Principais destaques:
– Cientistas ensinam algoritmos a identificar diagnósticos de doenças psiquiátricas;
– Organização Mundial de Saúde estima 300 milhões de pessoas com depressão;
– Inteligência artificial poderá traçar comportamentos para fornecer tratamentos preventivos;
– Coleta de dados pode ser contaminada por atitudes preconceituosas de profissionais de saúde;
– Mas cientistas esperam melhor uso de AI na psiquiatria nos próximos anos.
Transtornos de saúde mental atingem milhares de pessoas em todo o globo e o diagnóstico é feito em diferentes estágios de sintoma e da vida. A medicina já evoluiu muito para agilizar a identificação dessas doenças, mas cientistas norte-americanos passaram a treinar inteligência artificial para ajudar nesses processos, como mostra o artigo do The Verge (conteúdo em inglês).
O uso de algoritmos na área da saúde não é de agora. São combinados há décadas com as imagens por ressonância magnética funcional (fMRI, na sigla em inglês). Mas só nos últimos anos o poder computacional foi capaz de permitir a extração de insights para torná-los mais úteis.
Como isso funcionaria?
A ideia, para esses cientistas, é colocar “dados em sentimentos para descobrir percepções” que identifiquem possíveis doenças psiquiátricas. Em um dos laboratórios que realizam esses testes, os exames de fMRI fornecem ao algoritmo informações neurológicas para que a máquina aprenda quais partes do cérebro vão responder a determinados estímulos e assim levantar uma comparação com outros quadros de saúde.
Com esse aprendizado, o algoritmo pode encontrar novos padrões de comportamentos sociais, quando uma intervenção terapêutica é eficaz ou até mesmo fornecer algum modelo de tratamento preventivo por meio de exercícios para estimular o cérebro.
As dificuldades da AI no diagnóstico
Os algoritmos devem mostrar os resultados baseados em uma análise imparcial dos pacientes. Mas para a cientista e psicóloga Pearl Chiu, pessoas responsáveis por coletar os dados podem contaminá-los devido a um comportamento tendencioso ou preconceituoso com os pacientes.
Mesmo assim, a cientista imagina um cenário mais positivo para o uso de inteligência artificial na psiquiatria. “Eu não diria que isso levará décadas, talvez aconteça nos próximos anos. Mas vamos ver quais resultados esses dados trarão a partir desses testes”, comenta.