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Com 5G, mercados B2B avançam para novas fronteiras 

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Mercados corporativos têm aplicações diversificadas com o avanço das redes 5G, segundo especialistas



Por Redação em 09/12/2022

A ampliação da cobertura 5G vai beneficiar os usuários tradicionais, mas dará um novo impulso ao mercado B2B (empresas que atendem outras empresas). A avaliação é de quatro especialistas reunidos no evento 5G em ação, organizado pelo jornal O Estado de S.Paulo, com patrocínio da Embratel e da Ericsson. 

Um exemplo acontece na mineração, setor no qual uma companhia, usando a rede 4G atual, consegue manter uma frota de caminhões autônomos em filas de dez veículos, com distância de 30 metros entre eles. Ao testar o 5G para a mesma aplicação, a mineradora conseguiu colocar 30 caminhões enfileirados, com uma distância mínima de 30 cm. Resultado: ela ampliou a produtividade e manteve o processo seguro.  

Esse caso de sucesso, citado por Matheus Rodrigues, sócio da consultoria Deloitte e especialista em telecomunicações, indica o salto qualitativo para o mercado corporativo com a adoção do 5G, criando novos modelos de negócios. 

No Brasil, ele destaca que os segmentos automobilístico, agropecuário e de saúde saem na frente, mas outros, como o de mineração e óleo e gás, também estão entre os que têm mais interesse na nova geração. 

5G é avanço da mineração ao agronegócio

Murilo Barbosa, vice-presidente de Negócios da Ericsson para o Cone Sul, concorda com Rodrigues, lembrando que o agronegócio como um todo representa cerca de 30% do PIB brasileiro e poderá aproveitar as funcionalidades do 5G no uso, entre outros, da pulverização precisa de defensivos, cobrindo áreas específicas, ao mesmo tempo em que indica, em tempo real, a efetividade da aplicação sobre as pragas no campo. 

Ele lembra também de projetos conjuntos com a Embratel e com a Claro, focados na indústria, com aplicações avançadas de gêmeos digitais, replicando ambientes fabris, antes de executar projetos na prática.

Mas o processo precisa vencer os lugares comuns associados ao 5G, como a maior velocidade, de acordo com Luciano Saboia, gerente de Pesquisa e Consultoria do IDC. Uma pesquisa da consultoria indicou que os consumidores, mesmo os do mercado B2B, continuam associando a tecnologia apenas à conectividade. “É um desafio para a monetização”, argumenta. 

Já Moisés Queiroz Moreira, conselheiro e presidente substituto da Anatel, lembrou que a expansão do 5G avança no Brasil. Depois das capitais, o processo inclui a presença de antenas em cidades com mais de 100 mil habitantes e a limpeza da faixa de transmissão nas cidades com mais de 500 mil habitantes até janeiro de 2023, permitindo a ativação da nova geração sem interferências. “Posso adiantar o interesse das operadoras em ativar o 5G”, explica. 

O conselheiro também ressaltou a importância do leilão do 5G não ter sido arrecadatório e sim direcionado para investimentos das operadoras em projetos como a instalação de infovias ao longo de rios da Amazônia, o que viabiliza serviços de telemedicina e educação para várias comunidades ribeirinhas. É o caso do anel subaquático ligando Manaus a Santarém, com extensão de 1,2 mil km.

Para Rodrigues, da Deloitte, a indústria aparece forte no radar do 5G e empresas de serviços que entendem esses nichos de mercado devem ser grandes parceiros da operadora em aplicações, complementando o papel das empresas de telecomunicações e criando um ecossistema novo. E, dentro do novo ecossistema, ele destaca o papel dos provedores regionais de telecomunicações, o mercado de ISPs. 

Saboia, do IDC, tem um pensamento similar. Para ele, há uma transformação das operadoras, o que exige uma nova classe de parceiros e um novo ecossistema. “O que mais ouvimos no interior do país é a necessidade de entendimento da tecnologia para transformação dos negócios”, finaliza.



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