Homem em segundo plano e a mão apontada para cifrões e gráficos

Economia Digital atinge 3 milhões de brasileiros em um só aplicativo

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Adesão ao GuiaBolso prova que oferecer soluções é um caminho de sucesso, mesmo em um país com rara educação financeira Thiago Alvarez, CEO do GuiaBolso, e o cofundador, Benjamin Gleason, sempre foram muito amigos. Eles se ...



Por Redação em 30/04/2018
Adesão ao GuiaBolso prova que oferecer soluções é um caminho de sucesso, mesmo em um país com rara educação financeira

Thiago Alvarez, CEO do GuiaBolso, e o cofundador, Benjamin Gleason, sempre foram muito amigos. Eles se conheceram na consultoria McKinsey, onde trabalharam em projetos ligados à área financeira. Também têm em comum a experiência em áreas sociais. Thiago foi diretor da ONG Alfabetização Solidária e Benjamin morou três meses na favela carioca da Rocinha, trabalhando. Juntos, eles resolveram criar um aplicativo de controle financeiro com a perspectiva de ajudar os brasileiros a resolverem um dos seus grandes problemas: conseguir tomar decisões baseadas em orçamentos.

O GuiaBolso é um exemplo da digitalização da economia, tendência mundial que já tem no Brasil cases impressionantes, principalmente se comparados ao longo desenvolvimento das instituições financeiras tradicionais. Mudanças sociais provocadas pela tecnologia estão causando mudanças institucionais. Digitalizar-se no mercado financeiro globalizado é mais uma urgência do que uma tendência.

A ideia do aplicativo GuiaBolso surgiu a partir de uma carência identificada por Alvarez e Gleason no mercado, que é o acesso a informações mais organizadas. “A solução que elaboramos com o GuiaBolso é da área financeira, mas sempre colocamos como foco da empresa também ter um impacto social, ajudando o consumidor final”, salienta Alvarez.

Começar o negócio não foi fácil. “Tudo é muito difícil no começo”, lembra o CEO. Foi preciso investir dinheiro do próprio bolso, encontrar investidores que acreditassem na ideia e na equipe e desenvolver o produto. Segundo Alvarez, muitos achavam o projeto impossível de ser feito no Brasil. Por isso, foi necessário contratar “uma equipe excelente” para torná-lo viável.

“Acreditamos que para a empresa ter um bom diferencial no mercado é preciso investir em pessoas. Esse foi um dos recursos essenciais no qual investimos”, afirma.

Além disso, os sócios precisaram cuidar de dois pilares fundamentais para uma empresa que lida com finanças pessoais: tecnologia e segurança de dados. Alvarez garante que o aplicativo trabalha com o melhor que existe nessas áreas para oferecer flexibilidade e imaterialidade, pilares da economia organizada em torno de um software.

Questionado se tiveram medo do negócio não dar certo, ele responde que tinham muitas dúvidas. Um caminho foi conversar com potenciais usuários. Outro foi pesquisar muito. Ambos indicavam que havia uma demanda muito forte para o que estavam desenvolvendo.

“A certeza de que estávamos no caminho certo veio alguns dias após o lançamento da versão para download em celular, em 2014. A nossa meta era atingir 50 mil usuários no fim daquele ano, mas poucos dias após o lançamento passamos a figurar entre os apps financeiros mais baixados na App Store brasileira, passando Facebook, WhatsApp e Tinder em alguns momentos. No fim de 2014, fechamos com 400 mil usuários e hoje já são cerca de 3,2 milhões.”

Diante do bom desempenho, a empresa conta que conversa diariamente com os fundadores de diversas start-ups internacionais, com quem troca melhores práticas de mercado.

Antes de lançar o site do GuiaBolso e o aplicativo,  Alvarez e Gleason deram consultoria para diversos perfis de consumidores. De acordo com eles, o aprendizado foi muito grande. Descobriram, por exemplo, que o brasileiro não só não sabia quanto gastava como também superestimava a renda em cerca de 8%. “Acreditamos que esse estudo de mercado foi fundamental para desenharmos posteriormente o GuiaBolso como controle financeiro”, diz Alvarez.

A economia digital estabelece uma dinâmica de ciclos rápidos de inovação, mercados transitórios e forte propensão à concentração, de acordo com Mauro Zackiewicz, cientista de dados e doutor pela Universidade Estadual de Campinas (SP). “A expansão dos meios digitais faz com que as características que definem a economia do software tendam a se difundir para a economia em geral, afetando inclusive as atividades mais tradicionais”, indica o pesquisador.

A principal referência utilizada pelo GuiaBolso é o Credit Karma dos Estados Unidos, serviço com mais de 75 milhões de usuários. Para Alvarez, a transformação digital já ocorre ou ocorrerá em todos os setores, inclusive industriais. Para os serviços financeiros não é diferente. “De qualquer forma, ainda estamos no começo desse processo todo para conseguir prever tudo o que poderá acontecer”, finaliza.



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