Como bancos podem ganhar vantagem competitiva no setor de pagamentos digitais

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Mercado de pagamentos digitais vai continuar crescendo e bancos precisam escalar tecnologias e agregar valor para gerar competitividade.



Por Redação em 16/10/2019

Mercado de pagamentos digitais vai continuar crescendo e bancos precisam escalar tecnologias e agregar valor para gerar competitividade.

O mercado de pagamentos digitais é promissor. A expectativa é que ele salte de US$ 1,5 trilhão em 2019 para US$ 2 trilhões até 2025, representando um crescimento anual de 5,5%.

Os dados são do relatório “Two Ways To Win In Payments”, organizado pela Accenture e disponibilizado no início de outubro.

Embora o cenário pareça positivo, bancos que possuem soluções de pagamentos precisam se readaptar para não perder participação neste mercado.

Como mostra o relatório, a previsão é que as instituições bancárias percam 15% da receita global de pagamento, um total de US$ 280 bilhões, para fintechs e bancos digitais.

A grande questão é: como os bancos irão transformar seus modelos atuais de pagamento de forma que eles estejam no conceito “Instantâneo, Invisível e Livre” ou “Instant, Invisible and Free” (IFF).

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Entendendo o conceito de IIF

O conceito de pagamento IIF é simples. Imagine que uma pessoa acorda toda manhã e, antes de ir ao trabalho, pede um café na Starbucks. O próprio aplicativo da rede possui um sistema de pagamento em que você adiciona dinheiro na carteira virtual da plataforma.

Então, ao invés da pessoa enfrentar a fila do caixa, fazer o pedido e pagar para receber a bebida, ela consegue fazer (quase) tudo isso pelo aplicativo. A compra vai ser paga com o saldo na carteira virtual e o cliente vai, somente, pegar a fila para fazer a retirada do café.

Outro caso de IIF é a Uber. O aplicativo conta com uma carteira virtual que, quando o passageiro a recarrega com algum valor, é possível pagar as corridas com esse saldo. Já os motoristas não precisam de uma conta bancária para receber o valor das corridas. A própria empresa disponibiliza um cartão de débito que todo dinheiro do trabalho pode ser depositado nele.

Por isso o conceito de “Instantâneo, Invisível e Livre” tem chamado atenção de todo o setor financeiro. Nos últimos anos, aconteceu um boom de fintechs focadas em soluções de pagamentos digitais. Para os bancos, isso exige uma postura disruptiva dos modelos de negócios.

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Como os bancos podem gerar competitividade com pagamentos digitais?

Os bancos conseguem manter uma vantagem competitiva no mercado de pagamentos digitais quando definem suas estratégias de negócios e inovação em torno dos desafios trazidos pelo conceito IIF: escalar tecnologia e criar valor de negócio.

  • Escalar tecnologias: vai ser um jogo obrigatório, aponta a Accenture. As instituições devem ser capazes de desenvolver, de maneira ágil, experiências de pagamento seguras e sem atritos com serviços digitais. Outro ponto é pensar em soluções que não tenham aumento significativo de custos (incluindo conformidade com regulamentações, manutenção e atualização de TI). Alguns líderes já estão implementando iniciativas de escala na tentativa de fazer o negócio crescer com rapidez e eficiência, mantendo a competitividade.
  • Gerar valor: pagamentos IFF têm um diferencial. Empresas focadas neste conceito criam um relacionamento com o cliente e não no desenvolvimento de soluções que serão usadas em outros negócios de pagamentos. Por isso os bancos precisam encontrar novas maneiras de agregar valor aos usuários, ao mesmo tempo em que ganham dinheiro e crescem no mercado de pagamentos digitais.

5 iniciativas que os bancos podem considerar para gerar valor

Com os desafios lançados, os bancos precisam se organizar para desenvolver negócios disruptivos no mercado de pagamentos digitais.

A Accenture aponta cinco iniciativas que as instituições podem considerar:

1. Se a receita diminui, os custos devem ser reduzidos de maneira mais rápida: isso significa estabelecer economias para escalar tecnologias e alcançar novos clientes.

Quando feito no ritmo esperado, os bancos vão poder justificar maiores investimentos em inovação digital.

A consequência são mais escalonamento das soluções e novas oportunidades de crescimento. Por exemplo, as instituições podem lançar serviços de valor agregado, reduzindo as margens de lucro para atrair um número maior de clientes.

2. Automação de processos pode ajudar a escalar inovação: segundo o relatório da Accenture, as instituições possuem algumas metas para escalar os negócios – incorporar segurança, adoção de Inteligência Artificial, robótica e Machine Learning como os principais recursos para adaptar os sistemas atuais para um modelo contínuo e ágil de pagamento.

3. Criar serviços de valor agregado focados no cliente: isso vai estabelecer experiências digitais e diferenciadas ao consumidor. Por exemplo, um aplicativo pode trazer a opção de reservar restaurantes, pedir comida e até mesmo adiantar a fatura do cartão de crédito tudo dentro da plataforma.

4. Open Banking para soluções B2B: o Open Banking pode ser uma oportunidade para fornecer serviços, principalmente de conectividade, para empresas de outros setores, como o varejo. Alguns bancos podem pensar em fechar parcerias com startups e outras companhias que ajudem a impulsionar essa inovação.

5. Monetização dos dados: os bancos podem monetizar os dados ao vender dados brutos (não estruturados) ou informações decorrentes das atividades de pagamentos dos clientes a seus parceiros corporativos. Isso permite que outras empresas tenham insumos para planejar e executar produtos e serviços mais relevantes e segmentados para cada perfil de consumidor, mas que vão além do básico: renda, sexo, estado civil e localização. As barreiras para essa iniciativa, segundo a pesquisa da Accenture são as preocupações relativas à proteção de dados dos clientes e a sua complexidade operacional.

Principais destaques desta matéria:

  • Mercado de pagamentos digitais vai crescer 5,5% ao ano até 2025,
  • Bancos devem criar negócios disruptivos para acompanhar esse crescimento,
  • Confira 5 iniciativas que bancos podem planejar para manter competitividade no mercado de pagamentos.


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