As transformações do sistema bancário tradicional serão tema da apresentação de Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, uma das presenças confirmadas durante o Web Summit Rio 2023, que acontece na capital carioca, entre os dias 1º e 4 de maio. Segundo o executivo, existe uma convergência de tecnologias, que deve ocorrer no médio prazo.
Maluhy tem avaliado que as mudanças são inevitáveis, mas o setor precisa de regulação. “Não é possível ter uma regulação única para um banco como o Itaú e imaginar que ela pode ser aplicada em uma empresa que está sendo iniciada”, disse ele ao NeoFeed, em referência às fintechs e aos “neobancos”. Para ele, as regras têm de ser proporcionais ao porte da instituição bancária e o Banco Central está no caminho certo.
Ele defende que, hoje, o Itaú como maior banco privado do país, tem grande representatividade justamente em função da concorrência, que é uma coisa positiva tanto para o setor quanto para os clientes. Para o executivo, o arcabouço estabelecido pelo BC nos últimos dez anos facilitou a entrada de novos participantes no segmento e contribuiu para estimular a competição.
Regras iguais para todas as empresas
Diante de tantas transformações, os neobancos e fintechs podem trazer facilidades para os clientes, com taxas menores e serviços online. No entanto, se houver elevação de taxas de juros, o possível cenário será um desafio para tais empresas, que terão de lidar com a menor satisfação dos clientes ante a complexidade do aumento de taxas e tarifas e o desafio de gerir o negócio.
Maluhy também se preocupa com o volume de fraudes envolvendo contas em neobancos e fintechs, o qual ele considera desproporcional à participação de mercado destes players. “Estamos trabalhando com o regulador para que as regras sejam mais rigorosas, para que os novos players tenham a mesma diligência que os tradicionais”, comentou, em entrevista ao Broadcast.