Preparar hospitais para a jornada digital é crucial para melhorar a eficiência, a segurança e a qualidade dos cuidados de saúde. A pandemia de Covid-19 influenciou bastante essa transformação, impulsionando a telemedicina e outras tecnologias como a nuvem. Mas, essa transição é dinâmica e exige planejamento estratégico na adoção de novas tecnologias. Aqui estão cinco pontos essenciais para entender como os hospitais se preparam para essa transformação.
1. Implementação de Prontuários Eletrônicos
Uma das principais iniciativas é a adoção de prontuário eletrônico do paciente (PEP), sistema que substitui os registros em papel. Além do histórico clínico e de informações administrativas, o PEP guarda os tratamentos realizados, os exames, medicamentos, alergias, entre outras informações. Com isso, médicos e outros profissionais de saúde podem acessar rapidamente o histórico de atendimento. O sistema também é útil para o paciente, pois permite que ele monitore seu próprio histórico médico e até mesmo compartilhe suas informações com outros profissionais de saúde.
2. Infraestrutura tecnológica
Hospitais estão investindo em infraestrutura de TI, incluindo redes de alta velocidade (fixas e móveis, como o 5G), armazenamento em nuvem e sistemas de gestão de dados interoperáveis, tecnologias fundamentais para suportar aplicações digitais e dispositivos médicos conectados. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que Custo Anual Por Leito – divisão do total de gastos e investimentos em TI – ficou em R$162 mil em 2021.
3. Segurança cibernética
Com a digitalização, aumentam os riscos de segurança cibernética. Como os dados de saúde são muito sensíveis, hospitais, clínicas e outros negócios do setor precisam implementar medidas rigorosas de proteção de dados, como firewalls avançados, criptografia e treinamento contínuo para funcionários. Em 2021, por exemplo, sistemas do Ministério da Saúde foram atacados, interrompendo agendamentos de cirurgias e transplantes. No ano seguinte, operadoras de planos de saúde brasileiras foram alvos de ciberataques.
4. Telemedicina
A pandemia acelerou a adoção de telemedicina, permitindo consultas virtuais e monitoramento remoto. A teleconsulta é oferecida em 21% dos hospitais públicos brasileiros, segundo a TIC Saúde 2023. Na esfera privada, duas em cada dez unidades disponibilizaram serviços como telediagnóstico e teleconsulta.
5. Inteligência Artificial
A IA pode ser usada para prever tendências de saúde, otimizar fluxos de trabalho clínicos e melhorar decisões médicas. Durante a consulta, algoritmos podem ajudar na triagem de pacientes, diagnóstico precoce e personalização de tratamentos. No Brasil, no entanto, o uso está mais restrito a processos administrativos. A TIC Saúde 2023 apontou que entre as ferramentas de IA mais utilizadas estão as voltadas para a automatização de processos de fluxos de trabalho (46%), uso de reconhecimento de fala (33%) e análise de linguagem escrita ou falada (32%).
A preparação para a jornada digital é um processo contínuo, que requer investimentos em tecnologia, treinamento e segurança. No entanto, os benefícios, em termos de eficiência, qualidade do atendimento e satisfação do paciente, fazem dessa transformação um caminho positivo para os hospitais.