guilherme saraiva Guilherme Saraiva, diretor comercial da Embratel

Convergência e hiperconexão do core da rede à tela do espectador

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Combinação de TV 3.0 e Internet proporciona novas experiências e formas de entrega de conteúdo híbrido



Por Vanderlei Campos em 27/08/2024

Em meio à “sopa de letras” das aprofundadas sessões técnicas na SET Expo 2024, a constatação essencial é a consolidação da convergência entre Internet e TV, com objetivo de simplificar e reduzir os custos na operação, para sofisticar e enriquecer os serviços aos usuários. Ao longo de sua participação como palestrante no congresso da SET, Guilherme Saraiva, diretor comercial da Embratel para o setor de mídia, abordou as transformações no core da rede, que se torna mais flexível, eficiente e habilitador de serviços inteligentes, e na experiência do cliente final.

Virtualização e cloud 

Logo no primeiro dia do evento, dedicado exclusivamente ao congresso, o especialista descreveu como combinar serviços avançados de conectividade e as inovações com as tecnologias da TV 3.0, durante a palestra Modernização e distribuição de sinais – desafios e soluções para emissoras.

A base da arquitetura de conectividade descrita por Saraiva é a SD-WAN (WAN definida por software). “Nela, podem se incluir satélite, links privados, internet pública e o gerenciamento automatizado busca o melhor caminho e faz o tunelamento”, resumiu.

Os equipamentos que compõem a SD-WAN são capazes de se conectar a múltiplos outros, com diferentes tecnologias de transmissão. A rede é capaz de escolher a melhor rota, conforme critérios de qualidade de serviço e de custos, além de permitir o balanceamento e o contingenciamento entre os links.

Com base em medições em um cliente que ligou seu roteador de SD-WAN a dois links de Internet pública, a avaliação de qualidade (em uma escala de 1 a 10) ficava em 6,18 e 5,78 em cada um, o que passou para 9,86 com a otimização do uso  do SD-WAN. O diretor da Embratel lembrou que a recomendação típica é contratar acessos de diferentes operadoras, para manter a disponibilidade da rede mesmo em caso de uma falha generalizada de uma delas.

Além de otimizar e reduzir os custos com o roteamento inteligente, o “SD” da SD-WAN significa que as funcionalidades dos equipamentos são “software defined”: definidas por software a partir da observação da performace dos links e da internet. Ou seja, as atualizações de políticas de roteamento, segurança, priorização e outras configurações são definidas  por software e aplicadas automaticamente aos dispositivos de acesso.

SD-WAN e SRT 

Na palestra Conectividade e infraestrutura pensando na TV 3.0 – alta disponibilidade e baixo custo, Guilherme Saraiva descreveu a combinação da tecnologia de telecomunicações, já consolidada em outros segmentos do mercado B2B, com o SRT (Secure Reliable Transport), um protocolo para transmissão segura de vídeo sobre redes IP.

Basicamente, o SRT inclui mecanismos de retransmissão de pacotes de dados perdidos  , que asseguram a qualidade do sinal de vídeo, mesmo em caso de instabilidade ou degradação da conexão. “Enquanto a SD-WAN otimiza a disponibilidade e performance, o SRT resolve as eventuais perdas de pacote”, explicou.

Essa abordagem é utilizada para a distribuição de canais das programadoras de TV por assinatura aos head ends da Claro e  para o transporte de sinais abertos  das emissoras ao Teleporto da Claro  em Guaratiba (RJ), onde são distribuídos via satélite para todo o Brasil.

A experiência de hiperconexão na TV 3.0 e da web

Na experiência hiperconectada, as redes de broadcast, da TV 3.0, e de broadband, para o usuário com acesso à Internet, funcionam de forma coordenada nas smart TVs. Enquanto os canais unidirecionais da TV 3.0 transmitem vídeo e dados em broadcast, a banda larga permitirá interações em aplicações como redes sociais, e-commerce ou outras  ações de engajamento promovidas pelas emissoras.

Do lado da transmissão, a conexão à internet pode ser usada para entrega de publicidade hiperpersonalizada, ou até mesmo como link de contingência, para manter a exibição da programação mesmo em caso de queda da transmissão de broadcast.

Compartilhamento para viabilizar os investimentos

Na palestra de conectividade para TV 3.0, Sérgio Martines, diretor executivo da SM Facilities, defendeu o compartilhamento de infraestrutura de transmissão como forma de redução de custos. “Entre os desafios da TV 3.0 se incluem investimentos em torres, na estrutura e em pessoas”, lembrou.

Martines mencionou estimativas de reduções de custo de 24% com o compartilhamento de torres e abrigos; 34% com o de equipamentos; e 55% em modelos de terceirização e OEM.

Ele observou que acordos e contratos para infraestrutura compartilhada fazem ainda mais sentido para esquemas de redundância e recuperação. Conforme a probabilidade de que falhas aconteçam simultaneamente em todos os participantes de um pool de recursos, não é necessário que cada um invista em um ambiente de contingência com capacidade plena. O rateio considera que esses recursos serão usados alternadamente.

Nuvem como habilitadora da personalização em larga escala

Tanto nas sessões dedicadas à conectividade quanto em outras discussões no congresso da SET Expo, representantes de emissoras, fóruns, fabricantes e provedores trouxeram como tema recorrente as transformações possibilitadas pelos serviços em nuvem.

Em resumo, a nuvem se torna a forma mais adequada de distribuição de conteúdo e serviços altamente granularizados, ao mesmo tempo em que acrescenta escala e governança no gerenciamento.

A capilaridade e os serviços tornam as nuvens públicas essenciais para padronização de serviços e consolidação, até para evitar a multiplicação da necessidade de capex e contratação de profissionais. Todavia, a abordagem multicloud não se restringe a esses grandes ambientes. Mesmo nas instalações altamente distribuídas, como pontos de CDNs (rede de distribuição de conteúdo) e servidores de edge computing (quando é necessário aproximar os recursos computacionais do consumo), o gerenciamento centralizado, junto a automação, continuam na base da gestão da operação e do negócio, assim como da invenção de facilidades e serviços para os clientes.

Além das contribuições no congresso, a Embratel levou à SET Expo 2024 uma série de demonstrações de casos de uso, que apontam oportunidades comprovadas de personalização, criação de serviços, produção de conteúdo e outras inovações que definem a TV do futuro.



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