precisão. Porém, 88% desejam ter mais controle dos dados e 66% sabem que os dados são valiosos para as marcas.

Como se daria esse controle? Por meio de regulamentações, como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (entenda mais da lei brasileira aqui). Em alguns mercados, empresas já desenvolvem programas para dar maior privacidade e segurança aos dados ao consumidor.

Gerando essa transparência dos dados, 84% das empresas acreditam que vão reconhecer melhor os clientes, identificando mais facilmente as tentativas de fraude. A grande questão é como elas vão transformar essa confiança equivocada que tem em relação ao consumidor em segurança e comodidade.

Principais destaques desta matéria

  • Pesquisa da Serasa Experian mostra que 95% das empresas confiam em como elas identificam seus clientes.
  • No entanto, mais de 50% dos consumidores não se sentem reconhecidos por elas.
  • A falta de identificação possibilita golpes fraudulentos, gerando perdas para as companhias.
  • Muitas têm utilizado Machine Learning para prover uma experiência do cliente segura e positiva.

E-book gratuito: saiba como implementar uma cultura de cibersegurança na sua empresa

Saiba mais


Matérias relacionadas

carlos eduardo gabriel Estratégia

Citi avança no uso de inteligência artificial

Com Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CoE), o banco conduz estratégia para aprimorar práticas e adoção da tecnologia, explica especialista de dados da instituição

relatorios esg Estratégia

Relatórios ESG obrigatórios ganham protagonismo

Empresas de capital aberto vão precisar se adaptar à regulação, que começa em 2026

regulamentação ia Estratégia

UE aprova regulamentação do uso da IA

A União Europeia é pioneira com o projeto de lei original, apresentado pela primeira vez em abril de 2021

ciberataques na nuvem Estratégia

Ciberataques na nuvem se tornam mais frequentes e perigosos

Relatório da CrowdStrike revela que esse tipo de ataque cresceu em 75% dos casos em 2023