Principais destaques:
– Robô Colossus ajudou bombeiros a controlarem o incêndio na Catedral de Notre-Dame;
– Drone terrestre suporte altas temperaturas e dispara canhões de água de até 1,60 metro;
– Brasil também conta com um robô para dar apoio em situações de perigo: o Unidroid;
– Empresa responsável pelo Unidroid vai inaugurar nova fábrica e iniciar mais uma produção do robô.
O incêndio que tomou conta da Catedral de Notre-Dame (França), na segunda-feira (15), foi assunto no Brasil e no mundo. A construção datada de 1345 (ano em que as obras foram concluídas) foi atingida por chamas que causaram danos ao teto, pináculo e rosáceas. Mais de 400 bombeiros trabalharam para apagar o fogo, que foi controlado após quase nove horas graças a ajuda de um robô: Colossus.
A invenção da empresa Shark Robotics desempenhou um papel fundamental no combate às chamas. O incêndio na Catedral espalhou rapidamente por mais de mil metros quadrados do teto e os bombeiros tinham o desafio de apagar o fogo na parte mais alta do edifício, mas a pressão dos jatos de água poderia causar maiores danos: como aumento do peso da estrutura comprometida e desestabilização dos pilares.
Foi aí que o Colossus entrou em ação. Ao perceber que a flecha da catedral (a 93 metros acima do solo) estava prestes a desabar, os bombeiros que tentavam conter a propagação das chamas na parte interna do edifício foram retirados e o robô foi enviado para diminuir a temperatura e garantir o controle do incêndio. “O Colossus permitiu apagar [parte do fogo] e abaixar a temperatura dentro da nave da catedral”, informou Gabriel Plus, porta-voz dos bombeiros em entrevista à agência de notícias AFP.
O robô Colossus
Colossus é um drone terrestre de 500 quilos capaz de disparar jatos d’água de 1,60 metro em formato de cone e autonomia de oito horas. O robô consegue subir escadas, rebocar objetos de até duas toneladas, aguentar temperaturas extremas, assim como evacuar vítimas, executar tarefas de reconhecimento com ferramentas de inspeção de vídeo e sensores de gás.
Embora usado em ameaças de deslizamento, vazamento de gás e outras situações de perigo, o robô não possui Inteligência Artificial e é controlado de forma remota. Através de um tablet, os bombeiros têm acesso ao mapeamento que Colossus faz do local, sendo possível decidir se outras pessoas da equipe devem entrar ou não em operação. A expectativa da Shark Robotics é aperfeiçoar o drone expandindo a autonomia da bateria e incorporando uma maca para transportar feridos.
Brasil também tem um robô para combate a incêndios
Com características bem semelhantes ao Colossus, o Unidroid é um robô desenvolvido há sete anos pelo engenheiro elétrico José Carlos de Castro Júnior. Em contato ao Mundo + Tech, a Unidroid Robótica do Brasil, empresa responsável pelo drone terrestre, comentou que a solução “possui características que o tornam muito mais capaz e robusto.”
O Unidroid tem esteiras de tração em aço, suporta temperaturas acima de 600 graus Celsius e possui um canhão de água projetado exclusivamente para ele. “O canhão é capaz de lançar 8 mil litros por minuto a uma pressão de trabalho de 20 bar (unidade de pressão equivalente a 100 mil Pascals, valor de pressão próximo ao da pressão atmosférica padrão)”, disse a empresa.
Assim como o Colossus, o Unidroid é controlado de forma remota e não possui Inteligência Artificial. “Por imposição da indústria, é absolutamente necessário que se use controle remoto. Porém, estamos trabalhando no desenvolvimento de um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) com IA para incêndios florestais”, explicou a Unidroid Robótica do Brasil.
Atualmente, a empresa está inaugurando uma nova fábrica em São José dos Campos e se prepara para iniciar a produção de uma grande remessa “encomendada de uma grande empresa do setor de óleo e gás.”
No vídeo abaixo é possível ver o Unidroid sendo testado no quartel central do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.